quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Prazer em Conhecê-lo, Eu Sou Maçom

Prazer Em Conhecê-lo, Eu Sou Maçom




por Cesóstre Guimarães de Oliveira
“... do momento em que todos os ponteiros do relógio encontrarem-se em seu ponto mais alto, até completar-se o ciclo que os levará a mesma posição, os homens livres e de bons costumes estarão de pé e a ordem”.
(Um irmão chamado Joseph Smith – Cesóstre Guimarães de Oliveira)


É comum às pessoas leigas e até mesmo a alguns outros que se dizem bem informados, afirmarem que a Maçonaria é uma organização religiosa. Ao longo de meus dias tenho presenciado líderes dos vários seguimentos da fé, agindo de forma contraditória ao bom senso, e tudo, segundo eles em defesa de suas crenças. Na verdade, estas pessoas agem motivadas unicamente pela ignorância, que a partir de suas idéias e interpretações geram toda esta celeuma de conflitos (Téo) ideológicos, onde homens (e mulheres), que se julgam detentores totalitários da verdade, patrocinam o preconceito ainda hoje existente contra nós maçons.

Embora nós maçons sempre estejamos a afirmar que Maçonaria não é religião (e não tem nenhuma pretensão de ser), facilmente podemos encontrar uma dúzia daqueles que estão havidos por nos rotular como mais um seguimento religioso. Existem também aqueles mais afoitos, que vão além, e nos rotulam de “seita” no sentido mais pejorativo da expressão. Em nossa defesa repito aquilo que já vem sendo dito ha muito tempo por todos os maçons, somos religiosos, mais não uma religião. Quando um candidato trilha os caminhos da iniciação é requerido a ele, como demonstração de sua religiosidade que deposite sua confiança em Deus.

Nós maçons ao nos referirmos ao criador de tudo optamos por usar o título de Grande Arquiteto do Universo, pensamos assim estar respeitando a divindade que cada ser humano cultua, quando um cristão se refere ao Grande Arquiteto do Universo tão somente ele estar a fazer referencia ao Deus cristão, da mesma forma age o seguidor do islamismo ou de qualquer outro seguimento da fé.

Quando confundem nossa religiosidade com religião, não se apercebem que não somos mais religiosos do que o Rotary Clube ou qualquer outra organização social. Embora os nossos rituais em alguns momentos façam referencias ao espiritual, nossas práticas não criam ou tentam explicar dogmas que possam vir a caracterizar uma religião. Não somos partidários de nenhuma fé, e respeitamos a todas. Nunca discutimos religião ou abordamos qualquer outro tema que venha a gerar conflitos em nossas reuniões, cada maçom é livre para arbitrar sobre suas decisões políticas e/ou religiosas sem as trazer para dentro de nossos templos, isto nos permite conviver de forma pacifica. No entanto é fundamental para Maçonaria que cada homem ao ser iniciado professe sua crença no Ser Supremo.

Ao receber um candidato, esperamos que o mesmo seja um individuo moralmente limpo e puro, respeitamos a sua fé e nunca a questionamos, inclusive cada iniciado assume seus compromissos com a fraternidade maçônica, com a lei e com a justiça tendo sua mão sobre o Livro Sagrado da fé que professa (em meu caso fiz meus juramentos sobre o Livro de Mórmon), este respeito que constantemente a maçonaria tem demonstrado pela fé do iniciando é que nos permite assumir nossos compromissos e trilhar os passos de um dedicado maçom.

Aqueles que vêem na maçonaria uma religião secreta, mais uma vez agem motivados pelo “achismo” de alguns escritores maldosos que com freqüência distorcem a verdade visando vender sua mercadoria que é a mentira e a injuria. Rebatendo as afirmações fantasiosas que nos acusam de sermos secretos, lembro a aqueles que assim pensam que todos os nossos templos têm endereços reconhecidos pela comunidade, temos adesivos em nossos automóveis que nos identificam facilmente, qualquer leigo reconhece o esquadro e o compasso como símbolos da maçonaria onde quer que eles estejam colocados, estes que são os símbolos mais comuns usados por nós maçons, estão em nossas gravatas, broches, prendedores de gravatas, brincos de nossas esposas, relógios, etc.

Como podemos ser secretos se todos sabem onde estamos, em que dia e hora nos reunimos? A estes eu digo, que somos sigilosos, preservamos coisas que para nós tem valores que transcendem os valores aplicados aos metais, neste ponto não diferimos dos primeiros cristãos quando preservavam dos olhares curiosos rituais que hoje são rotineiros a qualquer pessoa. Antes de nos acusar de adoradores do maligno, e inimigos de Deus, as pessoas deveriam nos conhecer melhor, afinal somos todos pessoas devotadas às religiões. Para ratificar o que digo, reclamo como testemunha de nossas benfeitorias em prol da humanidade, os vários líderes religiosos que cá também ingressaram. Entre tantos posso citar Joseph Smith Junior (meu irmão de fé, precursor do mormonismo), Gonçalo Inácio de Loiola Albuquerque e Melo (o Padre Mororó), Charles Taze Russell (fundador das Testemunhas de Jeová), existem muitos outros, inclusive na atualidade, mais não os citarei aqui, citei estes somente para exemplificar que nada justifica o preconceito do qual temos sido vitimas por parte de alguns religiosos, e também para ilustrar o porquê da necessidade de tomarmos tanto cuidado ao admitirmos um novo membro, já que apenas buscamos homens íntegros, e que coloquem os interesses da humanidade acima dos interesses pessoais, somos filantropos, a caridade é nosso lema, nossa existência se resume em fazer justiça, levantar templos a virtude e enterrar nas masmorras da vida o vício que tantos têm aprisionado.

Somos todos homens de caridade, mais lembro que fazer caridade é algo que vai além da vontade ou de um sentimento bom, envolve gastos e isto requer dinheiro, não podemos dizer a alguém que tem fome somente algumas boas palavras e com isto pensar que saciamos todas as suas necessidades. Em função dos elevadíssimos custos da verdadeira caridade nenhum candidato precisa ser rico para ser iniciado maçom, mas, o neófito deve ter condições financeiras para honrar os compromissos gerados a partir de sua iniciação como também para ocasionalmente participar de ações sociais filantrópicas que são tão comuns aos maçons, sem com isto privar sua família de ter suas necessidades básicas atendidas. Por tudo isto é que digo; PRAZER EM CONHECÊ-LO, EU SOU MAÇOM.

Cesóstre Guimarães de Oliveira
M\M\
Loja Maçônica Humanidade e Concórdia nº 2851
GOB no Maranhão

Estigmatas e Dermografia: Chagas que não se curam

Estigmatas e Dermografia: Chagas que não se curam




Alberto Grosheniark
EstigmataA dermografia é um fenômeno caracterizado por sinais símbolos, letras ou palavras que inexplicavelmente aparecem na pele de certos sensitivos. Em alguns aspectos é semelhante ao dos estigmas que surgem nas mãos, pés, testa e peito simbolizando as chagas da Paixão de Cristo. O que diferencia os dois fenômenos é a efemeridade da dermografia que aparece e desaparece em poucos minutos, sem deixar cicatrizes. Os estigmas contudo constumam aparecer em datas certas, por vezes sangram e muitas vezes não desaparecem, deixa do cicatrizes profundas para o resto da vida.

