terça-feira, 28 de junho de 2011

A fé na saúde

Um grupo de cientistas do Center for Spirituality and the Neurosciences, da University of Pennsylvania, EUA, está a investigar como a fé e a espiritualidade afectam a saúde e o comportamento humano. A partir de análises de imagens computadorizadas, os cientistas verificam o comportamento de determinadas áreas cerebrais e a alteração dos níveis hormonais. "A espiritualidade e a fé não estão necessariamente relacionadas com a fé religiosa", disse Andrew Newberg, líder da investigação, e professor do departamento de Radiologia e Psiquiatria da universidade. Segundo o cientista, os sentimentos de clareza e bem-estar podem vir também de outras expressões artísticas, como meditações não-religiosas, um bonito pôr-do-sol ou ao ouvir música. "Os ateus também têm fé", disse. Num dos estudos, a equipa liderada por Newberg analisou imagens computadorizadas do cérebro de um cristão (da igreja pentecostal) enquanto praticava glossolalia (uma espécie de reza efectuada em várias línguas). Depois, repetiram o mesmo procedimento com um grupo enquanto cantava música gospel. Comparando os dois resultados, o grupo que praticava glossolalia teve uma diminuição das actividades na parte do cérebro relacionada à linguagem.

Num outro estudo recente, a mesma equipa analisou dados obtidos a partir da meditação de budistas tibetanos e da reza de monges franciscanos e comparou os resultados medindo os níveis de actividade cerebral. Ambos os grupos mostraram uma diminuição das actividades nas partes ligadas à consciência e à orientação. A reza e a meditação também aumentaram os níveis de dopamina, um neurotransmissor associado ao estímulo da actividade cerebral. "Poucos olham para a espiritualidade a partir de um lado neurológico", disse o médico Newberg, que conta com uma equipa multidisciplinar de investigadores que exploram o relacionamento do cérebro com a fé baseados em pontos de vista biológicos, psicológicos, ideológicos e sociais. Segundo o médico Daniel Monti, membro da equipa de investigadores, o centro integrado de medicina da Universidade da Pensilvânia trata pacientes oncológicos e com dor crônica através de meditação e dietas apropriadas em conjunto com as terapias convencionais. Em declarações à imprensa internacional, Monti diz que estes métodos, outrora vistos com um certo preconceito, estão a começar a ser amplamente aceites pela comunidade médica e pelos pacientes.

Fonte: MNI - Médicos Na Internet

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