quinta-feira, 28 de março de 2013

Mistério de tipo raro de sangue

Pesquisadores norte-americanos e franceses resolveram um mistério de 60 anos, relacionado a um raro tipo de sangue, conhecido como Vel-negativo. O Vel-negativo foi descoberto no início dos anos de 1950, quando um paciente sofreu uma rejeição grave após uma transfusão de sangue. Descobriu-se que ela havia desenvolvido um anticorpo potente contra uma molécula desconhecida, que pode ser encontrada na maioria das células vermelhas sanguíneas de pessoas em todo o mundo, mas não estava presente em suas células do sangue. Embora raro - aproximadamente 1 em 2.500 pessoas parecem desenvolver o sangue Vel-negativo - aqueles com este tipo podem desenvolver insuficiência renal ou vir a óbito após uma transfusão de sangue. Mas agora, o professor Bryan Ballif, um biólogo da University of Vermont, Vermont, EUA, e seus colegas descobriram os mistérios deste tipo de sangue: utilizando um espectrômetro de massa de alta resolução descobriram uma pequena proteína chamada Small Integral Membrane Protein 1 (SMIM1), que é a chave para o estudo. Relatando na EMBO Molecular Medicine, Prof. Ballif, Lionel Arnaud do French National Institute of Blood Transfusion, disse que estas descobertas trazem o objetivo de uma medicina personalizada. Muitos hospitais e bancos de sangue são incapazes de realizar testes para o tipo de sangue, porque a única maneira de determinar se alguém seria negativo ou positivo era por meio de testes, utilizando anticorpos produzidos pelas poucas pessoas, previamente identificadas como Vel-negativa, após a rejeição do sangue transfundido. Mas Ballif e seus colegas desenvolveram dois testes rápidos, baseados em DNA que podem identificar o Vel-negativo no sangue, em um processo que facilmente integrado a procedimentos de testes sanguíneos já existentes e completado em poucas horas. Arnaud e seus colegas, em Paris, utilizaram alguns dos raros anticorpos Vel-negativo para, bioquimicamente, purificar a proteína desconhecida, a partir da superfície de eritrócitos e enviarem para Ballif, em Vermont. Depois de procurar entre milhares de proteínas, Prof Ballif finalmente encontrou uma molécula prevista, que nunca havia sido antes observada, utilizando um espectrômetro de massa de alta resolução. Foi então que a equipe de Arnaud em França testaram 70 pessoas conhecidas como Vel-negativas e verificaram que havia um pequeno fragmento de DNA ausente no gene que instrui as células sobre como fabricar a SMIM1. "Identificar e tornar disponíveis os tipos raros de sangue, como o Vel-negativo nos aproxima de um objetivo da medicina personalizada", diz o professor Ballif. "Mesmo se você é aquela pessoa rara, dentre os 2500 indivíduos, que é Vel-negativo, agora sabemos como rapidamente descobrir seu tipo de sangue e encontrar o sangue para você - se você precisar de uma transfusão".

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