Os sensitivos que produzem a dermografia nunca foram numerosos, mas assim mesmo existem registros de casos surgidos no séculos XIX e XX. A senhora Seymour, uma médium americana da cidade de Waykeegan foi observada pelo pesquisador Manuel Eyre.
Diz ele em seus relatórios que Seymour quando ficava em estado de transe, esticava o braço e, com o indicador da outra mão fazia movimentos como se escrevesse no ar. O braço estava coberto pela manga da blusa e o dedo ficava a cerca de 30cm de distância dele, mas quando ela arregaçava a manga via-se na pele a assinatura da entidade espiritual que daria a mensagem durante a seção. Segundo o jornal Spiritual Telegraph, a escrita aparecia em relevo podendo ser sentida ao se passar a mão sobre a pele. As palavras ficavam visíveis por 20 minutos e depois desapareciam sem deixar cicatrizes ou marcas. A senhora Seymour foi pesquisada não só por Manuel Eyre, mas por comissões  de Parapsicologia da época que investigaram estes e outros  fenómenos.
Explicando o fenômeno o professor Richet, presidente honorário da Sociedade Univeral de Estudos Psíquicos de Paris, diz que as emoções fortes e o delírio religioso podem provocar processos circulatórios envolvento trocas metabólicas de tecidos que por fim eclodem como feridas. O pesquisador inglês Hereward Carrington concorda com Richetno no aspecto de que uma forte emoção pode influenciar a parte física. Para provar sua hipótese , ele relatou um caso ao jornal Pychic Research: este indivíduo preparava-se para sair quando reparou que a maçaneta da porta da frente estava girando. A porta então se abriu e ele viu um homem que percebendo sua presença, fugiu. Era um assaltante. A parte curiosa é que este homem sentiu, naquele momento, como se o ladrão estivesse segurando seu braço, e a sensação foi de horror inexplicável. No dia seguinte, o braço estava dolorido  examinando o lugar notou que estava repleto de manchas roxas como se alguém realmente lhe tivesse apertado com força.

Stigmatas
Um tipo particular de dermografia são os estigmatas. Neles, em vez de simbolos aleatórios e palavras, os aflitos enfrentam feridas semelhantes as chagas de cristo na crucificação, nas mãos ou pulsos, nospés e entre costelas. As chagas se abrem espontaneamente, sangram durante um período de tempo em que nada que se faça é capaz de fazer o sangue parar, e de repente desaparecem ou cicatrizam. Curiosamente, os estimatas são um fenômeno que ocorre somente entre os membros da Igreja Católica. Segue o nome de alguns dos casos relatados:

  • Teresa Neuman, Stigmata  São Francisco de Assis (1186-1226)
  •   Santa Lutgarda (1182-1246), cisterciense
  •   Santa Margarete de Cortona (1247-1297)
  •   Santa Gertrude (1256-1302), beneditina
  •   Santa Clara de Montefalco (1268-1308), agostiniana
  •   Santa Angela de Foligno (1248-1309), terciária franciscana
  •   Santa Catarina de Siena (1347-1380), terciária dominicana
  •   Santa Lidwina (1380-1433)
  •   Santa Francisca de Roma (1384-1440)
  •   Santa Colette (1380-1447), franciscana
  •   Santa Rita de Cássia (1386-1456), agostiniana
  •   Beata Osana de Mântua (1499-1505), terciária dominicana
  •   Santa Catarina de Genova (1447-1510), terciária franciscana
  •   Beata Batista Varani (1458-1524), irmã clarissa
  •   Beata Lucia de Narni (1476-1547), terciária dominicana
  •   Beata Catarina de Racconigi (1486-1547), dominicana
  •   São João de Deus (1495-1550), fundador da Ordem da Caridade
  •   Santa Catarina de Ricci (1522-1589), dominicana
  •   Santa Maria Madalena de Pazzi (1566-1607), carmelita
  •   Beata Maria da Encarnação (1566-1618), carmelita
  •   Beata Mariana de Jesus (1557-1620), terciária franciscana
  •   Beato Carlos de Sezze (falecido em 1670), franciscano
  •   Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), monja da Visitação (teve somente a Coroa de Espinhos)
  •   Santa Veronica Giuliani (1600-1727), capuchinha
  •   Santa Maria Francisca das Cinco Chagas (1715-91), terciária franciscana
  •   Ana Catarina Emmerich (1774-1824), agostiniana
  •   Bem-Aventurada Elizabeth Canori Mora (1774-1825), terciária trinitariana
  •   Bem-Aventurada Ana Maria Taigi (1769-1837)
  •   Maria Dominica Lazzari (1815-48)
  •   Maria de Moerl (1812-1868)
  •   Luisa Lateau (1850-1883), terciária franciscana

Nos casos mais recentes que puderam ser estudados de perto, como o do Frade James Bruce de 1992 em Washington, observou-se que as chagas de um estigmático cicatrizam em poucas horas, e retornam a aparecer com certe periodicidade. Embora seja fenômeno religioso, os estimas não estão relacionados a sensação de júbilo e felicidade, pelo contrário, as pessoas que sofrem de estigmas dizem se sentir profundamente tristes e deprimidas nos momentos que antecedem os sangramentos. Entretanto a agonia é seguida de um imenso alívio, e em alguns casos do chamado "odor de santidade", um perfume inexplicável que apenas o estigmata relata sentir.

A visão cética do fenômeno diz que todos estes casos tratam-se de auto-mutilação consciente ou inconsciente. Um caso que dá razão a hipótese da auto-agressão é o de Teresa Neumann. Teresa nasceu numa sexta-feira da Paixão, e ao cmpletar 38 anos no dia 2 de abril de 1926 as cicatrizes da crucificação apareceram nas partes externas de suas mãos e pés. O mesmo fenômeno passou a se repetir anualmente e passou a se acompanhada de hemorragia ocular. Uma investigação profunda, feita pela própria Igreja Católica revelou contudo que as feridas eram feitas pelo próprio pai da moça.
Além disso, feridas auto-infligidas existem em certas desordens comportamentais. Se no passado, a estigmatização tinha um significado elevado e religioso, atualmente ela é vista como um sinal de perturbação psicológica. As úlceras, os antrazes, as verrugas e outras dermatites podem aparecer de forma simétrica nas mãos dando impressão de estigmatização e a infecção nas mãos pela coceira repetida pode ser aplicada aos místicos que ansiavam pela graça divina. Ou seja, eles praticavam a meditação sobre a crucificação e criavam estigmas a partir de escoriações de caráter neurótico, resultante de coceiras, até mesmo durante o sono.
Entretanto, a afirmação de que todo caso é resultado disso, sem nem sequer investigar cada um separadamente é tão ingénua quanto a de qualquer crente.  Existe ainda a possibilidade das feridas serem expressões psicossomáticas de uma fé extremamente interiorizada.

Atrocidades Bíblicas

Atrocidade Bíblicas






Confira na relação abaixo uma coleção inicial de algumas das mais notáveis atrocidade encontradas na Bíblia Cristã:

EXODUS 21:20-21 Com a aprovação divina, um escravo pode ser surrado até a morte sem punição para o seu dono, desde que o escravo não morra imediatamente.

ÊXODO 22:17 “Não deixarás viver nenhuma feiticeira."

ÊXODO 22:19 "Quem sacrificar a algum deus que não seja o único Senhor, será posto em
interdito."

EXODUS 32:27 "Cada um ponha a sua espada sobre a sua coxa; e passai e tornai pelo arraial de porta em porta e mate cada um a seu irmão, e cada um a seu amigo, e cada um a seu próximo. E os filhos de Levi fizeram conforme a palavra de Moisés; e caíram do povo aquele dia uns 3.000 homens."

LEVÍTICO 26:22 "Enviarei as feras dos campos as quais lhes deixarão sem os seus filhos."

LEVÍTICO 26:29, DEUTERONOMIO 28:53, JEREMIAS 19:9, EZEQUIEL 5:8-10 Como punição, o Senhor fará com que as pessoas comam a carne de seus próprios filhos, filhas, pais e amigos.

NUMEROS 12:1-10 Deus faz com que Miriam fique leprosa por sete dias por ela e Arão terem falado mal de Moisés.

NUMEROS 15:32-36 Um homem que no Sábado estava pegando gravetos de lenha para uma simples fogueira é apedrejado até a morte segundo a ordem de Deus.

NUMEROS 16:49 Uma praga divina mata 14.700 pessoas.

NUMEROS 21:3 Com o apoio divino os Israelitas destroem todos os Cananeus.

NUMEROS 21:6 Deus manda serpentes ardentes para matar muitos Israelitas.

NUMEROS 21:35 Com o apoio divino os Israelitas matam Ogue, seus filhos e todo o seu povo até não haver sequer um sobrevivente.

NUMEROS 25:4 "Disse Deus a Moisés: Toma todos os cabeças do povo e enforca-os ao Senhor diante do Sol, e o ardor da ira do Senhor se retirará de Israel."

NUMEROS 25:8 "Com uma lança Finéias vai até uma tenda e mata um próprio israelita e a sua mulher ferindo-os na barriga, cessando assim a praga sobre os filhos de Israel."

NUMEROS 25:9 Uma outra praga divina mata 24.000 pessoas.

NUMEROS 31:17-18 Moisés, seguindo ordem divina, ordena que os Israelitas matem todos os filhos homens dos Midianitas e todas as mulheres que já tenham conhecido homem. (Como iam saber quais as mulheres que já tinha conhecido homens?)

NUMEROS 31:31-40 Os Israelitas capturam 32.000 virgens como pilhagem na guerra. 32 são colocadas de lado (para serem sacrificadas?) como um tributo ao Senhor.

DEUTERONOMIO 2:33-34 Os Israelitas destroem completamente os homens, mulheres e crianças de Siom.

DEUTERONOMIO 7:2 Deus dá conselho aos Israelitas para destruir totalmente, sem piedade, todos que tiverem que enfrentar.
DEUTERONOMIO 20:13 "E, se o Senhor, teu Deus, a entregar nas tuas mãos, passarás a fio de espada todos os seus varões. As mulheres, porém, as crianças, o gado e tudo o que houver na cidade, todos os seus despojos, os tomarás para ti, e desfrutarás da presa dos teus inimigos, que o Senhor, teu Deus, te houver entregue".
DEUTERONOMIO 20:16 "Das cidades destas nações, que o Senhor teu Deus te dá em herança, nenhuma coisa que tem fôlego deixarás com vida".

DEUTERONOMIO 21:10-13 A mulher prisioneira: Com aprovação divina, os Israelitas podem pegar as "mulheres formosas" do inimigo e as levarem para suas casas para serem suas mulheres. Suas cabeças devem ser raspadas e suas unhas devem ser cortadas e depois "entrarás a ela e tu serás teu marido e ela tua mulher". Caso não se contente com ela, podem deixá-la partir, desde que não a vendam.

DEUTERONOMIO 28:53 "E comerás o fruto do teu ventre, a carne de teus filhos e de tuas filhas que te der o Senhor teu Deus, no cerco e no aperto com que os teus inimigos te apertarão".

JOSUÉ 6:21-27 Com aprovação divina, Josué destrói com  fio da espada os homens, mulheres e crianças da cidade de Jericó.

JOSUÉ 7:19-26 Acã, seus filhos e seu gado são apedrejados até a morte por Josué, só por ter pego despojos dos babilônios.

JOSUÉ 8:22-25 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Ai, matando 12.000 homens e mulheres, sem que nenhum escapasse.

JOSUÉ 10:10-27 Com aprovação divina, Josué destrói todo os Gibeonitas.

JOSUÉ 10:28 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Maqueda.

JOSUÉ 10:30 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Libna.

JOSUÉ 10:32-33 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Laquis.

JOSUÉ 10:34-35 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Eglom.

JOSUÉ 10:36-37 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Hebrom.

JOSUÉ 10:38-39 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Debir.

JOSUÉ 11:21-23 Com aprovação divina, Josué destrói todo o povo de Anakim.

JOSUÉ 10:40 "Assim feriu Josué toda aquela terra, as montanhas, o sul, e as campinas, e as
descidas das águas, e a todos os seus reis. Nada deixou de resto; mas tudo o que tinha fôlego destruiu, como ordenara o Senhor Deus de Israel."

JOSUÉ 11:6 O senhor ordena o mutilamento (corte dos tendões das pernas) dos cavalos.

JUÍZES 1:6 Com aprovação divina, Judá persegue Adoní-Bezeque e lhe corta os polegares e os dedões do pé.

JUÍZES 1:8 Com aprovação divina, Judá põe fogo em Jerusalém.

JUÍZES 3:29 Os Israelitas matam 10.000 moabinitas.

JUÍZES 7:19-25 O povo de Gideão destrói os Midianitas, cortam as cabeças de seus príncipes e as trazem para Gideão.

JUÍZES 16:27-30 Samsão, com a ajuda de Deus, derruba os pilares e causa sua própria morte e a de 3.000 homens e mulheres.

JUÍZES 19:22-29 Um grupo de depravados sexuais batem na porta de um ancião pedindo para que ele lhes entregue um homem que ali tinha entrado. Ao invés disso o homem lhes oferece sua filha virgem e a concubina do homem. "Eis que a minha filha virgem e a concubina dele tirarei para fora ; humilhai-as a elas, e fazei delas o que parecer bem
aos vossos olhos, porem a este homem não façais loucura semelhante." O homem lhes entrega a concubina. Eles a usam até o amanhecer. Depois disso o homem corta seu corpo em doze partes e envia cada uma das partes para cada uma das doze tribos de Israel.

1SA 18:27 David mata 200 filisteus e lhes corta os prepúcios.

SAMUEL II 4:7-8 Recabe e Baaná matam Isbosete, que estava deitado, e o decapitaram e levaram sua cabeça de presente para David.

SAMUEL II 4:12 David manda matar Recabe e Baaná e manda lhes cortar suas mãos e seus pés e pendurar seus corpos sobre um tanque.

SAMUEL II 8:4 David mutila inúmeros cavalos, cortando-lhes os tendões,.

SAMUEL II 8:5 David mata 22.000 Sírios.

SAMUEL II 8:13 David mata 18,000 Edomitas no vale do sal e faz o restante de escravos.

SAMUEL II 10:18 David mata mais de 40.000 Sírios.

SAMUEL II 11:14-27 David arma um plano para matar Urias de forma que possa desposar sua esposa.

SAMUEL II 12:1, 19 Deus mata o filho de David pelos pecados que ele cometera.

SAMUEL II 13:1-15 Amnon se apaixona por sua própria irmã Tamar, a estupra e depois a odeia.

SAMUEL II 13:28-29 Absalão irmão de Amnom manda matar Amnom.

SAMUEL II 18:6-7 20.000 homens são mortos numa batalha no bosque de Efraim.

SAMUEL II 18:15 Os soldados de Joab matam Absalão.

SAMUEL II 20:10-12 Os soldados de Joab matam Amasa e deixam-no esvaindo em sangue no meio da rua.

SAMUEL II 24:15 Deus manda uma peste que mata 70.000 homens em Israel.

REIS I 2:24-25 Salomão manda matar Adonias.

REIS I 2:29-34 Salomão manda matar Joab.

REIS I 2:46 Salomão manda matar Simei.

REIS I 13:15-24 Um homem é morto por um leão por ter comido pão e bebido água num lugar onde o Senhor lhe tinha proibido. Isso apesar do fato do homem ter sido enganado por um profeta que lhe dissera que um anjo do Senhor o tinha permitido comer e beber naquele local.

REIS I 20:29-30 Os Israelitas matam 100.000 Sírios em um dia. Um muro cai em cima dos 27.000 Sírios restantes.

REIS II 2:23-24 42 crianças são despedaçadas e mortas por ursos por terem zombado de um homem de Deus que por isso os teria amaldiçoado.

REIS II 5:27 Eliseu amaldiçoa eternamente com lepra Geazi e todos os seus descendentes.

REIS II 6:18-19 Atendendo as súplicas de Eliseu, o Senhor cega os Sírios que assim são enganados por Eliseu.

REIS II 6:29 "Cozemos pois o meu filho e o comemos. Mas dizendo-lhe eu ao outro dia: Dá cá o teu filho, para que o comamos; escondeu o seu filho."

REIS II 9:30-37 Jeú faz com que Jezabel seja morta. Seu corpo é pisoteado por cavalos. Sua carne é comida pelos cachorros. Dela só restam a caveira, os pés e as palmas das mãos.

REIS II 10:7 Jeú mata 70 filhos de Acabe, suas cabeças são cortadas e colocadas em cestos e enviadas para o seu pai.

REIS II 10:14 Jeú manda matar 43 parentes de Acabe.

REIS II 11:1 Atalia destrói toda uma família real.

REIS II 14:5, 7 Amazias mata seus servos e 10.000 edomitas.

REIS II 15:16 Menaem corta ao meio todas as mulheres grávidas.

REIS II 19:35 Um anjo do Senhor mata 185.000 assírios numa só noite.

