sábado, 29 de março de 2014

Guia rápido para detectar mentiras

 
yupppiA mentira conseguiu se libertar do Primeiro de Abril e se tornou uma pop star. Seriados como House - "todo mundo mente!" - ou Lie To Me popularizaram a mentira nos últimos anos mais do que as revistas de fofoca nas últimas décadas. Quem mente mais, o homem ou a mulher? Por que mentimos? Esse tipo de pergunta se tornou obsoleto, não porque de fato todos somos capazes de mentir e sim porque somos praticamente incapazes de viver só de verdades. E isso não é algo ruim como pode parecer, inclusive coloca na verdade um peso, um valor, que lhe dá um status: contamos a verdade para quem merece e não a disperdiçamos com qualquer um a qualquer hora.
Você já arrumou seu quarto? Terminou de estudar? Enviou o relatório? Falou mal da fulana? Psiquiatras e psicólogos tratam o ato de mentir como uma defesa, dizem que mentimos para quem amamos muitas vezes para evitar confusão desnecessária - "fico gorda com essa roupa?", ou para não cair em discussões em cima de algo que uma das pessoas dá valor mas que não tem peso para a outra - "você estava falando com o seu ex?". Isso tudo nos mostra apenas uma coisa: que até quando falamos de mentiras, mentimos para nós mesmos. Não mentimos para nos proteger, evitar brigas nem nada assim, mentimos porque a mentira é uma força real que existe não em nós, mas em praticamente todo ser vivo.
Certa tarde Koko, a gorila, foi confrontada por seus treinadores depois de uma explosão de raiva na qual ela arrancou uma pia de aço do lugar onde ela estava presa. Não se sabe neste caso quem é mais estúpido, se a "pessoa" que tenta esconder um fato óbvio ou a pessoa que vai tirar satisfações com uma gorila capaz de arrancar uma pia de aço da parede onde estava chumbada, mas ao ver que seus treinadores estavam chateados - para dizer no mímino - com o acontecido, a gorila sinalizou na Língua de Sinais Americana, "o gato fez isso, " apontando para seu pequeno gato de estimação.
E a coisa não para por ai, cientistas descobriram que bebês humanos com apenas seis meses de idade já fingem que estão chorando para conseguir algo. É isso ai, você já aprende a mentir antes mesmo de aprender a falar. E não é apenas isso, eles - nós - também fingem estar rindo para receber atenção, se a coisa parasse por ai ainda poderíamos dizer que o bebê não está mentindo, ele é apenas inocente, mas a coisa não pára. Bebês humanos - nós - são capazes inclusive de, ao perceber que fizeram algo errado, criarem distrações para desviar a atenção dos adultos da área.
Pense nisso, em um mundo onde gorilas e bebês fazem isso, há como realmente atribuir algum valor moral para a mentira?

Como se tornar um detector de mentiras

As pessoas dizem que a ignorância é uma bênção. Mas as pessoas geralmente são ignorantes. E muitas vezes ser capaz de mentir bem se torna tão crítico quanto conseguir saber quando estão mentindo para você. Mentiras nem sempre tem um objetivo, quantas vezes você já não respondeu que fez ou deixou de fazer algo que nem afetaria seu dia ou sua vida caso tivesse mesmo feito ou não? "Alguém ai tem uma borracha?" - vários nãos vem de gente que nem quer parar para pensar se tem ou não uma - "Você sabe quem fez isso?" - e a resposta vem sem que você pare de pensar o que é isso, apenas responde a primeira coisa que vem à mente. Quantas vezes mentiu que não gostava de algo quando simplesmente não queria aquele algo naquele momento? Em contrapartida existem momentos que uma mentira pode ter um valor estratégico que vai além de manter um relacionamento, evitar uma briga ou não levar uma bronca. Em uma entrevista de emprego um "claro que estou familiarizado com isso!" pode ser a diferença entre uma contratação ou mais dias indo de um lugar ao outro, e mesmo que você não saiba do que o seu futuro contratante está falando em alguns dias você pode se familiarizar com o processo e até mesmo ficar muito bom nele. Uma mentira pode salvar vidas ou evitar perdas. Já foi dito inclusive, que uma mentira repetida muitas vezes se torna uma verdade e que os maiores magos são os maiores mentirosos.
Se não consegue ser com mais ninguém, tente ser sincero ou sincera consigo mesmo/a agora, não tem mais ninguém dentro da sua cabeça além de você. Muitas vezes algo tem tanto valor que deve ser escondido atrás de uma mentira certo? E é ai que você tem que saber se está escondendo algo muito bem ou se algo está sendo escondido de você.
A mentira é uma energia tão poderosa que causa reações em nosso corpo que nem mesmo nós somos capazes de notar, e são essas reações que podem entregar quando alguém está mentindo ou sendo sincero. Antes de começarmos tenha duas coisas em mente:
1- Nenhum sinal desses é uma garantia de mentira, achar que alguém está mentindo quando está apenas nervoso é um grande erro quando você precisa de uma certeza, explicaremos a cada passo o que mais pode causar tal reação.
2- As técnicas apresentadas não são usadas apenas pela polícia, psicólogos forenses e experts em segurança, mas em muitas áreas da vida profissional. Gerentes de negócios, vendedores, funcionários, pessoas abordadas por desconhecidos, etc...

Primeiro Passo - Estabelecendo uma Base

Chamamos de Base a maneira como uma pessoa se comporta quando não está mentindo, ou seja quando está sendo sincera. É importante que você estabeleça uma base antes de dar início às suas observações. Para descobrir qual a base de uma pessoa, conhecida ou não, faça perguntas simples, como qual o nome dela ou onde vive. Além disso é importante desconstruir qualquer barreira que a pessoa tenha inserindo perguntas simples mas aparentemente sem sentido, aqui vão algumas:
1- Você já comeu guacamole?
2- Você prefere banho de chuveiro ou de banheira?
3- Se pudesse ter um super poder, qual seria?
4- Você já fez aulas de dança?
5- Você tem medo de alturas?
6- Você já foi picado por uma abelha?
7- O que almoçou ontem?
8- Qual a comida que você mais odeia?
9- Você já pediu comida chinesa por telefone?
10- Qual seu seriado favorito na televisão?
11- Você sabe quantos anos a Hebe tem?
12- Qual o seu Muppet favorito?
13- Qual o seu récorde de tempo sem dormir?
14- Quando você precisa de um conselho, quem procura?
15- Prefere Cindy Lauper ou Madonna?
16- Como comemorou seu 13o aniversário?
17- Torce para o Papa-Léguas ou para o Coiote?
Essas perguntas são importantes por que obrigam a pessoa a pensar e geralmente elas não tem que mentir a esse respeito. Como você verá, saber distinguir quando alguém está tentando se lembrar de algo de quando alguém está inventando algo será muito importante. Caso você não tenha a necessidade de prescrustar algum desconhecido imediatamente, você pode fazer essas perguntas para as pessoas aleatóriamente e ir criando uma base de dados mental de como elas se comportam quando as respondem. Caso a necessidade se faça na hora, não se acanhe, pergunte e veja como a pessoa reage a cada uma delas, e preste muita atenção a como o corpo dela se comporta, veremos agora o que você deve procurar.

Segundo Passo - A Linguagem Corporal da Mentira

Por mais que a pessoa tente esconder uma mentira, o corpo dela sabe que está mentindo e se comporta como tal. É preciso muito treino para condicionar o seu corpo para mentir também e caso acredite que mentiras importantes para pessoas importantes terão um papel fundamental em algum momento de sua vida, você deve condicioná-lo.
Para sermos extremamente claros sobre o que queremos dizer por linguagem corporal aqui vai uma lista de reações de um corpo para uma mentira sendo dita:
- Expressões físicas que se tornam limitadas e rígidas, com poucos movimentos de braços e mãos;
- Movimentos de mãos, braços e pernas são feitos em direção ao próprio corpo;
- As mãos ficam tocando o rosto, garganta ou boca;
- Tendência a coçar o nariz, a nuca ou atrás da orelha;
- Dificilmente tocam o peito ou o "coração" com a mão aberta;
- Pessoas que mentem suam mais;
- Pessoas que mentem evitam encarar nos olhos.
Evidentemente esses sinais também são indicadores de que a pessoa está nervosa, e nem sempre alguém fica nervoso por estar mentindo. Existem casos em que a pessoa não sabe o que responder ou como responder a pergunta. Também em caso de pessoas tímidas muitos desses sinais podem surgir.

