Estigmatas e Dermografia: Chagas que não se curam
Alberto Grosheniark
A dermografia é um fenômeno caracterizado por sinais símbolos, letras ou palavras que inexplicavelmente aparecem na pele de certos sensitivos. Em alguns aspectos é semelhante ao dos estigmas que surgem nas mãos, pés, testa e peito simbolizando as chagas da Paixão de Cristo. O que diferencia os dois fenômenos é a efemeridade da dermografia que aparece e desaparece em poucos minutos, sem deixar cicatrizes. Os estigmas contudo constumam aparecer em datas certas, por vezes sangram e muitas vezes não desaparecem, deixa do cicatrizes profundas para o resto da vida.
Os sensitivos que produzem a dermografia nunca foram numerosos, mas assim mesmo existem registros de casos surgidos no séculos XIX e XX. A senhora Seymour, uma médium americana da cidade de Waykeegan foi observada pelo pesquisador Manuel Eyre.
Diz ele em seus relatórios que Seymour quando ficava em estado de transe, esticava o braço e, com o indicador da outra mão fazia movimentos como se escrevesse no ar. O braço estava coberto pela manga da blusa e o dedo ficava a cerca de 30cm de distância dele, mas quando ela arregaçava a manga via-se na pele a assinatura da entidade espiritual que daria a mensagem durante a seção. Segundo o jornal Spiritual Telegraph, a escrita aparecia em relevo podendo ser sentida ao se passar a mão sobre a pele. As palavras ficavam visíveis por 20 minutos e depois desapareciam sem deixar cicatrizes ou marcas. A senhora Seymour foi pesquisada não só por Manuel Eyre, mas por comissões de Parapsicologia da época que investigaram estes e outros fenómenos.
Explicando o fenômeno o professor Richet, presidente honorário da Sociedade Univeral de Estudos Psíquicos de Paris, diz que as emoções fortes e o delírio religioso podem provocar processos circulatórios envolvento trocas metabólicas de tecidos que por fim eclodem como feridas. O pesquisador inglês Hereward Carrington concorda com Richetno no aspecto de que uma forte emoção pode influenciar a parte física. Para provar sua hipótese , ele relatou um caso ao jornal Pychic Research: este indivíduo preparava-se para sair quando reparou que a maçaneta da porta da frente estava girando. A porta então se abriu e ele viu um homem que percebendo sua presença, fugiu. Era um assaltante. A parte curiosa é que este homem sentiu, naquele momento, como se o ladrão estivesse segurando seu braço, e a sensação foi de horror inexplicável. No dia seguinte, o braço estava dolorido examinando o lugar notou que estava repleto de manchas roxas como se alguém realmente lhe tivesse apertado com força.
Stigmatas
Um tipo particular de dermografia são os estigmatas. Neles, em vez de simbolos aleatórios e palavras, os aflitos enfrentam feridas semelhantes as chagas de cristo na crucificação, nas mãos ou pulsos, nospés e entre costelas. As chagas se abrem espontaneamente, sangram durante um período de tempo em que nada que se faça é capaz de fazer o sangue parar, e de repente desaparecem ou cicatrizam. Curiosamente, os estimatas são um fenômeno que ocorre somente entre os membros da Igreja Católica. Segue o nome de alguns dos casos relatados:
Nos casos mais recentes que puderam ser estudados de perto, como o do Frade James Bruce de 1992 em Washington, observou-se que as chagas de um estigmático cicatrizam em poucas horas, e retornam a aparecer com certe periodicidade. Embora seja fenômeno religioso, os estimas não estão relacionados a sensação de júbilo e felicidade, pelo contrário, as pessoas que sofrem de estigmas dizem se sentir profundamente tristes e deprimidas nos momentos que antecedem os sangramentos. Entretanto a agonia é seguida de um imenso alívio, e em alguns casos do chamado "odor de santidade", um perfume inexplicável que apenas o estigmata relata sentir.