CRONICAS I 20:3 "Então David fez serrar o povo com a serra e cortar com talhadeiras de ferro e com machados; e assim fez David com todas as cidades dos filhos de Amom."

2CH 13:17 500.000 Israelitas são assassinados.

PS 137:9 Feliz o homem que arrebentar os seus filhinhos de encontro às rochas.

IS 13:15 "Todo o que for achado será traspassado; e todo o que for apanhado, cairá a espada. E suas crianças serão despedaçadas perante os seus olhos; as suas mulheres violadas."

ISAIAS 13:18 "E os seus arcos despedaçarão os mancebos, e não se compadecerão do fruto do ventre; o seu olho não poupara os filhos."

ISAIAS 14:21-22 "Preparai a matança para os filhos por causa da maldade de sues pais."

ISAIAS 49:26 O Senhor faz com que os opressores do povo israelita comam sua própria carne e fiquem bêbados de seu próprio sangue, como se fosse vinho."

JEREMIAS 16:4 Segundo Deus "Morrerão de enfermidades dolorosas, e não serão pranteados nem sepultados; servirão de esterco para a terra; e pela espada e pela fome serão consumidos, e os seus cadáveres servirão de mantimento às aves do céu e aos animais da terra."

LAMENTAÇÕES 4:9-10 "...As mãos das mulheres piedosas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição..."
EZEQUIEL 4:12 "E comerás um biscoito de cevada, a qual cozerás, à vista deles, com
excrementos humanos."
EZEQUIEL 6:12-13 O Senhor diz: "... o que estiver longe morrerá de peste, e o que está perto morrerá pela espada, e o que ficar de resto e cercado morrerá de fome; cumprirei o meu furor contra eles ...."

EZEQUIEL 9:4-6 Ordem do Senhor: "sem compaixão... matai velhos, mancebos, e virgens, e meninos, e mulheres, até exterminá-los...."

EZEQUIEL 21:3-4 O Senhor diz que exterminará tanto o justo quanto o ímpio, ferindo-lhes a carne com sua espada.

EZEQUIEL 23:25, 47 Deus irá matar os filhos e as filhas de todas que foram prostitutas.

OZEAS 13:16"seus filhos serão despedaçados, e as suas mulheres grávidas serão abertas pelo meio."
SALMO 109:6-13 "Suscitai ao seu lado um malévolo, e um acusador esteja à sua direita. Citado em juízo, seja condenado, e fique sem efeito a sua defesa. Sejam abreviados
os seus dias, e receba outro o seu lugar. Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua esposa. Andem errantes e mendigando os seus filhos, e esmolem longe das suas casas em ruínas. Vincule-lhe o credor todos os seus bens, e os estranhos roubem as suas fadigas. Ninguém mais lhe mostre benevolência, nem haja quem se compadeça de seus órfãos. Sua descendência seja voltada ao extermínio; e na próxima geração extinga-se o seu nome."

SALMOS 137:9 "Bravo o que tomar os seus filhinhos e os esmagar contra uma pedra!"
MATEUS 3:12, 8:12, 10:21, 13:30, 42, 22:13, 24:51, 25:30, LK 13:28, JN 5:24 Muitos passarão a eternidade no Inferno com choro e ranger de dentes.

MATEUS 10:21 "... e o irmão entregará à morte o irmão, e o pai o filho; e os filhos se levantarão contra os pais, e os matarão... e odiados todos sereis por causa de meu nome."

MATEUS 10:35-36 "Porque eu vim pôr em conflito o homem contra o seu pai, e a filha contra sua mãe , e a nora contra sua sogra; e assim os inimigos do homem serão os seus familiares."

MATEUS 11:21-24 Jesus amaldiçoa os habitantes de três cidades que não ficaram impressionados com seus grandes feitos.

ATOS 13:11 Paulo propositadamente, mesmo que por um tempo provisório, cega um homem.

domingo, 9 de novembro de 2014

Emergência a bordo

     