Os Olhos são a Janelas da Alma
Embora uma pessoa que sabe que foi pega em uma mentira tente a todo custo evitar contato visual - olhos nos olhos - existem muitas razões para que uma pessoa sincera também não encare seu interrogador. Quando está tentando se lembrar de algo as pessoas tendem a tentar encarar o vazio, diminuindo a quantidade de informação em que tem que se concentrar. É normal também que pessoas que se sintam constrangidas tentem desviar o olhar. Naturalmente conversas que tem contato visual prolongado tendem a ficar mais intensas ou violentas, assim case se sinta indimidada uma pessoa mais dócil interromperá o contato.
Mesmo assim ainda há como usar os olhos como indicadores de mentiras. Tente se lembrar quando foi a última vez que leu um gibi da mônica. Agora tente se lembrar a última vez que comeu algo que nunca havia provado antes. Repare que seus olhos se movem. Qual era o telefone da casa que morou quando era criança? Repare novamente. Geralmente pessoas destras viram os olhos para a própria esquerda - a direita para quem observa. Agora tente imaginar qual seria o gosto de um smurf frito, ou tente criar um slogam para uma marca qualquer de preservativos. Normalmente os olhos das pessoas destras se viram para o próprio lado direito - o lado esquerdo de um observador - quando elas estão imaginando algo, ou seja pensando em algo que não existe ou, para nossos propósitos práticos, mentindo. Em pessoas canhotas acontece o inverso, elas olham para a esquerda - a sua direita - quando se lembram e para a direita - a sua esquerda - quando estão inventando algo.
Um alerta! Geralmente pensamentos associados com sensações (como olfato e tato) fazem a pessoa destra olhar para a direita, da mesma forma quando alguém acessa o seu diálogo interno - falam consigo mesmas - tendem a olhar para a esquerda, No primeiro caso elas estão se lembrando de algo e não inventando algo, no segundo elas não necessariamente estão pensando na verdade. (em canhotos a resposta é invertida).
Logo de cara é necessário descobrir se a pessoa sendo questionada é canhota ou destra para você poder afinar as reações oculares delas.
Outro fato interessante sobre os olhos é a dilatação e contração das pupilas. Pense agora no gato de botas do filme Shrek. Sempre que desejava desarmar alguém, crescia os olhos e dilatava suas pupilas até que se tornassem quase negras. Geralmente quando estamos sendindo prazer nossas pupilas se dilatam e curiosamente somos atraídos por coisas que sentem prazer, por isso pupilas dilatadas são consideradas atraentes por quase todas as pessoas. Pense em mangás, cartões de bebês animais, no filme bambi... pupilas dilatadas amolecem nosso coração. Um fato histórico curioso era o uso de extrato de belladonna por mulheres, elas o pingavam nos olhos para dilatar as pupilas e se tornar mais atraentes de um minuto para o outro e assim conseguir a atenção de seus alvos. Caso encontre uma pessoa e perceba que suas pupilas se dilataram ao te ver pode apostar que ela está se sentindo atraída por você, mesmo que ainda não tenha percebido - nossa que pupilas grandes! É pra te ver melhor! Uma aplicação óbvia disso é perceber quando uma situação está dando prazer a alguém que diz não estar sentindo nada ou estar se sentindo horrorizado com o que está sendo descrito.

Gestos Emocionais 
Tente procurar por micro expressões. Micro expressões são expressões faciais que surgem e desaparecem num piscar de olhos e podem revelar as emoções reais que a pessoa está sentindo no momento. Uma pessoa que mente geralmente se sente angustiada quando interrogada, mas obviamente vai tentar se mostrar calma e despreocupada. Certas questões podem aumentar a angústia de ser apanhada e isso pode fazer, por exemplo, com que suas sobrancelhas se ergam para se tocarem no topo do nariz. Por mais que a pessoa tente parecer calma e forçar uma aparência despreocupada, rugas podem surgir e desaparecer em sua testa.
Além disso outras evidências de uma mentira são:
- Timing e duração de gestos emocionais fora do normal. A demonstração de uma emoção demora para acontecer, perdura por mais do que seria normal e então, subtamente, desaparece;
- Expressões e gestos emocionais parecem estar fora de sincronia com o que a pessoa responde, ela diz algo para então expressar a emoção do que está dizendo ou demonstra uma emoção de algo que ainda nem sequer começou a falar;
- Gestos e expressões não coincidem com o que está sendo dito;
- Quando alguém está fingindo emoções, suas expressões se concentram apenas nos movimentos da boca e não no rosto todo;
- Algumas pessoas quando mentem, inconscientemente mexem em objetos de forma a colocá-los entre os interrogadores e si mesmas;
- Não é incomum a pessoa que mente não apenas evitar contato visual como se virar de lado ou de costas para não ficar de frente com o acusador.
Um outro fator que surge também é o corpo dizer a verdade enquanto a boca mente. Em perguntas que a resposta é um simples sim ou não, observe a cabeça da pessoa, se ela diz sim e a cabeça se mexe discretamente de um lado para o outro, o corpo está contestando a resposta, se ela responde não e a cabeça se move sutilmente para cima e para baixo também.

A Voz da Razão
Da mesma forma que o corpo reage, a maneira com que a pessoa se comunica também é afetada pela mentira.
- Uma pessoa culpada assume uma postura defensiva, uma pessoa inocente se torna ofensiva;
- Um mentiroso normalmente precisa de tempo para elaborar sua história, por isso geralmente repetem suas questões para ganhar tempo. "Você quer saber se fui eu que matei a prostituta que vocês acharam morta no porta-malas do meu carro? Não... não fui eu. Nunca ví ela antes". Da mesma forma, uma resposta que repete as palavras da pergunta podem indicar uma mentira: "Foi você que comeu aquele sanduiche que estava com uma etiqueta de 'não coma' na geladeira?", "Não, não fui eu que comeu aquele sanduiche que estava com uma etiqueta de 'não coma' na geladeira!". Geralmente um simples "não" é mais honesto;
- Uma das maneiras mais simples de se evitar mentir e assim não ser pego mentindo é evitar dar respostas diretas que sejam mentiras, o mentiroso apenas dá respostas indiretas e implícitas;
- Pessoas que mentem também podem acabar dando mais informações do que são necessárias, enchendo suas respostas de detalhes desnecessários para tentar convencer de que estão falando a verdade;
- Muitas vezes uma mentira é apresentada de forma que a resposta acaba sendo mais confusa do que deveria, sua entonação e sua gramatica tropeçam uma na outra fazendo a pessoa parecer que está resmungando ou não fazendo sentido;
- Pessoas mentirosas se sentem extremamente desconfortáveis com pausas longas ou momentos de silêncio na conversa, pois isso dá a impressão que algo do que disseram está sendo analizado e não confere com a realidade, esses momentos de silêncio devem ser introduzidos sempre que possível na conversa para usar o desconforto contra o mentiroso.
O tempo da resposta também é importante. Em alguns casos a pessoa pode estar desconfortável em simplesmente falar o que sabe, ou então a resposta precisa de alguns detalhes que precisam de algum tempo para serem organizados na cabeça da pessoa interrogada, mas a regra dita que perguntas que pedem uma resposta simples não precisam de tempo para serem respondidas, aqui a estratégia de repetir a pergunta como se estivesse tentando entendê-la, de forma lenta ou repetitiva mostra que a pessoa está tentando ganhar tempo e não simplesmente preocupada em responder ou em se lembrar de todos os detalhes.
Outra estratégia interessante são mudanças bruscas no assunto. Um mentiroso consegue mudar de assunto e se mostra interessando e dar as novas informações como se continuasse falando da mesma coisa, uma pessoa culpada quer que o assunto da conversa mude, enquanto uma pessoa inocente muitas vezes se torna confusa com a mudança e vai querer voltar ao assunto que estava sendo tratado.
Além disso todos nós falamos em um padrão de voz próprio e identificável. Quando ficamos nervosos ou angustiados ou começamos a mentir, esse padrão se altera sem que nos apercebamos disso. Sua voz faz isso automaticamente, geralmente a voz espontaneamente se torna mais aguda e aflita, então quando percebemos a mudança é natural começarmos a falar mais pausadamente do que o normal e em um tom mais gutural e mais baixo, numa tentativa de controlarmos a velocidade e o tom, tentando trazê-los de volta ao normal.
Uma pessoa que está mentindo também tem uma tendência de assumir um tom sarcástico ou divertido tanto para evitar o assunto discutido quanto para poder mudar constantemente o tom de voz para não ser apanhado.

