Homens com diabetes tipo 1 podem ser capazes de desenvolver suas próprias células produtoras de insulina a partir de seu tecido testicular.
A descoberta, feita a partir de experimentos de laboratório e de testes com animais, foi feita por médicos da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos.
O estudo é uma prova de princípio de que as células-tronco espermatogônias (SSC - spermatogonial stem cells), extraídas do tecido testicular podem se transformar nas células ilhotas beta, secretoras de insulina, normalmente encontradas no pâncreas.
Sem genes extras
Segundo os pesquisadores, eles conseguiram o feito sem utilizar quaisquer genes extras, atualmente empregados na maioria dos laboratórios para transformar células-tronco adultas em um tecido específico.
"Nenhuma célula-tronco, adulta ou embrionária, foi induzida a secretar insulina em quantidade suficiente para curar a diabetes em seres humanos, mas sabemos que as SSCs têm o potencial para fazer o que nós queremos que elas façam, e nós sabemos como melhorar seu rendimento," afirma o Dr. Ian Gallicano, principal autor do estudo.
Em vez de utilizar células-tronco induzidas (IPS), os pesquisadores recorreram a uma fonte prontamente disponível de células-tronco, as SSCs, que são precursoras das células do esperma. Eles obtiveram as células de doadores de órgãos já falecidos.
Como as SSCs já tem os genes necessários para se tornarem células-tronco embrionárias, não é necessário adicionar qualquer gene novo para persuadi-las a se transformar em células progenitoras.
"Nós descobrimos que, uma vez que você tira essas células dos testículos, elas ficam confusas, e formam todas as três camadas embrionárias em algumas semanas," diz o pesquisador. "Elas são células-tronco pluripotentes verdadeiras."
Cultivando o próprio transplante
A equipe usou 1 grama de tecido de testículos humanos para produzir cerca de 1 milhão de células-tronco em laboratório. Essas células apresentaram vários dos marcadores biológicos que caracterizam as células das ilhotas beta normais.
A seguir, eles transplantaram essas células em camundongos diabéticos imunologicamente deficientes. O resultado foi uma diminuição dos níveis de glicose nos animais que durou aproximadamente uma semana - demonstrando que as células estavam produzindo insulina suficiente para reduzir a hiperglicemia.
Embora o efeito tenha durado apenas uma semana, Gallicano afirma que novas pesquisas têm demonstrado que esse desempenho pode ser substancialmente aumentado.
Algo que poderá, no futuro, tornar-se uma espécie de técnica para que "cada homem cresça seu próprio transplante."
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