A visão cética do fenômeno diz que todos estes casos tratam-se de auto-mutilação consciente ou inconsciente. Um caso que dá razão a hipótese da auto-agressão é o de Teresa Neumann. Teresa nasceu numa sexta-feira da Paixão, e ao cmpletar 38 anos no dia 2 de abril de 1926 as cicatrizes da crucificação apareceram nas partes externas de suas mãos e pés. O mesmo fenômeno passou a se repetir anualmente e passou a se acompanhada de hemorragia ocular. Uma investigação profunda, feita pela própria Igreja Católica revelou contudo que as feridas eram feitas pelo próprio pai da moça.
Além disso, feridas auto-infligidas existem em certas desordens comportamentais. Se no passado, a estigmatização tinha um significado elevado e religioso, atualmente ela é vista como um sinal de perturbação psicológica. As úlceras, os antrazes, as verrugas e outras dermatites podem aparecer de forma simétrica nas mãos dando impressão de estigmatização e a infecção nas mãos pela coceira repetida pode ser aplicada aos místicos que ansiavam pela graça divina. Ou seja, eles praticavam a meditação sobre a crucificação e criavam estigmas a partir de escoriações de caráter neurótico, resultante de coceiras, até mesmo durante o sono.
Entretanto, a afirmação de que todo caso é resultado disso, sem nem sequer investigar cada um separadamente é tão ingénua quanto a de qualquer crente. Existe ainda a possibilidade das feridas serem expressões psicossomáticas de uma fé extremamente interiorizada.
Os sensitivos que produzem a dermografia nunca foram numerosos, mas assim mesmo existem registros de casos surgidos no séculos XIX e XX. A senhora Seymour, uma médium americana da cidade de Waykeegan foi observada pelo pesquisador Manuel Eyre.
Diz ele em seus relatórios que Seymour quando ficava em estado de transe, esticava o braço e, com o indicador da outra mão fazia movimentos como se escrevesse no ar. O braço estava coberto pela manga da blusa e o dedo ficava a cerca de 30cm de distância dele, mas quando ela arregaçava a manga via-se na pele a assinatura da entidade espiritual que daria a mensagem durante a seção. Segundo o jornal Spiritual Telegraph, a escrita aparecia em relevo podendo ser sentida ao se passar a mão sobre a pele. As palavras ficavam visíveis por 20 minutos e depois desapareciam sem deixar cicatrizes ou marcas. A senhora Seymour foi pesquisada não só por Manuel Eyre, mas por comissões de Parapsicologia da época que investigaram estes e outros fenómenos.
Explicando o fenômeno o professor Richet, presidente honorário da Sociedade Univeral de Estudos Psíquicos de Paris, diz que as emoções fortes e o delírio religioso podem provocar processos circulatórios envolvento trocas metabólicas de tecidos que por fim eclodem como feridas. O pesquisador inglês Hereward Carrington concorda com Richetno no aspecto de que uma forte emoção pode influenciar a parte física. Para provar sua hipótese , ele relatou um caso ao jornal Pychic Research: este indivíduo preparava-se para sair quando reparou que a maçaneta da porta da frente estava girando. A porta então se abriu e ele viu um homem que percebendo sua presença, fugiu. Era um assaltante. A parte curiosa é que este homem sentiu, naquele momento, como se o ladrão estivesse segurando seu braço, e a sensação foi de horror inexplicável. No dia seguinte, o braço estava dolorido examinando o lugar notou que estava repleto de manchas roxas como se alguém realmente lhe tivesse apertado com força.