Desaparecimentos e quedas de aviões


Aviões desaparecidosSabe aquelas histórias sinistras sobre as quais lemos ou assistimos filmes e pensamos: isso nunca iria acontecer nos dias de hoje? Bem, se lascou. Nós estamos vivendo umas dessas histórias desde o dia 08 de março deste ano - 2014. Um Boeing 777, com 227 passageiros e 12 membros da tripulação simplesmente desapareceu, sem deixar nenhum rastro.
O desaparecimento do voo MH370 da Malasian Airlines ainda está repleto de mistérios. Apesar da cooperação de 10 países nas buscas e de uma frota de 34 aeronaves e 40 embarcações percorrendo a região sabemos muito pouco de seu paradeiro e do que realmente aconteceu. Sabemos que dois passageiros viajavam com passaportes roubados, o que levanta suspeitas sobre a ação do terrorismo internacional. E sabemos que uma faixa de óleo de 12 milhas foi descoberta pela marinha Vietnamita dando evidências de que avião repousa no fundo do mar. O problema fica confuso quando análises sobre o combustível revelam que não se trata de combustível de avião e que os passageiros com passaportes falsos poderiam ser apenas imigrantes ilegais.
Embora seja sempre impactante este não é o primeiro nem o mais misterioso dos desaparecimentos e queda de avião da história. Confira alguns deles:

9. Vôo 447 da Air France


Um Airbus A330 saindo do Rio de Janeiro com destino a Paris levando 288 passageiros e tripulantes desapareceu sobre o oceano Atlântico em 2009.  Apesar do grande mistério inicial o relatório final sobre o acidente sugeriu que cristais de gelo obstruíram tubos de ventilação da aeronave, fazendo com que o piloto automático fosse desligado.

A tripulação tentou consertar do problema, mas não conseguiu a tempo e a aeronave mergulhou no oceano. 50 corpos foram resgatados do mar nos meses que seguiram o acidente. Os gravadores da caixa preta do voo 447 foram finalmente encontrados em maio de 2011, juntamente com mais 104 corpos. 74 passageiros ainda permanecem desaparecidos.



8. Amelia Earhart desaparece ao dar a volta ao mundo


Amelia Earhart foi talvez uma das mulheres mais fantásticas que já existiu. Ativista, escritora e pioneira na aviação. Ela desapareceu a bordo de seu Lockheed Electra em 2 de julho de 1937 junto de seu navegador Fred Noonan ao tentarem circunvagar o globo terrestre. Earhart, já havia se destacado por ser a primeira mulher a atravessar sozinha o oceano Atlântico e por ter batido diversos outros recordes e desapareceu perto de Howland Island no Pacífico. Teorias sobre o destino de Earhart tem fascinado pesquisadores - e lunáticos - desde então.

Algumas pessoas simplesmente acreditam que ela ficou sem combustível e caiu no mar, embora isso seja difícil de acreditar sendo uma piloto tão experiente. Outros defendem que ela era na verdade uma espiã de Franklin D Roosevelt e foi capturada pelas autoridades Japonesas. Outros falam que ela caiu em uma ilha onde eventualmente morreu de fome.
E, é claro, algumas pessoas dizem que ela foi abduzida por alienígenas - como dramatizado no episódio 37 de Star Trek: Voyager.

7. Glenn Miller e o Avião da Força Aérea


O legendário líder de "big-band" dos anos 40 fez uma série de apresentações para as forças aliadas ao Exército dos EUA durante o verão de 1944. Sua última apresentação ao vivo foi em Milton Ernest, perto de Bedford em 14 de dezembro daquele ano. No dia seguinte ele pegou um vôo para Paris para se apresentar aos militares franceses. Eles partiram de RAF Tinwood Farm e desapareceram em algum lugar do Canal Inglês.

Mais uma vez, muitas teorias sobre o destino daquele monomotor tomaram conta dos historiadores. Algumas pesquisas dizem que o avião foi pego por "fogo amigo" vindo de bombardeiros envolvidos com uma invasão em Siegen, Alemanha. Mas jornalista Udo Ulfkotte, escrevendo no jornal alemão Bild, surgiu com uma teoria mais interessante. Miller, de fato chegou à França, mas morreu de um ataque cardíaco em um bordel parisiense e o incidente foi ocultado pela família. Naquela época as pessoas ainda se importavam se artistas iam ver prostitutas.


6. Os aviões de 11 de setembro


Deste provavelmente você lembra. O mundo parou e a história geopolítica do século XXI começou  quando no dia 11 de setembro de 2001, um grupo de terroristas islâmicos conseguiu sequestrar quatro aviões americanos. As quatro aeronaves envolvidas na operação foram o Voo 11 da American Airlines que colidiu com a Torre Norte do World Trade Center. O Voo 175 da United Airlines que colidiu com a Torre Sul do World Trade Center, o Voo 77 da American Airlines que colidiu contra o Pentágono e o Voo 93 da United Airlines que se dirigia para São Francisco mais caiu na Pensilvânia..

Bom, pelo menos essa é a história oficial.

5. Star Dust e o mistério do código morse


Quando o BSAA Star Dust , uma versão civil do bombardeiro Lancaster, desapareceu durante um voo de Buenos Aires, Argentina, para Santiago, no Chile, ele deixou para trás um grande número de perguntas sem respostas.
A aeronave, propriedade da British South American Airways ( BSAA ) e pilotada por Reginald Cook, deixou Buenos Aires às 13:46 em 2 de agosto de 1947 e se dirigiu para as montanhas dos Andes. O avião nunca chegou ao seu destino , mas o operador de rádio conseguiu enviar uma mensagem de código morse enigmática final - " STENDEC " - antes de desaparecer.
Teorias sobre o que aconteceu com o avião - e do significado da mensagem - têm crescido ao longo dos anos, e incluem ataques de OVNIs , sabotagem e a explosão deliberada do vôo para destruir documentos diplomáticos transportadas por um dos passageiros. O mais provável é que o avião voou acidentalmente em uma tempestade de neve e foi pego por uma avalanche que enterrou os destroços. O
Star Dust só foi encontrado 50 anos mais tarde, quando dois alpinistas argentinos encontraram fragmentos do motor e pedaços das roupas dos passageiros.

4. O Mistério do Vôo 191


Ok, estamos roubando. Não se trata de um voo, mas de uma série de incidentes em mais de 40 anos envolvendo aviões com o número 191
Uma das mais terríveis quedas da história foi a do voo 191 da American Airlines em 1979, que caiu minutos depois de decolar do Aeroporto internacional de O'Hare Chicago, matando todos os seus 258 passageiros e 13 tripulantes. Outro 191 famoso inclui o experimental X-15 191 que caiu em 1967 matando seu piloto e o Võo 191 da JetBlue Airways de 2012 no qual o capitão teve um ataque de pânico e teve que ser rendido pelos passageiros.
Os casos são tão numerosos que algumas linhas aéreas simplesmente não possuem mais voos com o número 191

3. Vôo 990 da EgyptAir

 


O vôo
990 da EgyptAir deixou o aeroporto internacional John F Kennedy em Nova York, em 31 de outubro de 1999 com destino ao Cairo, Egito. Tratava-se de um Boeing 767 que caiu no Atlântico e matou todos os seus 217 passageiros e tripulantes.
Gamil el- Batouty, o co- piloto do vôo tinha sido repreendido por má conduta sexual por um executivo EgyptAir que era um passageiro no avião. O chefe da companhia aérea, Hatem Rushdy teria dito a el- Batouty que este seria o seu "último vôo " - e o co-piloto teria respondido "então este será o seu último vôo também."
Mais tarde, quando o piloto se levantou para ir ao banheiro, as gravações resgatadas mostram el-Batouty dizendo baixinho: "Eu confio em Deus " antes de desligar o piloto automático e empurrando o avião em um mergulho. Ele repetiu a frase que o avião desceu .

