domingo, 17 de fevereiro de 2013

Bebê sobrevive após ter corpo ¨congelado¨por quatro dias.

Edward Ives  (Foto Caters)
Edward Ives e os pais: "sonho que virou realidade"
Médicos britânicos conseguiram salvar a vida de um recém-nascido resfriando seu corpo por quatro dias.
Edward Ives nasceu com apenas 5% de chance de sobrevivência em função de uma taquicardia supraventricular, distúrbio que fazia seu coração bater duas vezes mais rápido que o normal.
Sua mãe, Claire Ives, de 29 anos, que tem outros dois filhos, descobriu o problema em exames no final da gravidez.
Ela tomou remédios para tentar reduzir o ritmo de batimentos cardíacos da criança, mas, como a medicação não deu resultados, os médicos resolveram fazer uma cesárea para tratar o recém-nascido diretamente.
O tratamento pioneiro que terminou salvando a vida de Edward foi colocado em prática por uma equipe do University College London Hospital.
Ele consistiu no resfriamento do corpo da criança de 37 para 33,3 graus Celsius com o uso de uma coberta recheada com gel.
O objetivo era reduzir o batimento cardíaco do bebê, que foi sedado para não se movimentar.
Mas manter o equilíbrio do corpo da criança foi uma tarefa complicada - e médicos tiveram de usar um desfibrilador cinco vezes para evitar que o coração de Edward parasse.

'Parecia morto'

Edward Ives  (Foto Caters)
Coração de bebê começou a bater em ritmo normal no quarto dia
"Ele estava muito frio e parecia morto", disse Claire.
Depois de dois dias, médicos permitiram que a temperatura do corpo de Edward voltasse a subir, mas como o ritmo de seu coração acelerou muito rapidamente, o bebê foi "resfriado" por mais dois dias.
No quarto dia, o coração do recém-nascido finalmente começou a bater em um ritmo normal e médicos começaram a esquentar seu corpo em meio grau a cada 12 horas.
Um mês depois, o bebê pode ir para casa. "Foi como um sonho que virou realidade", conta sua mãe.
Hoje Edward tem seis meses e é um bebê relativamente saudável, embora possa ter alguns episódios de arritmia cardíaca no futuro.

Capacete contra fumo e depressão


Cientistas israelenses criam capacete contra fumo e depressão

Atualizado em  15 de fevereiro, 2013 - 15:49 (Brasília) 17:49 GMT
Foto: Cortesia da Brainsway
Capacete seria capaz de ajudar no combate a vícios e depressão
Dois cientistas israelenses desenvolveram um capacete que emite ondas magnéticas para o cérebro e que, segundo pesquisas, tem efeitos significativos no combate a transtornos como a depressão e o vício do fumo.
O capacete, desenvolvido pelo neurocientista Abraham Zangen e pelo físico Yiftach Roth, emite ondas magnéticas em alta frequência para regiões mais profundas no cérebro, que até hoje podiam ser acessadas só com intervenções cirúrgicas ou choques elétricos.
Por intermédio dos estímulos, eles obtiveram resultados positivos tanto em casos de pacientes que sofrem de depressão profunda como em pessoas que já tinham tentado parar de fumar por outros meios e não conseguiram.
Entretanto, de acordo com Roth, o sistema, denominado Estimulação Transcraniana Magnética Profunda (Deep TMS em inglês) pode ser eficaz no tratamento de um leque "muito amplo" de problemas, como o mal de Parkinson, distúrbio bipolar, mal de Alzheimer, autismo, distúrbio obsessivo-compulsivo, dependência de drogas e alcoolismo.

