quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Stress/estresse


Para mensurar o estresse

Pesquisa desenvolvida no Instituto de Biologia (IB) apontou que pessoas das classes D e E possuem maiores concentrações de cortisol – um dos principais hormônios relacionados ao estresse – em comparação a níveis encontrados em executivos de uma multinacional na região de Campinas. As avaliações de executivos do sexo masculino e feminino foram realizadas pelos pós-graduandos Aglécio Luis de Souza, Geruza Perlato Bella e Márcia Carvalho Garcia. O grupo avaliou 80 voluntários. Trata-se do primeiro estudo do gênero feito em um país em desenvolvimento. As pesquisas foram realizadas no Laboratório de Estudo do Estresse do IB e orientadas pelas professoras Regina Célia Spadari e Dora Maria Grassi-Kassisse.



Uma das justificativas para o resultado, segundo aponta Márcia, seria a maior exposição a situações de risco a que está submetida a população de mais baixo status socioeconômico. Tese de mestrado de Aglecio Luiz de Souza, derivada da linha pesquisa, indicou ainda que este segmento da população apresentou alto grau de morbidade psiquiátrica e de hábitos relacionados a riscos para a saúde tais como tabagismo e alcoolismo. Isto não quer dizer, no entanto, que os executivos não possuam concentrações de cortisol acima do limite estabelecido.



Márcia explica que número expressivo de executivos apresentou alterações no ritmo circadiano de cortisol, ou seja, as concentrações foram altas durante o período noturno e baixas pela manhã, quando o normal seria justamente o contrário. Em geral, as concentrações pela manhã são mais elevadas e ao final do dia diminuem, chegando quase a zero próximo da meia-noite. “Em muitos casos, as elevadas concentrações estavam relacionados à insônia, tarefas fora do experiente normal e reuniões ao longo da tarde”, explica.



Para medir o nível de cortisol nestes indivíduos, Márcia utilizou uma técnica nova que consiste na coleta de saliva para análise de concentrações de cortisol. Ela colheu amostras nos períodos matinal, vespertino e noturno, durante a execução das rotinas gerais e em dias considerados pelos próprios executivos como dedicados ao descanso.



A técnica de coleta da saliva, além de mais fácil de ser realizada e aceita pelos participantes, também evita o estado de estresse a que são submetidas as pessoas no caso do exame sanguíneo. Esta mesma técnica serviu de base para testes em jogadores profissionais de basquete, em temporadas de competição e também em estudantes de cursinho pré-vestibular durante os exames de disputa de vagas. No caso dos jogadores de basquete, Márcia analisou as concentrações de cortisol no período de 18 jogos durante campeonato realizado entre os meses de março e maio.



Ela constatou que antes do início e ao final do jogo, as concentrações salivares de cortisol estavam elevadas. Ao longo do campeonato, Márcia observou uma diminuição da concentração salivar do hormônio. Nos estudantes, a análise contemplou sete meses no ano. Os resultados indicaram que nos meses de junho e novembro os níveis do hormônio eram maiores em relação até mesmo ao período do exame vestibular. “Este resultado pode estar relacionado com o momento de inscrição das universidades, pois consiste no período em que o estudante tem que escolher a universidade e a carreira que irá seguir”.
Antienvelhecimento/Longevidade


Médicos relacionam longevidade com maior inteligência


Pesquisa mostra que pessoas com QI mais elevado têm maiores chances de viverem mais
Alguns fatores sociais, como situação financeira e acesso à educação, estão claramente relacionados com a possibilidade de se viver por mais tempo.
Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Edinburgo (Escócia) associa desta vez a longevidade também a aspectos intelectuais. Eles acompanharam os dados de mais de 2.200 adultos que em 1932, quando todos tinham 11 anos, haviam realizado testes de QI (coeficiente intelectual) e notaram que quanto maior o resultado, maiores as chances de viverem mais do que 76 anos.
Eles citam como exemplo que uma mulher com QI 115 teve o dobro de probabilidade de estar viva no momento do estudo do que a que conseguiu 85 em seu teste.
Entre homens com dados semelhantes, a probabilidade era 32% superior.
Não se sabe ao certo quais as razões desse vínculo. Os pesquisadores acreditam que o teste de QI realizado aos 11 anos pode refletir cuidados na criança desde o pré-natal, o que também determinaria uma melhor estruturação do organismo, habilitando-o a viver por mais tempo.
Eles também acreditam que quanto mais inteligente, a pessoa entende mais facilmente a importância de manter hábitos saudáveis, como parar de fumar ou de consumir bebidas alcoólicas.