O capitão retornou para a cabine, mas foi incapaz de puxar o avião para fora do mergulho.

O ocorrido fez as ações da EgyptAir despencarem e  por ação dos acionistas Hatem Rushdy foi realmente afastado do cargo.

2. O desastre nos Andes do Vôo 571

acidente aereo uruguai
Um avião da Força Aérea Uruguaia transportando 45 passageiros e tripulantes - incluindo uma equipe de Rugby de Montevidéu - colidiu contra as montanhas dos Andes durante uma tempestade matando 45 pessoas no avião e outras 12 durante o acidente. Dos sobreviventes outros seis morreram nos dias seguintes, e ainda outros oito em uma avalanche que caiu sobre os destroços. Os restantes 16 passageiros só sobreviveram para contar a história recorrendo ao canibalismo, alimentando-se de cadáveres de seus amigos mortos.

Eles só foram encontrados 72 dias depois do acidente, quando dois passageiros fizeram uma viagem de dez dias em terreno montanhoso e eventualmente, encontrar um vendedor ambulante chileno que lhes deu comida e alertou as autoridades.

A história foi imortalizada no filme de 1993, Alive.



1. O Triângulo das Bermudas


Triangulo das bermudasSe você nunca ouviu falar sobre o Triângulo das Bermudas nem merece estar navegando por este site! Por isso vamos direto ao assunto.
Novamente aqui não se trata de um vôo único, mas de uma série de desaparecimentos relacionados. O Triângulo das Bermudas (ou Triângulo do Diabo) se preferir é uma área de cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados que forma um triângulo entre Bermudas, Flórida e Porto Rico. A região ficou famosa como palco de diversos desaparecimentos de aviões, barcos de passeio e navios para os quais foram tecidas centenas de teorias da conspiração. Esta história começou na tarde de 05 de dezembro de 1945.
Uma missão de treinamento de cinco aviões da Marinha Americana, liderados pelo experiente instrutor de vôo Charles Taylor, decolou de Fort Lauderdale, Florida.Uma hora e meia depois os pilotos relataram que estavam desorientados e não conseguiam reconhecer os marcos abaixo deles.  Em transmissões de rádio, Taylor disse à Estação Aérea Naval, em Fort Lauderdale, que mesmo suas bússolas não estavam funcionando. Apesar dos esforços de auxílio do controle na Estação, a equipe não foi capaz de encontrar o seu rumo. Como o tempo fechou, eles não poderiam encontrar terra firme e a comunicação foi interrompida. Nunca mais se ouviu falar deles.
Mais estranho ainda, é que um dos aviões enviados para procurar a missão de treinamento perdido também desapareceu.  A aeronave era um hidroavião PBM Mariner, que decolou às 7:30 e nunca mais foi visto novamente. Todos os seus 13 tripulantes também foram dados como mortos.
Outro caso notável entre os tantos registrados é o do Star Tiger. Este vôo decolou sob ventos fortes para levar seus 25 passageiros - incluindo o herói da Segunda Guerra Mundial, Marechal Sir Arthur Coningham - em uma jornada de 12 horas, voando baixo, para evitar os ventos e acompanhado de um avião vigia atento ao possível mau tempo.
O avião estava no rumo certo e teve que voar diretamente rumo a uma tempestade ao atingir Bermudas ainda com bastante combustível no tanque.
Pensa-se que, considerando a baixa altitude, uma forte rajada de vento pode ter os arremessado ao mar - ou que um altímetro defeituoso poderia ter feito o piloto voar para dentro da água.
O fato é que eles avião de vigia chegou com segurança logo após 4:00 - mas o Star Tiger nunca mais foi visto.
O Star Ariel foi ainda outro avião que desapareceu durante um voo entre Bermuda e Jamaica em 17 de janeiro de 1949.  Era um avião semelhante ao Star Tiger, e partiu em céu claro sem turbulência -, mas foi atormentado por problemas de comunicação durante todo o vôo.  Ele nunca chegou ao seu destino e a busca por sobreviventes entre seus 20 passageiros e tripulantes foi abandonado em 25 de janeiro sem nenhum sucesso. Embora as investigações tenham declarado as causas do acidente como desconhecidas, o ex-diretor da BSAA declarou que tanto o Star Tiger  foram vítimas de um "conhecido sabotador dos tempos de guerra."

Ele também disse que o primeiro-ministro Clement Atlee tinha pessoalmente ordenado que todos os inquéritos sobre os incidentes fossem encerrados.
Muitas teorias foram criadas para explicar os desaparecimentos frequentes nestas regiões. Pelos menos 34 outros incidentes foram oficialmente registrados, sem contar os desparecimentos de embarcações que remontam a no mínimo 1840. Entre as principais teorias temos a interferência extraterrestres, vórtices temporais, bases comunistas, redemoinhos gigantes, aberturas para dentro da Terra Oca, distorções no campo magnético da terra e anomalias climáticas. Seja como for, caso você tenha que ir para a Flórida é melhor contornar a República Dominicana.

Quatro truques sujos


Charlatão1. A Realidade é o que pensamos d'Ela.


O mundo é como o percebemos ou existe uma verdade além disso que devemos buscar? Conceitos universais que transcendem nossa percepção e criação?

Antes de começar a tentar responder isso saiba que qualquer discussão sobre um universo subjetivo ou objetivo perde o sentido a partir do momento em que tomamos consciência de que, seja como for, estamos presos dentro de nossa própria mente. Ou limitados por nosso próprio sistema nervoso central, para usar uma metáfora moderna. Protágoras de Abdera já afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, de tudo o que existe já que todas as coisas são relativas às disposições do homem, ou seja o mundo, e a realidade por extenção, é o que o homem constrói e destrói, assim não existem verdades absolutas, toda verdade é relativa a uma determinada pessoa, grupo de pessoas ou sociedade.

Esta é a tábua da esmeralda e a primeira lei do Caibalion: A realidade é mental. Toda forma de magia, do Pai Nosso, passando pela criança que coloca o dente de leite recém caído debaixo do travesseiro e chegando aos Sigilos Caóticos são apenas formas de se convencer que uma mudança é possível. E que essa mudança pode ser operada por um ato resultante de nossa vontade, de nossa mente. E não apenas isso, mas quanto mais forte for a mente, ou vontade, mais forte será o seu controle sobre a sua realidade. A vida é um sonho. Isso é um fato.

2. Duas ou mais mentes podem unir forças e definir a realidade de uma outra.


Se o número de pessoas que acreditam em algo for grande o suficiente, a força dessas mentes combinada pode alterar a realidade de todas as outras mentes com quem convivem, independente das crenças individuais. Quando você acostuma as pessoas a sua volta com uma visão sua é melhor mudar o circulo de amigos se quiser construir um novo eu. Lembre-se que você é a  soma de crenças alheias, daquilo que você demonstra.

Hitler afirmou que os mentirosos também são grandes magos, e ele não estava errado. Se a Alemanha houvesse ganhado a guerra os documentários hoje não teriam títulos como "O Maior Monstro de Nossa Era" ou "O Horror do Nazismo". Se não existe uma verdade absoluta então toda afirmação que vá além do indivíduo é uma mentira.

E mais importante do que isso é que cada mente que passa a adotar a realidade alienígena como sua própria, fortalece esta realidade. Quando acreditamos que um pensamento é certo e o adotamos como nosso pensamento o fortalecemos.

