sábado, 30 de março de 2013
Guardando informações do DNA por milênios.
É possível guardar imensas quantidades de informações em DNA por milhares de anos, dizem os pesquisadores em artigo publicado na revista científica Nature.
Eles reconhecem que os custos envolvidos na síntese artificial de moléculas em laboratório tornam essa forma de armazenar informação incrivelmente cara no momento, mas argumentam que tecnologias novas e mais rápidas logo baratearão o processo, especialmente para arquivamento a longo prazo.
"Uma das grandes propriedades do DNA é que você não precisa de eletricidade para armazená-lo", explicou um integrante da equipe, Ewan Birney, do European Bioinformatics Institute (EBI), em Hinxton, perto de Cambridge, na Inglaterra.
"Se você o mantém frio, seco e no escuro, o DNA dura um longo tempo. Sabemos disso porque sequenciamos, rotineiramente, DNA de mamutes que ficou guardado por acaso em condições como essas". Restos mortais de mamutes, animais pré-históricos, datam de milhares de anos atrás.
A foto digital da sede do European Bioinformatics Institute foi codificada dentro do DNA
O grupo cita registros históricos e do governo como exemplos de informações que poderiam se beneficiar do armazenamento molecular.
Muitas dessas informações não são utilizadas todos os dias mas, ainda assim, precisam ser arquivadas. Uma vez codificadas na forma de DNA, elas poderiam ser guardadas em segurança em um cofre até quando fossem requisitadas.
E, diferentemente do que acontece com outros meios de armazenagem em uso hoje, como discos rígidos e fitas magnéticas, a "biblioteca" de DNA não exigiria manutenção constate.
Além disso, a natureza universal do DNA diminui a probabilidade de que haja problemas de compatibilidade, quando a tecnologia de um dado período for incapaz de ler arquivos valiosos de informações.
"Achamos que, enquanto houver vida baseada em DNA na Terra, sempre haverá tecnologias para ler DNA - pressupondo-se, é claro, que (essas formas de vida) sejam sofisticadas tecnologicamente", disse Birney à BBC News.
Nick Goldman diz que o DNA é um meio "fantástico" e "robusto" para armazenamento de dados
Esta não é a primeira vez que DNA é usado para armazenar informações que guardamos rotineiramente em nossos computadores.
No ano passado, por exemplo, uma equipe americana publicou na revista científica Science os resultados de um experimento parecido. Os especialistas, da cidade de Boston, arquivaram um livro inteiro em DNA.
Fisicamente, o DNA armazenando todo esse volume de informações não é maior do que uma partícula de poeira.
Nick Goldman, outro integrante da equipe britânica, disse que a molécula é um meio de armazenagem incrivelmente denso. Um grama de DNA deve ser capaz de "guardar" dois petabytes de informações - ou cerca de três milhões de CDs -, ele explicou.
E respondendo a questões levantadas por pessoas que temem que o DNA artificial se alastre pela natureza e contamine o genoma de organismos vivos, Goldman disse:
"O DNA que criamos não pode ser incorporado acidentalmente a um genoma, ele usa um código completamente diferente daquele usado em células de organismos vivos".
"E se esse DNA fosse parar dentro de você, seria degradado e eliminado."
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário