Mais de um milhão de pessoas fazem uso de crack no Brasil, alertam especialistas
11 de junho de 2010 (Bibliomed). O uso do crack já virou epidemia: são pelo menos 1,2 milhão de pessoas submissas à droga, segundo recente estudo do psiquiatra Pablo Roig, especialista no tratamento de dependentes.
O mais preocupante é que diversos especialistas dizem estar sem solução para o vício. "De todos os pacientes de crack que atendi, perto de 200, de 2008 a 2010, só recuperei um", diz a psiquiatra Maria Thereza Aquino, que, durante 25 anos, dirigiu o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas. A especialista reconhece que o problema é muito maior. “A maioria dos dependentes são jovens. Não estamos falando de usuários de uma droga, mas de uma geração. Acho que estamos despreparados. Estamos de calças curtas. Não sabemos como lidar com isso”, desabafa, em entrevista ao site G1.
Segundo a enfermeira Carolina Marlien, tutora do Portal Educação, a explicação para a “epidemia” é que, além do acesso fácil à droga, o usuário tem a seu favor a falta de policiamento e de controle do tráfico no Brasil. “Infelizmente, essa droga 'barata' traz consequências muitas vezes irreversíveis, resultando em dependência física e psíquica grave, que dificilmente são contornadas, já que é facilmente viciante, de ação muito rápida, levando o usuário à busca incessante pela sensação de prazer que o crack provoca”, destaca.
Para Pedro Lima, da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, o crack tem um alcance muito grande. “Existe uma sensação de descontrole, de perda da situação", afirma. De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, 900 policiais (militares, civis e peritos) estão sendo formados para atuar nas fronteiras do país e evitar a entrada de drogas como cocaína e pasta base usadas na produção do crack.
Buscando uma solução para amenizar esta séria questão de saúde pública, na semana passada, um grupo de especialistas se reuniu na sede da organização não governamental Viva Rio para definir estratégias e formular um documento com orientações de como tratar o problema do crack. As recomendações serão entregues a equipes do Programa de Saúde da Família.
Crack
Quando inalado, atinge diretamente o pulmão e o cérebro em cerca de oito segundos. Causa aceleração cardíaca, aumento de pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremores e excitação. Quando inalado junto com álcool provoca esses sintomas em maior proporção e pode levar à morte. Euforia, sensação de poder e aumento da autoestima também são sentidos pelos usuários. Pesquisas recentes indicam que 30% dos dependentes de crack morrem nos primeiros cinco anos de uso.
Fonte: Portal Comunicação. Press release. 10 de junho de 201
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