Este é o poder por trás de todas as religiões e ideologias. Você consegue imaginar que seria concebível manter o status da vida que leva agora se decidisse abrir mão do dinheiro? Você acredita que indivíduos que lutam contra a sociedade devem ser punidos? Ou que mesmo que você não seja uma pessoa exatamente "do bem" existem pessoas muito piores à solta por ai?

É por causa disso que praticar magia COM um grupo é mais fácil enquanto se praticar magia PARA um grupo se torna um trabalho excruciante. Quando você esta COM um grupo, a vontade dos outros  se somam e é como nadar a favor da correnteza. Quando você está fazendo PARA uma platéia suas dúvidas e crenças são obstáculos a mais que precisam ser vencidos. Ninguém vai para um show de mágica para ver um coelho sair da cartola, as pessoas vão para lá tentar pegar o mago com a mão na massa. Literalmente, mesmo que não se aperceba disso, a audiência está sempre contra você. Este é o segredo do Hermitão, pois todo exercício de fortalecimento de magia envolve um certo grau de isolamento.

Primeiro se fortaleça, aprenda a dominar a sua realidade e a rechaçar tudo aquilo que vá contra ela. Calar é importante pois evita que as pessoas lutem contra uma realidade que quer se manifestar por meio de ceticismo ou crenças contrárias. Se você quer assustar alguém diga que mandou uma maldição, mass e quiser mandar uma maldição não diga a ninguém. Por outro lado toda magia de cura deve ser anunciada, já que nesse caso as pessoas esperam ser curadas, e o desejo delas fortalece o seu. É por isso também que todo desejo de cura deve ser sincero.

3. Uma mente mais forte pode definir a realidade de uma mente mais fraca.


O truque anterior pode dar a entender que a a Realidade é Democrática, ou seja, é definida pelas crenças e pensamentos da maioria. Essa descrição não é totalmente exata. A meu ver, a realidade é como uma República. Isso porque as pessoas não tem votos de mesmo peso. O que ocorre é que em geral as pessoas dão o seu voto de confiança para que uma outra pessoa arque com a responsabilidade de lhes dizer o que é real e o que não é.

É da natureza humana seguir líderes, ou aqueles que julgamos serem bons líderes. Desde que começamos a nos reunir em grupos começaram a surgir disputas para ver quem assumiria o poder. Em um grupo aqueles que lideram estão sempre em desvantagem numérica sobre os que são liderados, e mesmo assim o grupo maior sempre segue, mesmo quando se sente prejudicado. Os líderes não surgem porque se quando em quando um indivíduo apresenta uma visão que agrada a todos, ele surge porque todos querem ser liderados.

Este foi sempre o papel do xamã, dos sacerdotes e atualmente dos cientístas e meios de comunicação. Além disso uma mente dominante pode impor sua propria vontade sobre a vontade de uma mente fraca e apontar aquilo que ela quer quer que seja real. Afinal, se o líder diz, por que não deveríamos acreditar nele? Pense no processo de impeachment que nosso ex-presidente Collor sofreu. Você de fato acredita que de um dia pro outro todo mundo que o elegeu decidiu tirá-lo do poder? Ou isso fio a vontade de uma minoria influente que com a ajuda da midia contaminou a opinião pública? No atentado de 11 de Setembro aos Estados Unidos, o mundo todo tinha medo de terroristas ou esse medo foi imposto com a ajuda da mídia? O terrorismo existe desde que formas de governo foram criadas e essas estão presentes desde que dois indivíduos ou mais decidiram viver juntos.

Em nosso dia a dia isso se mostra no poder da crítica e do elogio. Toda mentira pode ser uma profecia que se auto-realiza se for impulsionada por uma vontade forte o bastante. A maneira  como isso é feito é uma forma de arte, talvez a mais desconhecida e poderosa de todas as artes.  Quando você fala algo pra alguem, isso é passado pro consciente, aonde é julgado, e talvez aceito ou talvez rejeitado. O que é aceito é passado direto pro subconsciente/inconsciente, e é, levado de volta pra realidade. É o que chamamos de concordancia. Quanto mais cabeças unidas na sua intenção, mais rapido, a realidade fisica vem a se manifestar. Com o teu subconsciente, você pode alterar parte da realidade. Mas se juntar com o subconsciente de outros, você pode alterar toda a realidade. A realidade é, no final das contas, uma mentira bem contada.

Mas não adiante apenas sair por aí contando vantagem para se tornar uma pessoa bem sucedida. Primeiro principio da realidade é – prove aos outros aquilo que fala. Observe qualquer brecha e mostre aos olhos alheios, aquilo que tua boca quer passar. Um mentiroso estratégico é aquele que souber atestar a verdade de suas propria mentiras. É exatamente essa sua meta. Não adianta espalhar, por exemplo, que alguém está afim de você. Isso irá ter efeito reverso, logo esse alguem volta e te derruba. A primeira coisa que você precisa criar, nesses casos é, um efeito fisico, que faça algo nascer. Existem coisas que é melhor não falar pois isso pode acordar o Ego, que é um grande Cão de guarda da realidade de cada um.

Deixe o ego alheio dormir achando que está tudo em ordem. Lembre-se que existe a linguagem não verbal. Criar pensamentos numa pessoa,e fazê-la acreditar naquilo que você quer, é o ideal, nesses casos. Você pode dar a entender, pelo teu jeito, aquilo que se você expusse em palavras, poderia voltar contra você. A realidade da linguagem no fim das contas vai além das palavras. Lembre-se, o objetivo, é, convencer uma pessoa de algo. Nada convence mais que a visão. Nada. Mostre aos outros aquilo que você quer. Mostre delicadamente.

Muita gente cai na burrice, de, tentar mostrar ou forçar uma visão que não existe. Ou que está claramente, sendo deturpada. Seja natural. O jogo é, você começar a observar o como uma coisa é feita e jogar da mesma forma com ela. O como uma pessoa pensa, e convence-la pelo proprio raciocinio. Mostre a outrem, a visão daquilo que quer, pela beiradas. Não adianta de um dia para o outro, quando você quer se livrar de um amor qualquer, dizer após um termino  que está tudo bem. Todos sabem que não. Porem, se você souber dizer aos outros, que já a um tempo, não andava mais sentindo nada pelo teu parceiro, a coisa flui de modo diferente. É mais facil do inconsciente aceitar, E é mais fácil da cabeça dos outros mudarem você, pela concordancia deles. Lembre-se que o máximo da realidade não é o interior, mas sim o exterior. O que você exterioriza é o que vão entender. Essa é a chave da questão.

4. A mente pode ser fortalecida por atos de Vontade.


Sua mente não é a massa cinzenta que existe entre suas orelhas. Nem aquilo que dói quando você tem que ficar pensando em um assunto difícil. Sua mente é aquilo formado por seus pensamentos e por sua vontade. Quando você começa a fazer uma dieta é seu cérebro que diz "estou com fome, preciso comer agora" são seus pensamentos que pedem que esse alimento seja uma pizza quentinha, mas é sua Vontade que deve controlar esse impulso caso você de fato acredite que agora a dieta é o melhor a fazer.

Saiba então que uma mente pode ser fortalecida por atos de Vontade. Como peso aumenta os músculos e como problemas melhoram o cérebro a Vontade também pode ser exercitada. Esta é a única razão das 'provas de fogo' do xamanismo, das 'iniciações' dos sistemas tradicionais, do diploma que você consegue em uma faculdade para exercer uma profissão. Esses rituais mostram que sua vontade foi forte em determinada direção - vencer o desconforto físico, fazer parte da ordem ou se aplicar a aprender por tantos anos as bases de uma profissão. Mostram como sua Vontade é forte para evitar que você saia da linha que traçou, que erre o alvo que decidiu ser o seu objetivo - curiosamente a palavra pecado se deriva justamente de pecare, literalmente errar o alvo.

