sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Síndrome metabólica
O mundo atual está vivenciando grande aumento da incidência de obesidade, de hipertensão arterial, do aumento do colesterol no sangue e do diabete.
A presença desproporcional dessas patologias coincide com o aumento da casuística de morte súbita mundial por causas cardíacas e vasculares, como infarto do miocárdio (do coração) e derrame cerebral, sugerindo associação dessas doenças com as principais causas de morte da atualidade.
A presença de aumento de peso com índice de massa corpórea acima de 35 (IMC=peso/altura ao quadrado) aumenta de sete a dez vezes o risco de morte por doenças cardiovasculares.
Sabemos que as patologias cardíacas e vasculares podem se manifestar apresentando poucos sintomas, evoluem com lesão progressiva dos vasos de todo corpo, ocasionando em longo prazo, se não tratadas, a morte súbita.
A Síndrome Metabólica é um transtorno complexo, caracterizado por um conjunto de fatores de risco, que se manifestam no indivíduo, aumentando as chances de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e diabetes. Ela tem como base a resistência à ação da insulina e o aumento da gordura abdominal.
Segundo a Sociedade Brasileira de Hipertensão, ainda não há muitos estudos sobre a prevalência da SM na população brasileira. No entanto, um estudo de base populacional, realizado em 2008, mostrou uma prevalência elevada, com uma proporção de 24% (Cavagioni et al).
Componentes
Taxa elevada de glicose em jejum
A insulina é um hormônio produzido no pâncreas que participa do metabolismo da glicose, isto é, queima do açúcar. Na Síndrome Metabólica ocorre a resistência do organismo à ação da insulina que age nos tecidos, resultando em aumento da glicose e da própria insulina no sangue, uma vez que o pâncreas a produz ainda mais, em resposta ao acúmulo de glicose.
Alteração das taxas de gordura
Além de agravar a propensão ao diabetes, a resistência à insulina provoca alterações nos níveis de gorduras no sangue, principalmente aumentando os triglicérides e reduzindo o bom colesterol (HDL).
Obesidade central (aumento da circunferência abdominal)
A gordura que se acumula nessa região está relacionada aos mecanismos das doenças cardiovasculares. O tecido adiposo (gordura) do abdômen produz diversas substâncias, algumas delas responsáveis pela formação de placas ateroscleróticas nas artérias.
Atenção aos parâmetros atuais: Mulheres com uma medida da cintura de mais de 88 centímetros, ou homens com a medida da cintura de mais de 100 centímetros, podem ter maior risco. Para medir sua circunferência da cintura, coloque uma fita métrica em volta do seu abdômen, na altura da cintura.
Hipertensão arterial
É a pressão arterial > ou igual 130mmHg ou > ou igual 86 mmHg encontrada em, pelo menos, duas medições.
Recomendações
1.Antes de iniciar atividade física e dieta, principalmente a partir dos 35 anos, um médico deve ser consultado para avaliar a capacidade nutricional, cardíaca, pulmonar e muscular individual.
2.Ingestão diária de frutas frescas é fundamental. Elas contêm vitaminas, que são antioxidantes e, portanto retardam o envelhecimento, dificultam o aparecimento de rugas, combatem a inflamação, diminuem o depósito de gordura nos vasos, além de conter fibras que facilitam a evacuação e diminuem a incidência de câncer de intestino e de mama.
3.Atividade física pelo menos quatro vezes por semana, com duração de 40 minutos, pois a partir desse tempo o músculo queima, além do açúcar, também a gordura como fonte de energia. As atividades físicas devem ser adequadas, se possível, dentro de sua rotina diária.
4.A atividade física deve ser progressiva e contínua, adequando-se à capacidade física individual. Ao mesmo tempo, que seja prazerosa, para obter maior adesão e liberar maior quantidade de endorfinas.
5.Os alimentos industrializados e com muita gordura devem ser evitados, e substituídos por aqueles ricos em fibras, como grãos e verduras. Prefira comidas cruas ou cozidas ao invés de frituras.
6.Quando ingerir maior quantidade de comida rica em carboidratos ou gordura aumente a atividade física nos dias subsequentes, para permitir que o excesso seja compensado com aumento do gasto de energia.
7.Durma pelo menos sete a oito horas diárias. O sono permite relaxamento, menos estresse no cotidiano e menor chance de processos oxidativos e inflamatórios, e melhora as defesas imunológicas do organismo.
8.Pare para comer, sentando-se à mesa com pessoas que você aprecie. Coma pelo menos quatro vezes por dia, e, se necessário, diminua a quantidade de alimento por refeição, mas nunca espace o intervalo entre refeições. O jejum prolongado aumenta a absorção dos alimentos ingeridos pelo intestino. Coma com prazer, mas coma o que é conveniente, na quantidade adequada.
9.Coma o necessário para viver bem e não viva para comer!
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