Por Ernesto Lippmann*
É uma situação comum. Você está no avião, um passageiro se sente mal, a comissária solicita um médico. E a partir daí, surgem muitas dúvidas: O médico é obrigado a atender? O que diz a ética médica? O médico pode cobrar pelo serviço prestado a bordo? De quem? Do passageiro ou da empresa aérea? Quais são os casos mais comuns de atendimento a bordo? E se houver algum erro, o doutor é responsável? Como as empresas aéreas agem em casos de passageiros que passam mal no avião?
É algo desagradável, mas pode acontecer com qualquer um. Neste post, vamos conhecer seus direitos como passageiro e as obrigações do médico nesta situação, e vamos mostrar um pouco como cada empresa aérea vê este tipo de ocorrência. Além destes pontos vamos mostrar quais são os problemas de saúde a bordo que podem comprometer sua viagem e como evitá-los. Também vamos mostrar quais são os procedimentos que devem ser seguidos por aqueles que não estão bem de saúde mas precisam viajar. Boa viagem, e apertem seus cintos!
1. Problemas mais comuns de saúde a bordo
Cada vez mais pessoas viajam de avião. Enquanto você lê este post, há 600.000 pessoas voando em aviões comerciais. Imagine numa cidade deste porte, quantos habitantes estariam doentes? E seria possível imaginar que não houvesse qualquer hospital para atendê-los? E se esta “cidade” fosse um ambiente insalubre, que pode agravar diversos problemas de saúde?
É exatamente isto que ocorre quando você viaja, devido às condições da cabine de passageiros dos aviões, que tem sua pressão mantida artificialmente, a chamada pressurização, além de níveis de oxigenação e umidade mais baixos do que os que encontrados em terra, especialmente nos aviões mais novos que recirculam parte do ar interno, ao contrário dos primeiros jatos, onde o ar era renovado constantemente.
Outros decorrem da precarização da condição da classe econômica, em lugares cada vez mais apertados, que agravam problemas circulatórios, como as tromboses e as embolias a bordo.
Este problema é agravado pelo alcance cada vez maior das aeronaves, sendo comuns voos cada vez mais longos, que chegam a representar mais de 14 horas sem escalas, podendo levar a trombose venosa profunda (TVP) e sua mais temível consequência, a embolia pulmonar, decorrente do surgimento de coágulos de sangue nas veias das pernas, que podem viajar pela corrente sanguínea até se fixarem no pulmão, o que pode ser fatal.
É fato que o número de atendimentos a bordo vem crescendo, e “a cada dia ao menos uma emergência médica ocorre em voos comerciais que saem do Brasil, ou chegam ao pais, em casos que vão de desmaios a paradas cardíacas (….) Em 2013 foram 371 casos em voos internacionais em que o Brasil foi origem ou destino; duas pessoas morreram. No mundo, a empresa Medaire, líder do setor, fez 28.866 atendimentos médicos, 79 por dia – houve cem mortos . E estes números não incluem os voos domésticos.
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2. Evitando problemas de saúde a bordo.
Para evitar os problemas de saúde mais comuns a bordo, se recomenda não viajar em regra pelo menos 15 dias depois de procedimentos cirúrgicos, inclusive aqueles realizados por dentistas, salvo se autorizado pelo médico. Também se recomenda não voar quando estiver com intensa congestão nasal ou diagnóstico de sinusite aguda e/ou otite média, não fumar antes de embarcar, beber líquidos durante a viagem, se movimentar o máximo possível dentro do avião e em voos mais longos usar meias compressoras, e evitar roupas muito apertadas.
A dra. Vânia Elizabeth Ramos Melhado, presidente da Sociedade Brasileira da Medicina Aeroespacial (SBMA) e professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, e da cartilha “Doutor, posso viajar de avião?”, onde são detalhadas várias condições de saúde e suas restrições para viajar, recomenda também uma dieta com poucas fibras um dia antes da viagem (pois sempre há a o desagradável fenômeno da expansão de gases), tomar bastante líquido, escolher roupa confortável, usar meia elástica e fazer exercícios com os pés para evitar a trombose, associada à imobilidade por muitas horas seguidas. “As pessoas ligam o péssimo hábito de tomar bebida alcoólica a uma sensação de relaxamento, mas estão piorando a situação. O ambiente é seco, frio e desidrata.”
O cardiologista Sérgio Timerman, diretor do comitê de emergências cardiológicas da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), esclarece que problemas como pneumonia, doença pulmonar obstrutiva crônica, asma aguda, pneumotórax e doença cardíaca podem agravar o quadro de hipóxia (baixa de oxigênio) e devem ser objeto de consulta prévia com o médico.
3. Passageiros com problemas especiais de saúde, trâmites para o embarque e necessidade de autorização
Os passageiros que tenham condições especiais de saúde, que precisam de atendimento especial por questão de saúde, ou tenham condições que possam se agravar a bordo, ou tenham necessidades especiais e precisam voar com acompanhante, devem preencher o formulário de informação médica (MEDIF que está disponível nos sites de todas as empresas aéreas) e estão sujeitos a aprovação prévia da empresa para poderem viajar, o que ocorre quando o passageiro:
- Sofre de alguma doença que seja contagiosa;
- Possa desenvolver qualquer comportamento ou condição física incomum, que possa gerar efeito adverso ao bem-estar e conforto de outros passageiros ou da tripulação;
- Precise de atenção médica ou equipamentos especiais para manter sua saúde durante o voo (oxigênio ou maca);
- Possa ter sua condição médica agravada durante ou por causa do voo;
- Necessite de acompanhamento médico ou de tratamento médico a bordo.
Segundo o site da TAM, os problemas de saúde geralmente considerados inaceitáveis para uma viagem aérea são:
• Anemias severas
• Otite média e sinusite aguda
• Doenças contagiosas ou infecciosas ativas
• Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) ou outras patologias cianóticas descompensadas
• Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com menos de 6 semanas
• Doença respiratória grave ou pneumotórax recente
• Lesões gastrintestinais que podem causar hematêmese, melena ou obstrução intestinal
• Pós-operatório recente (10 dias para operações abdominais simples e 21 dias no caso de cirurgia torácica ou cirurgia invasiva nos olhos sem uso de laser)
• Fraturas de mandíbula com imobilização (a menos que esteja com acompanhamento profissional) • Doença mental instável (a menos que esteja viajando com acompanhamento profissional e devidamente medicado para a viagem)
• Doença epiléptica não controlada (a menos que esteja viajando com acompanhamento profissional)
• Gestantes com mais de 35 semanas e multíparas com mais de 32 semanas
• Crianças com menos de 7 dias de vida
• Introdução recente de ar em cavidades do corpo para fins diagnósticos ou terapêuticos (nos últimos 7 dias)
As pessoas portadoras de necessidades especiais, tem seus direitos previstos na Resolução 280 da Anac, que vale apenas para voos nacionais, mas que também se aplica a gestantes, lactantes, pessoa acompanhada por criança de colo, ou qualquer pessoa que por alguma condição específica tenha limitação na sua autonomia como passageiro, inclusive devido a problemas temporários de saúde.
Se houver necessidade de um acompanhante, em função de problemas de saúde, ou de necessidades especiais para aquele que viaje em maca ou incubadora; em virtude de impedimento de natureza mental ou intelectual, não possa compreender as instruções de segurança de voo; ou não possa atender às suas necessidades fisiológicas sem assistência, a Resolução estabelece que deve ser dado desconto de 80% sobre a tarifa do passageiro que necessita de assistência, sendo que nestes casos a GOL oferece 100% de desconto sobre a tarifa. A Azul também informa sobre estes procedimentos no seu site e a Avianca informa que não transporta passageiros em maca, nem admite o uso de oxigênio medicinal a bordo. O site da TAM não traz qualquer informação à respeito.
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4. Casos mais comuns de atendimento a bordo
Segundo o New England Journal of Medidicne, que revisou as chamadas de emergência a bordo de cinco companhias aéreas, de 1 Janeiro de 2008 a 31 Outubro de 2010. Os problemas mais comuns foram a síncope ou pré-síncope (37,4%), sintomas respiratórios (12,1%) e náuseas ou vômitos (9,5%).
Passageiros médicos prestaram assistência em 48,1% das emergências médicas a bordo e 7,3% dos voos foram desviados. De 10.914 pacientes, 25,8% foram transportados para um hospital, 8,6% foram internados e foi observado óbito em 0,3% dos casos. Os motivos mais comuns de admissão foram provável acidente vascular cerebral, sintomas respiratórios e sintomas cardíacos.
5. O dever de prestar socorro do médico.
O Código de Ética médica é claro no sentido de que, havendo necessidade, o médico que estiver a bordo deve atender ao chamado do comissário. É disto que trata o princípio fundamental VII, e o artigo 7 do Código de Ética Médica, que afirmam:
VII – O médico exercerá sua profissão com autonomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente.
Art. 7º Deixar de atender em setores de urgência e emergência, quando for de sua obrigação fazê-lo, expondo a risco a vida de pacientes, mesmo respaldado por decisão majoritária da categoria.
A falta de atendimento do médico a bordo, pode assim configurar infração ética, e até mesmo a possibilidade do profissional responder pelo crime de omissão de socorro, mas o médico não tem o dever de prontidão quando embarca na condição de passageiro em voo comercial.
5.1 Dever de prontidão do médico
O dever de prontidão e de atendimento do médico é inerente à sua condição profissional. Assim, o médico que se encontra de plantão num hospital tem o dever de atender numa situação que represente um risco à vida. Já ao embarcar como passageiro, o médico não tem o mesmo dever de prontidão que teria num ambiente profissional na cabine de um avião, na qual viaja como passageiro pagando sua passagem. Isto significa que num ambiente profissional o médico deve estar descansado e com seu raciocínio apto a realizar julgamentos profissionais, o que pode não ocorrer quando viaja.
Como fica a situação do médico que embarca num voo internacional, após trabalhar num plantão de 48 horas e tomar dois copos de vinho para relaxar? Ele provavelmente não estará com condições adequadas para atender e, ao meu ver só deve atender se for o único a bordo, e ainda assim informando estas condições ao paciente.
É ilegal que o médico beba a bordo? Ou que tome um ansiolítico para dormir? E, se nestas situações ele não se sentir capacitado a atender? Como veremos, nestas situações não há infração ética, nem omissão de socorro.
5.2. Omissão de socorro a bordo
Dispõe o art. 135 do Código Penal ser crime “Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.
Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Segundo os tribunais, a caracterização e a punição deste crime dependem da constatação do dolo pelo juiz, ou seja: para que o médico seja considerado culpado do assunto, deve ter consciência da ilicitude. Isto significa que ele deve saber que está contrariando o direito, ou seja, ter consciência das exigências objetivas de cuidado que é necessário que ele proporcione.
Assim, os casos de médicos condenados por omissão de socorro ocorrem nos hospitais, em situações nas quais os profissionais estavam contratados para trabalhar e conscientes da necessidade de atender e se recusam a tratar do paciente. Não localizei qualquer julgado que tratasse de questões ou acusações de omissão de socorro ocorridas no interior de aeronave, nas pesquisas que fiz.
Dessa forma, o médico que estiver dormindo na sua poltrona e não ter ouvido o chamado, ou até mesmo alegue tal fato, dificilmente será condenado por este crime. Além disto, trata-se de crime de menor potencial ofensivo, possibilitando a concessão de benefícios previstos na Lei 9.095, como a transação penal (artigo 76) e ainda o sursis processual (artigo 89), ou seja, na prática um médico não irá para a cadeia por deixar de atender alguém a bordo. Mas, há alguns pontos que merecem ser aprofundados como a questão ética e responsabilidade do médico.