A tua própria mente, teus sentimentos, tuas emoções e reações, são todas, absolutamente todas, alteraveis. Você pode deturpa-las a seu bel prazer, e tornar a ficção em realidade através de uma crença externa nisso. Tudo depende do rotulo que você dá aquilo que sente, é uma forma de auto engano, que, se inicia por uma mentira depois se torna uma verdade absoluta. Mas na prática esse exercício não precisa levar anos. Mesmo o menor ato, onde a vontade de alguém sobrepuja a de outros tem o poder de desafiar o status quo. Cada pequeno passo é uma vitória. Parar de fumar, artes marciais, trabalho voluntário ou qualquer coisa que lhe faça acordar cedo são bons exemplos. Essa é a grande diferença entre um seguidor e um iluminado. O seguidor completa o jejum apesar dos seus desejos. O iluminado completa por causa de sua Vontade.

O Desemprego como meta econômica



Robert Anton Wilson. Tradução: Matheus Raszl
Slacking off“As pessoas podem gastar tanto tempo somente fazendo sexo, fumando drogas, e assistindo TV, que depois de um tempo elas ficam entediadas...”
Se há uma proposição que ultimamente ganha o consentimento de quase todo mundo, é que precisamos de mais empregos. “A cura para o desemprego” é prometida, ou convictamente buscada, por todo pensador desde Jimmy Carter até o Partido Comunista Americano, de Ronald Reagan até o cabeça do departamento de economia da universidade local, dos Birchers até a Nova Esquerda.
Eu gostaria de desafiar essa idéia. Eu não acho que exista, ou que venha a haver algum dia, uma cura para o desemprego. Proponho que o desemprego não é uma doença, mas o reflexo natural do bom funcionamento de uma sociedade tecnologicamente avançada.
A direção inevitável de qualquer tecnologia, e de qualquer espécie racional tal como o Homo sapiens, aponta rumo ao que Buckminster Fuller chama efemeralização, ou fazer-mais-com-menos.  Por exemplo, um computador moderno faz mais (lida com mais bits de informação) com menos hardware do que um protocomputador dos anos 40 e 50. Um trabalhador, com uma moderna máquina de escrever, faz mais em uma hora que mil escribas medievais copiando à mão pergaminhos em um século. A fissão atômica faz mais com um centímetro cúbico de matéria do que todos os engenheiros do século 19 poderiam fazer com uma tonelada, e nem preciso citar a fusão nuclear.
Desemprego não é uma doença, logo não possui “cura”.
Esta tendência em direção à efemeralização - ou fazer-mais-com-menos - é baseada em dois fatores principais:
A incrementação-associativa, um termo cunhado pelo engenheiro C.H.Douglas, que simplesmente significa que quando nós combinamos nossos esforços nós podemos fazer mais do que a soma do que cada um de nós faria separadamente. Cinco pessoas interagindo sinergéeicamente podem levantar um pequeno carro, mas se cada um dos cinco tentasse separadamente, o carro não se moveria. Como a sociedade se desenvolveu de pequenos bandos, para grandes tribos, para federação de tribos, para cidades-estados, para nações, para alianças multinacionais, o incremento-associativo cresce exponencialmente. Um caçador da idade da pedra não poderia construir o Parthenon; uma cidade-estado renascentista não poderia colocar Neil Armstrong na Lua. Quando o incremento-associativo cresce, dentro de grandes unidades sociais, o fazendo-mais-com-menos se torna crescentemente possível.
e
O próprio conhecimento é inerentemente auto-argumentativo. Cada descoberta “sugere” novas descobertas; toda inovação provoca mais inovações. Isso pode ser visto concretamente, nos arquivos do Cartório de Patentes de qualquer país, onde você encontrará mais patentes registradas em dado ano do que patentes no ano anterior. O que vemos é uma curva em ascensão que parece ir ao infinito. Se o inventor A pode fazer uma cadeira, com 20 partes moveis, o inventor B poderá construir uma com 10 partes. Se a tecnologia de 1900 pode lidar com 100 ergs de Qualquercoisisse, a tecnologia de 1950 pode lidar com 1000. Novamente, a tendência é sempre em direção a fazer-mais-com-menos.
O desemprego é diretamente causado por essa capacidade tecnológica de fazer mais com menos. Milhares de padres foram tecnologicamente desempregados por Gutenberg.  de ferreiros foram tecnologicamente desempregados pelo Modelo T da Ford. Cada aparelho que faça-mais-com-menos faz do trabalho humano muito menos necessário.
Aristóteles disse que a escravidão só poderia ser abolida quando as máquinas fossem construídas para se auto-operarem. Trabalhos em troca de salários, o equivalente moderno para escravidão – muito precisamente chamado “escravidão assalariada” pelos críticos sociais - está em processo de serem abolidos justamente por tais máquinas autoprogramáveis. De fato, Nobert Wiener, um dos criadores da cibernética, alertou nos idos de 1947, que poderia haver um desemprego massivo uma vez que a revolução dos computadores realmente comece.
É argumentável, e eu como qualquer um posso também argumentar, que a única razão para o qual a predição de Wiener ainda não foi completamente realizada – embora nós estajmos vivendo um cenário onde o desemprego está em ascensão contínua – é que as grandes uniões, as corporações e o governo trabalham juntos para atrasar o passo da "cibernetização", para retardar seus passos e manter o pé no freio da economia. Isto acontece porque todos eles ainda consideram o desemprego como uma “doença”, e não conseguem imaginar uma “cura” para o índice quase absoluto de desemprego que uma cibernetização criará.
Suponha, por um momento, que nós desafiemos esta conjectura calvinista. Vamos considerar o trabalho assalariado – como a maioria das pessoas, de fato, considera – como uma maldição, um retardamento, uma irritação, uma barreira que permanece entre nós e o que nós realmente gostaríamos de fazer. Neste caso, seu emprego é uma doença e o desemprego é a cura.
“Mas sem trabalho assalariado todos nós ficaríamos famintos até a morte! Não ficaríamos?”
Não realmente. Muitos pensadores sociais visionários sugeriram planos inteligentes e plausíveis para se adaptar a uma sociedade de crescente desemprego. Aqui estão alguns exemplos.

O Dividendo Nacional

Isso foi inventado pelo engenheiro C.H.Douglas e foi revivido com algumas modificações pelo poeta Ezra Pound e pelo designer Buckminster Fuller. A idéia básica (Embora Douglas, Pound e Fuller diferem nos detalhes) é que cada cidadão deveria ser declarado como acionista na nação, e deveria receber dividendos do Produto Nacional Bruto pelo ano contado. Estimativas diferem no quanto cada cidadão deveria receber, mas com o nível atual do PIB é bem conservador dizer que estes dividendos seriam bem maiores do que os previdenciários recebem – pelo menos umas cinco vezes maiores.
Críticos reclamam que isso causaria uma super-inflação. Defensores do Dividendo Nacional retrucam que o dividendo só seria inflacionário se a distribuição for maior do que o PIB; e eles estão apenas propondo a distribuição de um valor igual ao PIB.

A Renda Anual Garantida.

Esta idéia foi instigada pelo economista Robert Theobald e outros. O governo poderia simplesmente estabelecer um pagamento acima da linha de pobreza e garantir que nenhum cidadão receberia menos; se seus salários caírem abaixo desse nível, ou você não tiver salário, o governo banca a diferença. Este plano irá definitivamente custar menos do que o atual sistema de Seguridade Social, com todas as suas redundâncias burocráticas: um ponto muito considerado pelos conservadores - que estão sempre reclamando sobre os altos custos da previdência. Isto também pouparia os recebedores de humilhação, degradação e desumanização, que fazem parte do presente sistema de Seguridade Social: um ponto para os liberais considerarem. Um sistema que é mais barato do que a Seguridade Social e também menos degradante aos pobres, me parece, não deveria encontrar oposição de ninguém, a não ser de sádicos hardcore.

Renda Básica de Cidadania

Neste cenário, cada cidadão teria direito a uma renda custeada pelo estado, mesmo se não quer trabalhar de forma remunerada, e ainda sem levar em consideração se é rico ou pobre e independentemente de outras possíveis fontes de renda. (Isso já existe e no Brasil é defendido com unhas e dentes pelo senador Eduardo Suplicy.)

