domingo, 7 de abril de 2013

Tratamento da dependência química

O TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUIMICA Quase todos aqueles que sofrem com a drogadição de um parente ou amigo próximo perguntam se é possível tratar o uso de drogas de um jovem, e, caso este aceitar o tratamento conseguirá um dia seguir em frente com uma vida normal, sem grandes perdas? Para muitos leigos, só é possível algum sucesso, internando-se o dependente, não importando onde e como se processará a internação. Quem possui experiência no tratamento da dependência química sabe que só se deve internar pacientes que, depois de serem avaliados por um profissional, este aconselhe realmente a internação. Há inúmeros casos de contenção do uso de drogas, após um tratamento em consultório ou ambulatório. Com nossa experiência de tratamento de dependência química, dos mais diversos casos de dependentes, lembramos alguns passos fundamentais, exigidos para a realização do tratamento do paciente dependente químico ou usuário pesado de drogas: O tratamento depende de: Número de substâncias psicoativas ou drogas utilizadas pelo dependente ou usuário. Severidade do uso e os prejuízos na vida. Condições psicológicas do dependente. Condições de saúde do dependente Resistência do dependente a outros tratamentos Meio social/ambiental/doméstico/familiar do dependente Comorbidades que o dependente pode apresentar (exemplo: hiperatividade, depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia etc.) Objetivos do tratamento: Melhoria das condições de vida do paciente/busca da felicidade Redução da frequência das recaídas Abstinência total do paciente Fases do tratamento da Dependência Química: 1- avaliação do caso (por profissional habilitado) História clínica e psicológica do paciente História do uso de drogas. Padrão de uso das diversas drogas, incluindo tabaco. História de tratamentos anteriores que o paciente já se submeteu (clínicos, psiquiátricos e psicológicos) História social e familiar Síndrome de abstinência ao uso de drogas 2- desintoxicação medicamentosa (a cargo de um profissional médico) Para os casos de álcool, opióides e cocaína/crack, ou uso simultâneo de várias drogas. 3- tratamento propriamente dito a) – Uso de clínicas fechadas: Pacientes com overdose Síndrome de abstinência prolongada, causada por drogas como o álcool, cocaína e crack ou opióides. Comorbidades exacerbadas Riscos de suicídio Risco de violência física contra terceiros Pacientes que não respondem ao tratamento residencial Dependentes rebeldes e que não querem ser tratados b) – Uso de Ambulatórios: Pacientes mais conscientes de suas necessidades de tratamento Gestantes e mulheres com crianças Adolescentes de 13 a 15 anos Pacientes idosos c) – Uso de comunidades terapêuticas: Poli usuários de drogas (antigamente chamados de dependentes cruzados) Dependentes com longo uso de drogas Dependentes com tratamentos anteriores que falharam Pacientes com problemas com traficantes e/ou polícia. Escolha do local de tratamento do paciente: Capacidade do dependente de aceitar tratamento Capacidade do dependente de cuidar de si mesmo Capacidade tratamento das comorbidades do dependente Preferências pessoais da família do dependente Tratamento familiar: a família do dependente químico em tratamento deve frequentar grupos de apoio, como; Amor Exigente, Naranon ou outros. Se a família é muito disfuncional ou complicada, como é o caso da grande maioria das famílias que têm filhos dependentes químicos, todos os membros devem se submeter à terapia familiar, com terapeuta especializado em família. Pós-tratamento: O dependente deve frequentar grupos de apoio NA/AA. Os grupos de autoajuda recomendam para quem sai das comunidades/clínicas terapêuticas que frequente nos 90 primeiros dias, 90 reuniões de NA/AA. Tratar-se com terapeuta que de preferência utilize como ferramenta de tratamento, terapia cognitiva/comportamental. Continuar o tratamento de suas comorbidades com um psiquiatra, tomando todos os medicamentos indicados, nas doses indicadas. Modificar hábitos, sentimentos, costumes, locais e amigos que o levaram ou o mantiveram no uso de drogas. Pensar em voltar inicialmente aos estudos e depois ao trabalho, de acordo com o seu terapeuta. Se possível, fazer alguma terapia ocupacional. Ser submetido frequentemente a testes de urina para detecção de uso de drogas. Resultados obtidos com o tratamento global de dependentes químicos: Alcoolismo: 40 a 70% de sucesso Heroína: 50 a 80% de sucesso Cocaína: 50 a 60% de sucesso Nicotina: 20 a 40% de sucesso Nota: após um ano de tratamento correto (USA), com todos os recursos empregados, tem-se: recuperação de uso de cocaína: 77% de sucesso para casos normais e 80 a 85% de sucesso para casos menos graves. Resultados comparados aos de outros tratamentos de doenças difíceis de tratar: Asma: inferior a 30% de sucesso Hipertensão: inferior a 30% de sucesso Diabete: inferior a 30% de sucesso

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