Stigmatas
Um tipo particular de dermografia são os estigmatas. Neles, em vez de simbolos aleatórios e palavras, os aflitos enfrentam feridas semelhantes as chagas de cristo na crucificação, nas mãos ou pulsos, nospés e entre costelas. As chagas se abrem espontaneamente, sangram durante um período de tempo em que nada que se faça é capaz de fazer o sangue parar, e de repente desaparecem ou cicatrizam. Curiosamente, os estimatas são um fenômeno que ocorre somente entre os membros da Igreja Católica. Segue o nome de alguns dos casos relatados:
- São Francisco de Assis (1186-1226)
- Santa Lutgarda (1182-1246), cisterciense
- Santa Margarete de Cortona (1247-1297)
- Santa Gertrude (1256-1302), beneditina
- Santa Clara de Montefalco (1268-1308), agostiniana
- Santa Angela de Foligno (1248-1309), terciária franciscana
- Santa Catarina de Siena (1347-1380), terciária dominicana
- Santa Lidwina (1380-1433)
- Santa Francisca de Roma (1384-1440)
- Santa Colette (1380-1447), franciscana
- Santa Rita de Cássia (1386-1456), agostiniana
- Beata Osana de Mântua (1499-1505), terciária dominicana
- Santa Catarina de Genova (1447-1510), terciária franciscana
- Beata Batista Varani (1458-1524), irmã clarissa
- Beata Lucia de Narni (1476-1547), terciária dominicana
- Beata Catarina de Racconigi (1486-1547), dominicana
- São João de Deus (1495-1550), fundador da Ordem da Caridade
- Santa Catarina de Ricci (1522-1589), dominicana
- Santa Maria Madalena de Pazzi (1566-1607), carmelita
- Beata Maria da Encarnação (1566-1618), carmelita
- Beata Mariana de Jesus (1557-1620), terciária franciscana
- Beato Carlos de Sezze (falecido em 1670), franciscano
- Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), monja da Visitação (teve somente a Coroa de Espinhos)
- Santa Veronica Giuliani (1600-1727), capuchinha
- Santa Maria Francisca das Cinco Chagas (1715-91), terciária franciscana
- Ana Catarina Emmerich (1774-1824), agostiniana
- Bem-Aventurada Elizabeth Canori Mora (1774-1825), terciária trinitariana
- Bem-Aventurada Ana Maria Taigi (1769-1837)
- Maria Dominica Lazzari (1815-48)
- Maria de Moerl (1812-1868)
- Luisa Lateau (1850-1883), terciária franciscana
Nos casos mais recentes que puderam ser estudados de perto, como o do Frade James Bruce de 1992 em Washington, observou-se que as chagas de um estigmático cicatrizam em poucas horas, e retornam a aparecer com certe periodicidade. Embora seja fenômeno religioso, os estimas não estão relacionados a sensação de júbilo e felicidade, pelo contrário, as pessoas que sofrem de estigmas dizem se sentir profundamente tristes e deprimidas nos momentos que antecedem os sangramentos. Entretanto a agonia é seguida de um imenso alívio, e em alguns casos do chamado "odor de santidade", um perfume inexplicável que apenas o estigmata relata sentir.
A visão cética do fenômeno diz que todos estes casos tratam-se de auto-mutilação consciente ou inconsciente. Um caso que dá razão a hipótese da auto-agressão é o de Teresa Neumann. Teresa nasceu numa sexta-feira da Paixão, e ao cmpletar 38 anos no dia 2 de abril de 1926 as cicatrizes da crucificação apareceram nas partes externas de suas mãos e pés. O mesmo fenômeno passou a se repetir anualmente e passou a se acompanhada de hemorragia ocular. Uma investigação profunda, feita pela própria Igreja Católica revelou contudo que as feridas eram feitas pelo próprio pai da moça.
Além disso, feridas auto-infligidas existem em certas desordens comportamentais. Se no passado, a estigmatização tinha um significado elevado e religioso, atualmente ela é vista como um sinal de perturbação psicológica. As úlceras, os antrazes, as verrugas e outras dermatites podem aparecer de forma simétrica nas mãos dando impressão de estigmatização e a infecção nas mãos pela coceira repetida pode ser aplicada aos místicos que ansiavam pela graça divina. Ou seja, eles praticavam a meditação sobre a crucificação e criavam estigmas a partir de escoriações de caráter neurótico, resultante de coceiras, até mesmo durante o sono.
Entretanto, a afirmação de que todo caso é resultado disso, sem nem sequer investigar cada um separadamente é tão ingénua quanto a de qualquer crente. Existe ainda a possibilidade das feridas serem expressões psicossomáticas de uma fé extremamente interiorizada.
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