O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, registrava um
confronto entre policiais e manifestantes em um protesto no Rio de Janeiro em
fevereiro deste ano quando foi atingido na cabeça por um explosivo.
Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.A maioria dos jornalistas mortos trabalhava para veículos impressos (48%) e cobria casos de corrupção (59%). Todos eram homens.
A organização sem fins lucrativos monitora a violência contra esses profissionais por meio de seu ranking anual publicado desde 2008.
Represália
Entre 1994 e 2014, foram contabilizadas 29 mortes de jornalistas brasileiros. Eles morreram por ações de represália a seu trabalho ou em situações de combate ou conflito.Em outros nove casos, o motivo da morte não pôde ser determinado e, por isso, eles não foram contabilizados no índice.
Em 93% das mortes registradas, os jornalistas foram assassinados.
Autoridades do governo foram consideradas responsáveis pelos disparos de armas de fogo em 56% das mortes. Os tiros partiram de criminosos em 33% dos casos.
Os dez países mais perigosos para jornalistas
- Iraque: 164 mortes
- Filipinas: 76 mortes
- Síria: 63 mortes
- Algéria: 60 mortes
- Rússia: 56 mortes
- Paquistão: 54 mortes
- Somália: 52 mortes
- Colômbia: 45 mortes
- Índia: 32 mortes
- México: 30 mortes
Fonte: CPJ
Líderes
O Iraque é de longe o país com mais mortes no ranking do comitê, num total de 164. Num distante segundo lugar estão as Filipinas, com 76 mortes. A Síria vem logo atrás, com 63."Esse índice mede como os países lidam com a violência contra a imprensa", afirmou o comitê no anúncio dos resultados atualizados de 2014. "No Iraque, uma centena de jornalistas foi morta na última década e ninguém foi punido."
No caso do Brasil, 70% das mortes seguem impunes, enquanto em 19% dos casos os culpados foram punidos parcialmente. O comitê avaliou que somente em 15% das mortes a justiça se fez por completo.
Por enquanto, o caso de Andrade continua em andamento. Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados pelo Ministério Público de provocar a morte do cinegrafista, estão presos no Complexo Penitenciário de Jericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, enquanto aguardam julgamento.
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