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5.3 Eticamente o médico deve atender ao chamado
Eticamente não há dúvida: o médico deve atender assim que convocado pela tripulação. Esta é a posição oficial do Conselho Federal de Medicina, que fiscaliza o exercício da Profissão de Médico, pois o médico é médico é obrigado a seguir o Código de Ética Médica.
E se ele não for observado, qualquer paciente pode representar ao CRM o chamado processo ético disciplinar, que apurará se o médico agiu corretamente e de acordo com a ética médica. Neste processo tanto o médico pode ser considerado inocente quanto culpado, com penalidades que vão desde uma advertência até a perda de sua licença para praticar a medicina.
O Código de Ética Médica é claro quanto ao dever do médico de atender numa situação de emergência, ou mesmo do simples pedido de paciente a bordo, pois o alvo ético da profissão de médico toda a sua atenção é a saúde do ser humano, sendo que se houver mais de um médico a bordo, deve ser dada preferência ao que tiver a especialidade mais próxima daquela requisitada pela necessidade do paciente.
No processo Consulta CFM nº 5.353/96 foi decidido que “o médico, quando chamado a prestar assistência a bordo de aeronaves, tem o dever ético e a obrigação legal de fazê-lo, cabendo a princípio cobrar ao paciente o atendimento realizado”
Segundo o parecer do CFM, “a boa norma condiciona o médico a apresentar-se sempre que for solicitado a identificar-se profissionalmente, especialmente sendo ele o único da área de saúde presente na aeronave. É seu dever não se omitir ao chamamento para atender uma intercorrência médica a bordo.
Estatisticamente, é do conhecimento de todos que os distúrbios habituais verificados durante um voo costumam ser de pouca ou quase nenhuma gravidade, sendo muito rara a constatação de grave distúrbio à saúde ou mesmo a ocorrência de óbito.
A propósito, não faz muito tempo a imprensa divulgou a proeza de dois médicos ingleses que realizaram, em pleno voo, drenagem de hemitórax de um passageiro, após diagnosticarem pneumotórax hipertensivo. Com certeza, este procedimento só foi possível graças à presença de médico a bordo e a adoção de uma conduta correta, embora improvisada, no momento oportuno, salvando uma vida. O mesmo poderia ter ocorrido, por exemplo, caso se constatasse edema de glote em um passageiro, cuja medida heróica e impostergável seria a realização de uma traqueostomia.
Certamente, ao se deparar com esta modalidade de afecção, o médico, prudentemente, sabedor da falta de equipamentos indispensáveis a bordo para realizá-la, deverá em primeiro lugar optar por sugerir mudança de rota e pouso no aeroporto mais próximo. Não sendo possível a alternativa citada e levando-se em conta a gravidade da situação, agregados os atenuantes que o caso requer, na dependência, ainda, do nível de resolubilidade do profissional, poderá ele assumir a responsabilidade pelo ato comissivo que venha a praticar.”
5.4 Especialidades médicas não familiarizadas com urgências
Geralmente quando se chama o médico a bordo é para algo que seja grave, ou que se supõe ser grave, mas nem todo médico trata com emergências e urgências, e nem mesmo necessita ter prática clínica. Há diversas especialidades que não atuam em casos envolvendo problemas clínicos de urgência como reumatologistas, radiologistas, dermatologistas, psiquiatras, médicos legistas e peritos previdenciários, dentre outros.
Segundo uma reportagem da Revista Isto é “no ano 2000, por exemplo, a Agência de Administração de Aviação Americana registrou uma média de 15 emergências por dia. Nos casos mais graves, houve desvio de rota para providenciar atendimento hospitalar. “Um dos dados mais impressionantes desse estudo é que, apesar de haver médicos a bordo em 85% dos voos registrados, menos de 1% sabia realizar os procedimentos de ressuscitação cardiopulmonar”, explica o cardiologista Sergio Timerman .
Nestes casos, a preferência deve ser dada ao médico que tenha uma especialidade que seja compatível com o quadro clínico do passageiro. Todavia, não havendo especialista disponível, o médico presente deve fazer o seu melhor, ainda que não se sinta familiarizado com o procedimento, como por exemplo um psiquiatra cuidando de um cardíaco grave, que deve prestar o atendimento, sob pena de ser processado por omissão.
5.4. Falta de proteção para evitar a contaminação do médico
O médico não é obrigado a atender com risco de sua própria vida, se houver risco dele ser contaminado com doença infecto contagiosa, e não houver material de proteção a bordo, o que vale inclusive para a atual epidemia do Ebola.
6. Responsabilidade profissional do médico que atende a bordo
O médico, como regra geral, responde pelo serviço prestado de forma inadequada, do qual resulte o agravamento de saúde do paciente, ou pela perda de uma chance de tratamento, como em qualquer atendimento, caso em que pode ser cobrada uma indenização do médico.
Naturalmente, as peculiaridades de cada caso precisam ser consideradas para se aferir a eventual culpa do profissional, como a questão da falta de meios de diagnóstico auxiliares no avião como laboratórios, raios X, tomógrafos, etc. e de materiais e condições para procedimentos cirúrgicos.
O médico também pode estar cansado, ter dificuldades em compreender o idioma do passageiro, dentre outros problemas que podem dificultar o atendimento a bordo, e diferenciá-lo para fins de responsabilização daquele que é prestado em um hospital.
Nestes casos, não se exige que o médico seja um herói, ou aja com perfeição, especialmente se o atendimento é feito em uma especialidade diferente daquela em que o médico costuma atender. A eventual responsabilização do médico que foi forçado, por ser o único a bordo a atender, numa área na qual não tem prática, nem familiaridade com o problema de saúde do paciente deve ser vista com a máxima prudência pelo Judiciário, pois se houver uma responsabilização excessiva do médico, a tendência é de que estes profissionais, para se protegerem, passem a não atender aos chamados, em especial quando não forem familiarizados com emergências.
7. Responsabilidade pelo pagamento de honorários médicos, e pelo atendimento prestado ao paciente
O médico não tem a obrigação de trabalhar gratuitamente, nem as empresas aéreas têm o dever legal de prestar serviços médicos a bordo. Para a companhia, o médico é tratado como um voluntário e as empresas reiteram que não têm qualquer responsabilidade, seja pelo pagamento do médico, seja pelo tratamento oferecido, no que do ponto de vista jurídico têm razão.
A empresa só terá responsabilidade sobre o ocorrido, se o médico decidir que é o caso de interromper o voo para que o paciente seja encaminhado a um hospital e o comandante recusar o pedido, desde que haja um aeroporto disponível para pouso.
Assim, a responsabilidade pelo pagamento dos serviços do médico é sempre do passageiro que sofreu o atendimento e cabe ao médico valorar os seus serviços, e apresentar a cobrança que entende como devida.
Caso o paciente não concorde com o valor, caberá ao médico ajuizar uma ação contra o paciente, e o juiz avaliará o valor correto a ser pago pelos serviços, tendo-se por base os valores cobrados no mercado pelo procedimento.
A empresa aérea não tem qualquer responsabilidade sobre este atendimento, embora muitas tripulações, por cortesia, e quando seja possível, agradeçam o médico que atendeu, com um upgrade para uma classe superior, o que parece ser algo adequado.
8. Empresas aéreas que prestigiam o médico a bordo
Duas empresas prestigiam o médico a bordo, a Lufthansa no seu programa “Doctor on board”, que oferece bônus de milhagem, descontos especiais em passagens, cursos de medicina a bordo a preços reduzidos e seguro contra eventuais processos ocorridos em atendimentos a bordo, salvo no caso de culpa grave. A Turkish Airlines também tem um programa semelhante, o Smiling Doctors.
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Certamente você será melhor atendido se tiver uma emergência a bordo de uma destas empresas, pois haverá maior facilidade em localizar o médico, e menor receio deste em atender ao paciente, devido ao seguro contra processos que é oferecido por estas empresas. Fica a sugestão às empresas nacionais para que copiem estes programas e privilegiem os médicos pela sua atuação dentro de seus aviões.
9. Treinamento dos tripulantes
A formação em primeiros socorros faz parte das matérias do curso de comissário de bordo, e todas as empresas consultadas enfatizam que realizam treinos adicionais para casos mais complexos como paradas cardiorrespiratórios.
Além do kit de primeiros socorros, as aeronaves da Azul, da Gol, e de todas as empresas que voam para os Estados Unidos, onde é obrigatório por lei, e grande parte das empresas europeias dispõem de aparelhos conhecidos como DEA (Desfibrilador externo automático), utilizado em casos de vítimas inconscientes em parada cardiorrespiratória. Todos os voos com estes equipamentos têm comissários aptos a operá-los, em caso de necessidade, caso não haja um médico presente.
A TAM dispõe de suporte médico remoto em voos internacionais por meio da MedAire, (medaire.com) empresa internacional de gerenciamento de risco médico em aviação civil, que possui expertise aeronáutica em apoio médico remoto pré e durante voo, e orienta a tripulação e o médico voluntário mediante contato por rádio que é feito entre o médico que atende no avião e um especialista na sede da empresa.
10. Uma proposta de alteração de lei, em favor do passageiro
É natural que frente à judicialização da medicina, ou seja a tendência cada vez maior dos pacientes em questionarem o trabalho dos médicos perante a Justiça, especialmente quando o atendimento resulta em falecimento do paciente, haja receio do médico em atender ao chamado do “médico a bordo”.
Uma das conclusões que faço é a necessidade de que haja um seguro pago pelas empresas aéreas, que se de um lado não têm responsabilidade pelo atendimento a bordo, de outro devem proporcionar um seguro para que o médico que atende não tenha que responder por um processo, salvo no caso de culpa grave.
O medo de ajudar e ser processado é real por parte do médico. Pela minha experiência profissional – sou advogado – o médico que é processado é sempre um perdedor. Além o stress que é decorrente da situação de ser réu numa ação judicial, deve pagar os custos do advogado, do seu assistente técnico, ou seja do médico que irá mostrar do ponto de vista técnico ao juiz se sua atuação foi correta, e dificilmente conseguirá o reembolso destes valores, mesmo quando é declarado pelo juiz que seu atendimento foi o correto e que ele fez o possível.
Assim, acredito que o artigo 281 do Código Brasileiro do Ar, que já estabelece o seguro obrigatório de responsabilidade civil para os passageiros no caso de acidente, deveria ter um item adicional que tornasse obrigatório o seguro da responsabilidade financeira sobre o questionamento do médico ou profissional de saúde que atendesse a bordo, salvo no caso de culpa grave. Trata-se de algo com um custo irrisório, mas com um grande benefício social.
A adoção deste seguro traria maior segurança para que os médicos atendessem e aumentaria a resposta aos chamados. Levo também a sugestão para que nossas empresas adotem programas como o da Lufthansa e da Turkish Airlines, que prestigiam o médico a bordo, realizam este seguro, e garantem o rápido atendimento do passageiro.
E você, achou úteis as informações deste post? Se gostou, compartilhe! E, relate a sua experiência nos comentários. Já teve que ser atendido a bordo, como foi? E os leitores que são médicos poderiam contar como foram suas experiências profissionais?
*Ernesto Lippmann, conhecido como o Pato Econômico, é advogado e autor de vários livros na área do Direito, mas também é especialista em dicas fantásticas para economizar nas viagens mundo a fora.