O Imposto de Renda Negativo

Foi primeiramente planejado pelo economista vencedor do premio Nobel Milton Friedman, é uma variação menos radical das idéias acima. O imposto de renda negativo estabeleceria um mínimo de renda para cada cidadão; alguém que tivesse uma renda abaixo deste nível receberia uma quantia necessária para trazê-lo ao padrão. Friedman, que é algumas vezes chamado de conservador, mas prefere se chamar de libertário, aponta que isso custaria “ao governo” (i.e.aos contribuintes) menos que o atual sistema de Seguridade Nacional, assim como a renda anual de Theobald. Isto também acabaria com a última gota de humilhação associada com a “caridade” governamental, já que quando você embolsa um cheque do Imposto de Renda, ninguém (nem mesmo o gerente do banco onde você tem conta) terá como saber se o dinheiro era uma renda suplementar devida ao pobre ou uma restituição devida sobre pagamento das taxas do último ano.

The RICH Economy.

Isto foi arquitetado pelo inventor L. Wayne Benner (co autor com Timothy Leary de Terra II) em colaboração com este autor. È um programa de 4 estágios para reorganizar a sociedade para um futuro cibernético e de exploração espacial na qual estamos rapidamente adentrando. RICH significa (Rising Income through Cybernetic Homeostasis - Aumentando a Renda Através da Homeostase Cibernética)
Estágio I: Reconhecer que a cibernetização e o desemprego massivo são inevitáveis e portanto encorajá-las. Isto pode ser feito oferecendo, por exemplo R$ 500.000,00 de recompensa para qualquer trabalhador que possa desenhar uma máquina que substituirá a si próprio e a todos que realizem o mesmo trabalho. Em outras palavras, ao invés de ser arrastado para a era cibernética gritando e socando tudo pela frente, nós deveríamos marchar à frente bravamente, considerando a Sociedade Sem-Trabalho como o maior acerto Utópico que a humanidade já viu.

Estágio II:
Estabelecer um ou outro, tanto o Imposto de Renda Negativo ou a Renda Anual Garantida. Desta forma o desemprego massivo causado pelo estágio I não atirará hordas de pessoas à degradação do atual sistema de previdência.
Estágio III:  
Gradualmente, experimentalmente, erguer a Renda Anual Garantida para o nível do Dividendo Nacional sugerido por Douglas, Bucky Fuller, e Ezra Pound, o qual deverá dar a cada cidadão o padrão de vida confortável próximo ao da classe média. A razão para que se faça isso gradualmente é em medida para pacificar aqueles economistas conservadores, que afirmam que o Dividendo Nacional é “inflacionário”, ou que poderiam destruir o sistema bancário por diminuir o valor dos juros para próximo de zero. E é argumento nosso que isso não acontecerá enquanto o total de dividendos distribuídos para a população não ultrapasse o valor do PIB, mas desde que isto é uma idéia revolucionária e controversa, seremos prudentes, nos permitimos aproximá-lo a passos curtos, levantando uma renda mínima talvez de 5 centavos por ano pelos primeiros dez anos. E depois que o desemprego massivo causado pela cibernetização - estágio I - ter produzido um excesso de consumismo, experimentalmente aumentar mais e mais rapidamente em direção ao Dividendo Nacional verdadeiro. 

Estágio IV: Um massivo investimento em educação para adultos, por duas razões:

  1. As pessoas só conseguem gastar algum tempo vivendo de sexo, drogas e Televisão, depois de um tempo elas ficam entediadas. Esta é a principal objeção psicológica para uma sociedade sem trabalho, a resposta para isso é educar as pessoas para funções mais cerebrais do que foder, fumar maconha, ou assistir TV, ou a maioria dos trabalhos idiotas com que as pessoas estarão se entretendo.
  2. Haverá uma vasta quantidade de desafios e oportunidades nos confrontando nas próximas três ou quatro décadas, das quais as mais notáveis são aquelas colocadas por Tim Leary em seu slogan SMI²LE – Space Migration, Intelligence Increase, Life Extension - Migração Espacial, Aumento da Inteligência , e Extensão da Vida. A humanidade está para entrar em uma relação evolucionária completamente nova com relação ao espaço, tempo, e consciência. Nós não iremos mais estar limitados a um planeta, a uma vida curta que dure menos de um século e para o processo mental estereotipado e robótico pelo qual a maioria das pessoas são governadas. Todos merecem a chance, se eles quiserem, de participar do salto evolucionário chamado por Leary de “mais espaço, mais tempo, e mais inteligência para aproveitar espaço e tempo”.
Se acha essas propostas um tanto quanto "inocentes" ou "sonhadoras, tenha em mente que o PIB do Brasil é, de acordo com o FMI, é de 4,14 trilhões de reais - calculado em Abril de 2013. De acordo com o censo de 2011, o brasil tem 194.000.000 de habitantes.
Dividindo o PIB pelos nossos habitantes, você teria hoje um salário anual de pelo menos R$21.340,2 - ou um salário mensal de 1.778,35 (sem direito a 13º) para viver sem um emprego.
Pesquise os ARQUIVOS GALÁTICOS para um divertido conto sobre o futuro: “O primeiro passo do Presidente Hubbard em estabelecer a economia RICH foi oferecer uma recompensa de 50.000 por ano para qualquer trabalhador que possa desenhar uma maquina que poderá substituí-lo”.
O que eu estou propondo, em resumo, é que a Ética do Trabalho (encontre um Senhor para empregá-lo por salários, ou viva uma pobreza esquálida) é obsoleta. Uma nova Estética do Trabalho terá de surgir para substituir esta síndrome pré-histórica do escravo, do camponês, do servo, da prole, do trabalhador assalariado – a máquina humana de trabalho que não é exatamente mais uma pessoa mas, como Marx disse, “uma ferramenta, um autônomo”. Uma vez libertos dos papéis de "coisa" e "robos", as pessoas aprenderão a se tornar completamente desenvolvidas, no senso do potencial de desenvolvimento humano. Eles não procurarão por trabalho por causa de necessidades econômicas, mas por necessidades psicológicas – como uma válvula de escape para seu potencial criativo.
(“Criatividade Potencial” não é uma ganeralização. Estou me referindo para a vontade inata de brincar, pensar, explorar e experimentar, demonstrada por toda a criança em seu processo mental antes de ser tolhida por uma educação autoritária e de ser condicionada a se tornar um robô programado a perseguir salários)
Como Bucky Fuller disse: o primeiro pensamento das pessoas, uma vez que elas são libertas do salário escravocrata, será 'O que era aquilo em que eu estava tão interessado quando jovem, antes que me dizerem que eu deveria começar a viver?’ A resposta para essa questão, vinda de milhões e então de bilhões de pessoas livres de seu trabalho mecânico, fará a renascença parecer uma feira de ciências ou uma demonstração de arte na Vila Greenwich”.
Título Original: The RICH Economy. Do livro The Illuminati Papers.

sexta-feira, 28 de março de 2014

O Décimo

Há muitos anos, na antiga cidade de Chevron (Hebron), na estrada que leva à Gruta de Machpelá, havia um pequeno acampamento judeu. Viviam lá tão poucos homens adultos, que nem ao menos tinham um minyan (quorum formado por dez homens) para o Shabat.
Apenas ocasionalmente, se fossem suficientemente afortunados para "agarrar" um judeu ou mais, visitando a histórica Caverna de Machpelá, conseguiam rezar com um minyan. Quando isto acontecia ficavam extremamente felizes, pois estavam ansiosos por servir a D'us da melhor maneira possível, isto significa, com a presença de dez homens, número mínimo necessário para atrair a Presença Divina.
Certo ano, estavam especialmente preocupados porque Yom Kipur se aproximava, e não havia perspectivas de conseguirem formar um minyan.
Chegou o dia de Yom Kipur, e ainda faltava um judeu para completar os dez necessários para a congregação. Começaram a sentir-se desesperados, e embora muito atarefados, espalharam-se por todas as ruas principais, na esperança de que mesmo nesta hora, às vésperas do Grande Dia da Expiação, um milagre aconteceria e eles poderiam encontrar o décimo judeu.
O sol estava se pondo rapidamente, e sentiam o coração apertado ao voltarem para casa e prepararem-se para ir à pequena sinagoga rezar, houvesse ou não minyan.
O chazan (cantor) estava para iniciar a prece quando, para assombro de todos os presentes, entrou um judeu idoso, vestido em roupas velhas e simples, as costas curvadas, com uma sacola pendurada ao ombro.
Todos sentiram vontade de abraçá-lo, mas a hora era muito solene para estas coisas. Seus pensamentos concentraram-se na entoação de pungentes melodias, e preces saídas do fundo do coração.
O shamash, encarregado das tarefas que envolviam a sinagoga, gostaria de ter falado com este visitante misterioso após o final do Serviço, mas o estranho parecia tão imerso em pensamentos e preces, que decidiu deixá-lo em paz.
O visitante passou a noite na sinagoga, como o fizeram muitos dos membros da congregação. Como já mencionamos, os judeus do acampamento eram muito piedosos e tementes a D'us, e agradeceram humildemente ao Todo Poderoso por ter respondido sua prece enviando-lhes um décimo judeu, para que pudessem rezar com um minyan no mais sagrado dos dias - Yom Kipur.
   
