Nenhum outro órgão do corpo humano apresenta , não obstante as suas diminutas dimensões, uma estrutura tão complexa como os olhos.
Se com o indicador e o polegar formarmos uma circunferência, obteremos o diâmetro aproximado destes órgãos, capazes de receber, simultaneamente, milhão e meio de impressões.
Durante o dia, os olhos movem-se mais de 100.000 vezes para receberem as ondas de luz que os atingem. Se considerarmos que 80% de todas as impressões sensoriais captadas pelo homem são de natureza ótica, reconheceremos que os olhos realizam um árduo trabalho. Seis músculos de pequenas dimensões, mas extremamente fortes, realizam o trabalho mecânico. Se pretendêssemos estabelecer uma comparação entre estes e outros grupos de músculos existentes no corpo humano, como os das pernas, o trabalho diário realizado pelos músculos dos olhos corresponderia a uma dupla maratona das pernas.
Os movimentos dos olhos, um dos pressupostos básicos da visão, representam de fato um fenômeno maravilhoso. O globo ocular, que tem as dimensões de uma bola de pingue-pongue, é acionado pelos músculos que se encontram na parede óssea da órbita. A sua atividade permite ao homem abranger os objetos que se encontram em várias posições no espaço, de modo que esses mesmos objetos sejam nitidamente representados na retina na sua posição correta.
Com o auxílio dos músculos, os olhos podem mover-se para cima e para baixo, para a direita e para a esquerda - para o que o globo ocular gira em torno de um eixo contínuo e imaginário ântero-posterior -, podem sair levemente da órbita e ainda recolher um pouco.
Os movimentos dos olhos processam-se em torno de um centro de rotação situado um pouco atrás do centro do globo ocular. Nunca dois dos seis músculos de cada um dos olhos trabalham contraditoriamente: os músculos retos superior e inferior, assim como ambos os músculos oblíquos, fazem com que os olhos se movam para cima e para baixo ou rodem.
Para que a visão seja possível, o trabalho conjunto de ambos os olhos reveste-se de grande importância. Faça uma pequena experiência em frente ao espelho: quando você levanta um dos olhos , o outro automaticamente eleva-se também, não sendo possível baixá-lo. Mais ainda: se um dos olhos se virar para fora , o outro volta-se paralelamente para dentro; é impossível a ambos os olhos moverem-se simultaneamente para fora. Para dentro o caso é diferente. Fixe um objeto com ambos os olhos. Quanto mais perto o objeto se encontrar, mais acentuada se torna a convergência.
Para levar a cabo o complexo trabalho que representa a visão diária, os olhos dividem engenhosamente as tarefas, alternando as vezes que cada um recebe cerca de 90% de todas as impressões. No período de descanso, durante o qual recupera, o olho que se encontra de momento aliviado contribui ainda com cerca de 10% de sua potência.
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