Diferentes capacetes

Mais de 3 mil pessoas, em Israel e no exterior, já participaram de experiências com o capacete, e recentemente a FDA – agência reguladora de medicamentos dos EUA – outorgou um certificado para utilização do sistema no combate à depressão.
A ideia de desenvolver o sistema surgiu em 2000. Abraham Zanger, chefe do laboratório de Neurociência da Universidade Ben Gurion, explicou à BBC Brasil que, para cada problema, é criado um capacete diferente, “adaptado para transmitir as ondas magnéticas às áreas relevantes do cérebro".
"No começo do tratamento houve alguns pacientes que se queixaram de leves dores de cabeça, mas com o tempo as dores passaram", disse.
O psiquiatra Hilik Lewkovitz, do hospital psiquiátrico Shalvata, no qual o sistema já está sendo usado, disse que "o número de pacientes que reagiram de maneira positiva a esse tratamento é significativo".
Ele chamou a tecnologia de “revolucionária”, pois “não é invasiva e tem poucos efeitos colaterais e que apresenta resultados positivos no tratamento de vários distúrbios psiquiátricos".

Remissão completa

Foto: Cortesia da Brainsway
Ondas magnéticas atingem áreas profundas do cérebro
Uma pesquisa feita no hospital Beer Yakov concluiu que 32,6% tratados com as ondas magnéticas apresentaram uma remissão completa da depressão e outros 38,4% demonstraram melhora substancial.
De acordo com a bióloga Limor Klein Dinur, que dirigiu uma pesquisa com 115 participantes sobre os efeitos do sistema em fumantes, 44% delas pararam de fumar após o tratamento.
"Não houve danos às capacidades cognitivas dos participantes, e em alguns casos até observamos uma melhora cognitiva", disse a cientista à BBC Brasil.
De acordo com ela, 80% dos participantes que não pararam de fumar diminuíram o número de cigarros fumados em mais de 50%.

Informações Médicas na Internet


Dependendo do ponto de vista dos editorialistas que escreveram na edição de 21 de março do British Medical Journal, a internet está repleta de “alegações médicas falsas”, das quais os leigos devem ser protegidos, ou uma “reforma bem-vinda da assistência médica”, permitindo que os indivíduos assumam a responsabilidade pela sua própria saúde.

Dr. Marco Masoni e co-autores da Universidade de Florença, Itália, questionam especialmente a falta de controle do Google sobre a propagação de informações. Como um exemplo, eles citam sua própria pesquisa no Google com a palavra-chave "aloe" que os conectou a sites patrocinados "repletos de declarações e “provas” com o objetivo de mostrar que Aloe arborescens pode curar muitos tipos de câncer".

Eles querem que o Google melhore seus filtros e algoritmos que determinam se os anúncios são exibidos nas páginas de resultados da pesquisa.

"Se a melhora do filtro for muito complexa", a equipe do Dr. Masoni diz, "seria melhor simplesmente não exibir links patrocinados em resultados de pesquisas sobre termos médicos ou produtos."

(Os editores do Journal notam que, no passado, o bmj.com realizava propagandas no Google, mas interrompeu após a queixa de leitores sobre correspondências inadequadas entre o conteúdo editorial e anúncios).

Joanne Shaw, por outro lado, acredita que a via da saúde na internet é motivo de comemoração, anunciando uma mudança social tão profunda quanto a Reforma religiosa do século 16.

"Não somente a demanda por informações eletrônicas sobre saúde é ininterruptível, ela deveria ser bem recebida e apoiada como algo bom, tanto para os pacientes quanto para os médicos", diz Shaw, presidente do NHS Direct NHS Trust, Reino Unido, por escrito, em um segundo editorial do British Medical Journal.

Ela continua: "Precisamos que as pessoas estejam mais preparadas para assumir a responsabilidade pela sua própria saúde, resolver o que pode estar errado com elas e pesquisar como cuidar melhor de si próprias."

As vantagens para os pacientes que buscam informações médicas na internet incluem a capacidade de lidar com doenças leves por si próprias com uma boa relação custo-eficácia. Para os pacientes com doenças mais graves, é provável que a sua pesquisa na internet estimule a procurar seus médicos mais precocemente, melhorando assim seu prognóstico e reduzindo as complicações.

"A internet não diminui o papel dos médicos", afirma Shaw, “mas lhes dá o papel de consultores especializados ao invés de figuras autoritárias com posse exclusiva de conhecimentos específicos."