Cinco hábitos para reverter os lapsos
Pesquisas recentes mostram que o estilo de vida influencia as funções dos neurônios. Escolhas saudáveis, portanto, podem prevenir e até mesmo reverter as falhas na memória. Especialistas da área revelam os cinco principais hábitos que, incorporados ao cotidiano, podem assegurar ou avivar suas lembranças.
Durma bem
O senso comum diz que com uma boa noite de sono o cérebro funciona melhor e lembra melhor. Diversos estudos sugerem que, durante o sono, o cérebro processa as experiências do dia, fortalecendo as conexões entre neurônios que foram formados durante o dia. Isso pode permitir lembrar a informação mais facilmente no dia seguinte. Especialistas também acreditam que, enquanto dorme, o cérebro do indivíduo enfraquece algumas conexões neuroniais antigas para dar espaço a novas. "Esse processo atua como uma faxina, descartando informações desnecessárias", explica Marcos Frank, Ph.D, professor assistente de Neurociência da Universidade da Pensilvânia. Para manter o bom funcionamento da memória, a maioria das pessoas precisa ter, no mínimo, 8 horas de sono por noite. Algumas pesquisas mostram que exercício aeróbico intenso e um banho quente de 60 a 90 minutos podem ajudar a conseguir essa quantidade de sono pelo aumento da temperatura corporal e pela liberação de hormônios que despertam o sono. Para o efeito da sedação, é preciso fazer estas atividades, no mínimo, duas horas antes de ir dormir. Se forem feitas na hora de ir para a cama, elas fazem efeito contrário.
Mexa-se
Especialistas concordam que práticas aeróbicas melhoram a memória porque elevam a qualidade do sono. Mas atividades físicas podem trazer outros benefícios. Feitos a qualquer hora, exercícios moderados fazem com que o cérebro receba mais sangue, o que significa que ele adquire mais oxigênio e nutrientes. Ambos auxiliam os neurônios a trabalhar de forma mais eficiente. Exercícios aeróbicos também aprimoram a memória pela liberação do stress, diz Victoroff. Quando o indivíduo está estressado, libera hormônios como o cortisol, que produz energia para ajudar o corpo a lidar com uma situação desafiadora. No entanto, esses hormônios danificam a memória central. Estudos em animais mostraram que, depois de poucos dias de exposição a altos níveis de cortisol, células do cérebro da memória central começaram a morrer. Praticar atividades físicas faz com que o corpo "queime" a energia extra induzida pelo stress, reduzindo os níveis de cortisol. Para isso, bastam pelo menos 30 minutos diários de exercícios moderados, como andar ou pedalar.
Inclua cafeína e chocolate
De acordo com pesquisadores, consumir um pouco de cafeína e chocolate por dia pode ajudar a reter melhor as informações. Antes, porém, é preciso escolher o tipo certo. A cafeína deve ser adquirida de chá verde ou preto. O consumo da substância fará com que o indivíduo se sinta mais alerta, absorvendo melhor as novas informações. A cafeína também possui importantes antioxidantes, que quebram as células "danificadas" do cérebro. É o que diz Jeff Victoroff, professor associado da Clínica Neurológica da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e autor de "Salvando seu cérebro" (Bantam, 2002). A única ressalva é que o chá não deve ser tomado com leite, diz Victoroff, porque ele interfere na absorção desses antioxidantes. O chocolate ainda é polêmico, já que nada ainda foi comprovado. No entanto, pesquisadores suspeitam que os componentes presentes no chocolate escuro, chamados procyanidins, agem contra a oxidação e inflamação, dois efeitos que envelhecem o cérebro. Alguns cientistas acreditam também que os procyanidins também podem contribuir para melhorar a memória porque aumentam a circulação sangüínea. "Assim, o cérebro consegue mais oxigenação e nutrientes", explica Victoroff.
Opte pela gordura certa
Para manter o cérebro em funcionamento, é preciso comer gordura diariamente. Mas, assim como a cafeína, escolher o tipo certo é fundamental. Estudos mostram que os ácidos do Ômega-3 podem evitar a perda das funções cognitivas. Certos tipos de peixe e suplementos de óleo de peixe, sementes de linho, canola, azeite e nozes contêm esses ácidos. Segundo alguns pesquisadores, todos os peixes contêm componentes que melhoram o cérebro. "Se eu tivesse que dar um simples conselho, eu diria que comer uma porção de peixe, como salmão ou sardinha, 4 vezes na semana deixa o cérebro muito bom". Por outro lado, especialistas concordam que gorduras ruins (encontradas em óleos hidrogenados) são a pior coisa para a memória. Uma dieta rica em gorduras reduz o sangue nos vasos do cérebro e baixa os níveis de HDL (colesterol bom), cuja função é evitar o entupimento nos vasos sangüíneos. Essas gorduras ruins são encontradas em batatas-fritas, frituras e bolos que contêm margarina ou óleo.
Desafie seu cérebro
Pesquisadores mostram que a estimulação intelectual é a melhor maneira de fazer com que o cérebro trabalhe bem durante toda a vida. Alguns hobbies intelectuais desafiadores, como palavras-cruzadas e quebra-cabeças, ou uma boa leitura também podem impulsionar o funcionamento do cérebro. Impor desafios previne a deterioração cognitiva porque fortalece as conexões nervosas utilizadas freqüentemente, diz Randy Buckner, professor associado de psicologia da Universidade de St. Louis. Algumas teorias dizem que estas conexões se desintegram não importando o que faça, mas estimular o cérebro o pressiona a criar outras conexões para compensar a deterioração, explica Buckner. O ideal é escolher um hobby que desafie partes do seu cérebro que o indivíduo não costuma trabalhar. "Caso o trabalho diário já seja intelectual, o melhor a fazer para o cérebro é ir para casa e ouvir música, pintar ou andar na natureza", diz Dharma Singh Khalsa, presidente do Alzheimer's Prevention Foundation.
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