Muita gente já ouviu dizer que em 1916 o físico alemão Albert Einstein publicou a Teoria da Relatividade Geral — uma das mais belas e completas investigações da história da ciência. Mas nem todo mundo está familiarizado com uma de suas conseqüências mais interessantes, a de que a gravidade pode atrair a luz e desviar sua trajetória. Ela faz muitos corpos celestes funcionarem de maneira análoga a uma lente de vidro. O fenômeno acontece o tempo todo, criando ilusões de óptica impressionantes no céu. Às vezes, um grupo inteiro de galáxias altera os raios luminosos de galáxias mais distantes, que assim aparecem como fantasmas nos telescópios (veja infográfico).
Os astros que produzem esses efeitos, sejam galáxias, sejam estrelas, são chamados de lentes gravitacionais. Confirmadas desde a década de 60, elas estão ganhando cada vez mais importância porque suas imagens não são apenas bonitas e curiosas. Na verdade, a análise das ilusões visuais criadas proporciona diversas informações a respeito do objeto que provocou o efeito óptico — como sua massa. É dessa forma que se descobre o "peso" de conjuntos de galáxias situados a distâncias enormes.
Outras vezes, as lentes gravitacionais são estrelas de brilho muito fraco, chamadas de anãs marrons. Elas são invisíveis, mas, quando passam na frente de um outro astro, fazem o papel de uma lupa cósmica, aumentando o tamanho e o brilho dele. É apenas assim que as anãs podem ser detectadas. A Astrofísica agradece. Só é possível obter dados desse tipo com a ajuda inestimável das lentes de Einstein.
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