domingo, 17 de fevereiro de 2013

Informações Médicas na Internet


Dependendo do ponto de vista dos editorialistas que escreveram na edição de 21 de março do British Medical Journal, a internet está repleta de “alegações médicas falsas”, das quais os leigos devem ser protegidos, ou uma “reforma bem-vinda da assistência médica”, permitindo que os indivíduos assumam a responsabilidade pela sua própria saúde.

Dr. Marco Masoni e co-autores da Universidade de Florença, Itália, questionam especialmente a falta de controle do Google sobre a propagação de informações. Como um exemplo, eles citam sua própria pesquisa no Google com a palavra-chave "aloe" que os conectou a sites patrocinados "repletos de declarações e “provas” com o objetivo de mostrar que Aloe arborescens pode curar muitos tipos de câncer".

Eles querem que o Google melhore seus filtros e algoritmos que determinam se os anúncios são exibidos nas páginas de resultados da pesquisa.

"Se a melhora do filtro for muito complexa", a equipe do Dr. Masoni diz, "seria melhor simplesmente não exibir links patrocinados em resultados de pesquisas sobre termos médicos ou produtos."

(Os editores do Journal notam que, no passado, o bmj.com realizava propagandas no Google, mas interrompeu após a queixa de leitores sobre correspondências inadequadas entre o conteúdo editorial e anúncios).

Joanne Shaw, por outro lado, acredita que a via da saúde na internet é motivo de comemoração, anunciando uma mudança social tão profunda quanto a Reforma religiosa do século 16.

"Não somente a demanda por informações eletrônicas sobre saúde é ininterruptível, ela deveria ser bem recebida e apoiada como algo bom, tanto para os pacientes quanto para os médicos", diz Shaw, presidente do NHS Direct NHS Trust, Reino Unido, por escrito, em um segundo editorial do British Medical Journal.

Ela continua: "Precisamos que as pessoas estejam mais preparadas para assumir a responsabilidade pela sua própria saúde, resolver o que pode estar errado com elas e pesquisar como cuidar melhor de si próprias."

As vantagens para os pacientes que buscam informações médicas na internet incluem a capacidade de lidar com doenças leves por si próprias com uma boa relação custo-eficácia. Para os pacientes com doenças mais graves, é provável que a sua pesquisa na internet estimule a procurar seus médicos mais precocemente, melhorando assim seu prognóstico e reduzindo as complicações.

"A internet não diminui o papel dos médicos", afirma Shaw, “mas lhes dá o papel de consultores especializados ao invés de figuras autoritárias com posse exclusiva de conhecimentos específicos."

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