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vacina contra o Ebola

               Uma vacina em spray nasal tem o potencial de proteção prolongada contra o vírus do Ebola
05/11/2014

Uma vacina nasal que está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Texas em Austin proporcionou uma proteção prolongada em primates não humanos contra o vírus letal do Ebola. Os resultados de um estudo pré-clínico a pequena escala representam a única evidência até o momento de que uma só dose de uma plataforma de vacina não injetável para o Ebola é duradoura, o qual poderia ter impactos globais importantes no controle de surtos epidêmicos futuros. A pesquisa está se apresentando em 5 de novembro de 2014 no Congresso e Exposição Anual da American Association of Farmaceutical of Scientists (AAPS), o congresso de ciências farmacêuticas mais extenso do mundo, em San Diego, de 2 a 6 de novembro.                                  

O vírus do Ebola é uma doença no geral mortal que se propaga através da população humana pelo contato direto com sangue ou líquidos corporais de um indivíduo infectado. O surto epidêmico atual do Ebola na África Ocidental é a epidemia mais extensa e mais complexa desde que o vírus foi descoberto inicialmente em 1976, segundo a Organização Mundial da Saúde. Este surto epidêmico tem uma taxa de mortalidade que na atualidade alcança valores de 70%, por isso as autoridades o estão declarando como uma emergência em saúde pública de preocupação internacional.

Maria Croyle, professora do Colégio de Farmácia na Universidade de Texas em Austin, Kristina Jonsson-Schmunk, aluna de grau em farmácia, e colaboradores na universidade desenvolveram uma formulação nasal que melhorou a sobrevivência de primates não humanos imunizados de 67% (2 de 3) a 100% (3 de 3) depois da estimulação com 1000 unidades formadoras de placa do Ebola Zaire 150 dias depois da imunização. Isto é importante já que apenas 50% dos primates que recebem a vacina pela via habitual (injeção intramuscular) sobreviveram a este desafio.

«O Ebola produz surtos epidêmicos devastadores com taxas de mortalidade de 25% a 90% na África e Ásia. Apesar de que foram atingidos avanços na compreensão das características biológicas do vírus, na atualidade não se dispõe de vacinas ou tratamentos autorizados. Há a necessidade urgente de uma vacina que não apenas evite a transmissão continuada de uma pessoa para outra, mas também ajude a controlar futuros incidentes», disse Jonsson-Schmunk. «A principal vantagem da plataforma de nossa vacina a respeito de outras que se encontram em testes clínicos é a proteção duradouro depois de uma só dose intranasal. Isto é importante já que não foi elucidada plenamente a longevidade de outras vacinas para o Ebola que na atualidade estão se avaliando. Por outra parte, o método de imunização em spray nasal é mais atrativo que uma vacina com agulha dado os custos inerentes à distribuição e a tolerabilidade das seringas».

A seguinte etapa da pesquisa da  Dra. Croyle é um estudo clínico de fase I que avalie a eficácia de sua vacina em seres humanos. Também serão estudados mais a fundo os dados preliminares obtidos para a administração da vacina como um filme delgado sob a língua em primates não humanos.

Referências:

Croyle M. et al, A Single Dose Respiratory Recombinant Adenovirus-Based Vaccine Provides Long-Term Protection for Non-Human Primates from Lethal Ebola Infection. Molecular Pharmaceutics, 2014; 141101110031000 DOI: 10.1021/mp500646d

Fonte: Science Daily

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Tetracromatismo: as mulheres que enxergam cores invisíveis.

 

Tetracromatismo: as mulheres que enxergam cores 'invisíveis'

  • 2 novembro 2014
   
Em tese, só as mulheres têm possibilidade de ter tetracromatismo
A professora americana Concetta Antico passou anos levando seus alunos de arte para o mesmo parque. Ela costumava perguntar a todos: "Vejam a luz na água, vocês conseguem ver o rosa brilhando naquela rocha? Ou o fio vermelho naquela folha?"
Só depois de muitos anos que ela descobriu que seus alunos estavam apenas respondendo "sim" por educação. Ninguém via as mesmas cores que ela.
Ela sofre com uma condição conhecida como tetracromatismo. Graças à variação de um gene que influencia no desenvolvimento das retinas, pessoas como Antico veem cores invisíveis para a maioria de nós.
Um exemplo é uma trilha cheia de pedras. Para a maioria, ela é cinza e sem graça. Para Antico, o caminho parece mais uma vitrine de joalheria.
"As cores das pedras 'saltam' em tudo que é direção, com laranjas, amarelos, verdes, azuis e rosas. Eu fico espantada quando descubro que os outros não veem isso", diz ela.

Cones e daltonismo

Tetracromatismo é uma condição rara.
Pinturas de Concetta Antico mostram como ela vê as cores diferente dos demais
Por muito tempo, acreditava-se que todos percebiam as cores da mesma forma. Quase todos possuem três tipos de cones, que são células na retina. Cada tipo responde a uma frequência diferente de cor.
Daltônicos possuem um defeito em um dos cones, e por isso têm dificuldade de distinguir entre algumas cores, como verde e vermelho, por exemplo.
Alguns animais são dotados com um "quarto cone". É o caso de peixes dourados e o pássaro diamante-mandarim. Esses animais provavelmente conseguem distinguir melhor as nuances entre as cores.
Há 20 anos, os cientistas Gabriele Jordan, da Universidade de Newcastle, e John Mollon, de Cambridge, levantaram a hipótese de humanos poderem fazer isso.
Condição especial fez Antico se destacar no mundo das artes
A hipótese é baseada no fato de o cromossomo X carregar dois tipos de cones - que percebem o vermelho e o verde. Como as mulheres possuem dois cromossomos X, elas poderiam, em tese, carregar quatro cones diferentes, cada um sensível a um espectro de cores diferentes. Essa hipótese dos quatro cones que deu origem ao termo "tetracromatismo".
Em tese, ela só se aplica a mulheres, já que os homens não possuem dois cromossomos X.

'Ir no supermercado é um pesadelo'

Provar essa hipótese dos cientistas foi uma jornada longa de duas décadas. Jordan e Mollon passaram anos administrando um teste de cores em vários voluntários. As cores apresentadas tinham diferenças tão sutis que apenas uma pessoa com quatro cones poderia percebê-las.
Em 2010, eles finalmente acharam uma pessoa capaz de fazer isso. A identidade dessa pessoa foi preservada, mas a pesquisa publicada fez com que vários outras pessoas com tetracromatismo se voluntariassem para outros estudos.
Uma delas é Maureen Seaberg, uma jornalista americana que passou anos reclamando das roupas que as pessoas usavam. Ela achava que muitas pessoas não sabiam combinar bem uma saia com uma blusa, por exemplo. Ao reformar sua casa, ela rejeitou 32 tipos de tintas diferentes até achar a ideal.
"O bege era amarelado demais, e não tinha tons azuis o suficiente; o amêndoa era alaranjado demais", conta ela. Esse tipo de descrição só confundia os seus decoradores e arquitetos.
Com cone extra nos olhos, diferentes tons de cores são percebidos
Antico conta que sempre soube que tinha uma visão especial e diferente da dos demais. Justamente sua sensibilidade aguçada a levou ao mundo das artes. Hoje ela é dona de uma galeria em San Diego, na Califórnia.
Suas pinturas são vibrantes em cores. Um eucalipto comum vira uma erupção de violetas, amarelos e verdes. Se os quadros realmente são uma representação de como ela vê o mundo, o resultado mostra que sua percepção é radicalmente diferente da maioria das pessoas.
Foi um cliente da galeria que sugeriu que ela fosse trabalhar com a cientista Kimberly Jameson, da Universidade da Califórnia. Jameson imediatamente suspeitou que a resposta estava nos genes.
O ganho em sensibilidade - apesar de parecer ser uma habilidade extra - pode também ser uma maldição.
"Ir ao supermercado é um pesadelo. É como uma lata de lixo de cores pulando de tudo que é lado", conta. Por isso, sua cor preferida é o branco.
"As pessoas acham incrível que minha cor favorita seja o branco, mas isso faz sentido porque ela é pacífica e agradável aos olhos. Ainda tem bastante cor presente ali, mas elas não me agridem."
Antico e Jameson querem criar um sistema de treinamento com crianças com tetracromatismo, para que elas aprendam a usar melhor seu potencial raro.
Como professora de arte, Antico tem uma ambição ainda maior: a de mostrar aos demais como ela enxerga o mundo. Sem o gene extra, é impossível que as pessoas consigam as cores que ela enxerga. Mas ela trabalha descrevendo os diferentes tons a quem não consegue enxergá-los.
Isso se tornou ainda mais importante depois do nascimento de sua filha. A artista americana que possui um dom raro não conseguiu passar esses genes a sua filha. E curiosamente o oposto aconteceu: a filha nasceu com daltonismo.

Médicos que ressuscitam mortos querem testar técnica em humanos.

               

Médicos que 'ressuscitam mortos' querem testar técnica em humanos

  • 4 novembro 2014
   
Técnica para estender vidas por algumas horas nunca foi testada em humanos
"Quando seu corpo está com temperatura de 10 graus, sem atividade cerebral, batimento cardíaco e sangue - é um consenso que você está morto", diz o professor Peter Rhee, da universidade do Arizona. "Mas ainda assim, nós conseguimos trazer você de volta."
Rhee não está exagerando. Com Samuel Tisherman, da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, ele comprovou que é possível manter o corpo em estado "suspenso" por horas.
O procedimento já foi testado com animais e é o mais radical possível. Envolve retirar todo o sangue do corpo e esfriá-lo até 20 graus abaixo da sua temperatura normal.
Quando o problema no corpo do paciente é resolvido, o sangue volta a ser bombeado, reaquecendo lentamente o sistema. Quando a temperatura do sangue chega a 30 graus, o coração volta a bater.
Os animais submetidos a esse teste tiveram poucos efeitos colaterais ao despertar. "Eles ficam um pouco grogue por um tempo, mas no dia seguinte já estão bem", diz Tisherman.

Testes com humanos

Tisherman causou um frisson internacional este ano quando anunciou que está pronto para fazer testes com humanos. As primeiras cobaias seriam vítimas de armas de fogo em Pittsburgh, na Pensilvânia.
Nesse caso, são pacientes cujos corações já pararam de bater e que não teriam mais chances de sobreviver, pelas técnicas convencionais. O médico americano teme que, por conta de manchetes imprecisas na imprensa, tenha-se criado uma ideia equivocada da sua pesquisa
Peter Rhee ajudou a criar técnica inovadora que envolve retirar o sangue do paciente
"Quando as pessoas pensam no assunto, elas pensam em viajantes espaciais sendo congelados e acordados em Júpiter, ou no [personagem] Han Solo, de Guerra nas Estrelas", diz Tisherman.
"Isso não ajuda, porque é importante que as pessoas saibam que não se trata de ficção científica."
Os esforços para trazer as pessoas de volta do que se acredita ser a morte já existem há décadas. Tisherman começou seus estudos com Peter Safar, que nos anos 1960 criou a técnica pioneira de reanimação cardiorrespiratória. Com uma massagem cardíaca, é possível manter o coração artificialmente ativo por um tempo.
"Sempre fomos criados para acreditar que a morte é um momento absoluto, e que quando morremos não tem mais volta", diz Sam Parnia, da Universidade Estadual de Nova York.
"Com a descoberta básica da reanimação cardiorrespiratória nós passamos a entender que as células do corpo demoram horas para atingir uma morte irreversível. Mesmo depois que você já virou um cadáver, ainda existe como resgatá-lo."
Recentemente, um homem de 40 anos no Texas sobreviveu por três horas e meia com a reanimação cardiorrespiratória.
Segundo os médicos de plantão, "todo mundo com dois braços foi chamado para se revezar fazendo as compressões no peito do paciente".
Durante a massagem, ele continuava consciente e conversando com os médicos, mas caso o procedimento fosse interrompido, ele morreria. Eventualmente ele se recuperou e acabou sobrevivendo.
Esse caso de rescucitação ao longo de um grande período só funcionou porque não havia uma grande lesão no corpo do paciente. Mas isso é raro.

'Limbo'

A técnica desenvolvida agora por Tisherman é baseada na ideia de que baixas temperaturas mantêm o corpo vivo por mais tempo - cerca de uma ou duas horas.
O sangue é retirado e no seu lugar é colocada uma solução salina que ajuda a rebaixar a temperatura do corpo para algo como 10 a 15 graus Celsius.
Em experiência com porcos, cerca de 90% deles se recuperaram quando o sangue foi bombeado de volta. Cada animal passou mais de uma hora no "limbo".
Técnica de massagem cardíaca já ajuda a estender a vida de pessoas com paradas
"É uma das coisas mais incríveis de se observar: quando o coração começa a bater de novo", diz Rhee.
Após a operação, foram realizados vários testes para avaliar se houve dano cerebral. Aparentemente nenhum porco apresentou problemas.
O desafio de obter permissão para testar em humanos tem sido enorme até agora. Tisherman e Rhee finalmente receberam permissão para testar sua técnica com vítimas de tiros em Pittsburgh.
Um dos problemas a ser contornado é ver como os pacientes se adaptam com o sangue de outra pessoa. Os porcos receberam o próprio sangue congelado, mas no caso dos humanos será necessário usar o estoque do banco de sangues.
Se der certo, os médicos acreditam que a técnica poderia ser aplicada não só vítimas de lesões, como tiros e facadas, mas em pessoas com ataque cardíaco.
A pesquisa também está levando a outros estudos sobre qual seria a melhor solução química para reduzir o metabolismo do corpo humano.