 
O cantor estava para iniciar a prece quando, para assombro de todos os presentes, entrou um judeu idoso, vestido em roupas velhas e simples, as costas curvadas, com uma sacola pendurada ao ombro
 
   
Assim que Yom Kipur terminou, houve quase uma corrida para alcançarem o estranho homem que aparecera como um anjo vindo dos céus. Todos queriam ter a honra de levá-lo para casa consigo, a fim de quebrar o jejum. Quase tiveram uma altercação, até que o shamash muito sabiamente sugeriu que a solução mais justa seria "fazer um sorteio". Todos concordaram. Para grande alegria do shamash, que era um grande erudito de Torá, foi ele o escolhido para ter a honra de recepcionar o visitante.
O shamash estava ansioso para agradar ao hóspede, e não o incomodou com perguntas. Tudo que pôde extrair do homem foi que se chamava Avraham. Saíram juntos da sinagoga, e o shamash ficou satisfeito em levar adiante uma conversa meio que unilateral.
De repente, o shamash sentiu uma estranha quietude, e, perscrutando a escuridão da noite, percebeu que estava sozinho! O convidado desaparecera! Horror dos horrores! O que havia acontecido a Avraham?
"Avraham! Avraham!" gritou o shamash, correndo freneticamente de um lado para outro. Mas não houve resposta, e nenhum sinal de Avraham.
Tristemente, com o coração pesado de desapontamento, o shamash rapidamente fez meia-volta e contou aos judeus que iam para casa o terrível acontecimento. O pobre shamash estava desolado. Os bons judeus do acampamento ficaram tão preocupados em encontrar o visitante desaparecido, e então saíram com tochas, temerosos de que tivesse tropeçado e caído num poço, ou tivesse sofrido um acidente.
Após horas de buscas infrutíferas, todos voltaram tristemente para casa. O shamash, porém, não conseguia descansar, e apenas quando já rompia a madrugada caiu finalmente num sono sobressaltado, de pura exaustão.
Mal fechara os olhos, ou assim lhe parecia, quando Avraham apareceu. Porém estava agora ricamente vestido e parecia radiante.
"Não se preocupe, meu amigo", disse gentilmente ao shamash. "Como pode ver, estou perfeitamente bem. Sou o Patriarca Avraham. Suas preces atingiram-me aqui na Gruta de Machpelá, e o procurei, para que tivesse a satisfação espiritual de rezar em Yom Kipur com um minyan.
"Tão logo terminou minha missão, voltei aqui para meu local de descanso. Volte para seus amigos e diga-lhes para que não se preocupem. Nenhum acidente me aconteceu. Estou em paz. A paz esteja com você."
Nem bem estas palavras foram ditas, a visão desapareceu e o shamash acordou. Mal conseguiu correr rápido o suficiente até a sinagoga para informar aos seus amigos do maravilhoso sonho que tivera. A princípio mal podiam acreditar, mas sabiam que era um homem piedoso, e não poderiam duvidar de que era realmente o Patriarca Avraham o décimo homem no minyan.
Sentiram o coração repleto de grande alegria. Humildemente deram graças ao Todo Poderoso - o D'us de seu patriarca Avraham.
   
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Poluição Radioativa
Poluição Radioativa
Em nosso planeta, há uma pequena quantidade de radioatividade natural emitida por alguns elementos químicos, como urânio, rádio entre outros, que, espontaneamente liberam radiações de seu núcleo, como partículas alfa e beta, raios gama e outros. Nesse processo, eles se transformam gradativamente em outros elementos, até produzirem átomos não-radiativos, como o chumbo.
Com o final da Segunda Guerra Mundial, teve início a era nuclear, surgindo então mais uma forma de poluição criada pelo homem: a poluição radioativa.
A primeira fonte dessa forma de poluição foram as explosões nucleares, que lançam substâncias radioativas no ambiente, acarretando sérias conseqüências para os seres vivos, como infelizmente atestam alguns sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, as duas cidades do Japão sobre as quais foram lançadas bombas atômicas, pelos Estados Unidos, em 1945.
A crescente busca de novas fontes de energia levou o homem a construir usinas nucleares, com a finalidade de aproveitar essa energia, utilizada para fabricar a bomba atômica, também para fins pacíficos.
Surgiram então novas fontes de perigo: a água usada na refrigeração dos reatores pode apresentar ligeira radioatividade ao ser devolvida ao ambiente.
Há também o problema de armazenamento dos resíduos radiativos produzidos, o lixo atômico, e, finalmente, apesar de toda a segurança que deve existir nesse tipo de usina, há a possibilidade de ocorrerem acidentes como o vazamento de material radiativo. Foi o que ocorreu em Chernobyl, na União Soviética, onde formou-se uma nuvem radiativa que se espalhou pela Europa.
Finalmente, os testes nucleares executados na estratosfera, o uso de raios X e de mostradores luminosos em relógios e outros instrumentos que usam tinta com pequena quantidade de material radiativo, e mesmo a televisão em cores, contribuem para aumentar a taxa de radiação no ambiente.
As substâncias radioativas emitem nêutrons, partículas alfa e beta, raios gama e outras formas de radiação que podem causar uma série de doenças ao organismo, inclusive o câncer. Provocam também mutações capazes de afetar o código genético das células germinativas, causando assim mudanças nas gerações seguintes, como ocorre até hoje em Hiroshima.
Algumas substâncias radioativas produzidas nas usinas e nas explosões nucleares têm uma duração extremamente longa. Uma vez lançadas no ambiente, seus efeitos persistem até que a substância se desintegre, transformando-se em outra substância estável.
Além da morte imediata de inúmeros seres humanos e dos efeitos da radiação ao longo das gerações, uma guerra nuclear teria mais uma trágica conseqüência, conhecida como inverso nuclear. A poeira levantada pelas explosões atômicas, aliada à fuligem e à fumaça dos incêndios, impediria a penetração de luz na atmosfera, bloqueando por alguns anos a fotossíntese e fazendo cair de vários graus a temperatura. Com isso, poderia ocorrer a extinção de numerosas espécies, inclusive o homem, que poderia ter um fim semelhante ao dos dinossauros, os quais, provavelmente, tiveram seu “inverno nuclear” provocado pelo impacto de um asteróide no planeta.
A energia solar, tendo em vista o seu elevado custo e os riscos decorrentes do seu uso, deveria ser considerada não a primeira das opções para geração termoelétrica no Brasil, mas a última delas. Deveria ser utilizada apenas quando fosse impossível gerá-la de outras formas.
Mesmo aceitando essa posição, seria importante manter o domínio tecnológico da opção nuclear, para o que será indispensável prosseguir de maneira gradual nas atividades de pesquisa, desenvolvimento e capacitação industrial nessa área, aumentando a participação dos técnicos e da indústria nacional.
Finalmente, a decisão de instalar novas usinas e sua eventual localização deveriam ser objeto de apreciação do Poder Legislativo.
Os efeitos da radioatividade vão depender do tipo e da quantidade de radiação que chega ao organismo durante um certo tempo. Doses muito altas (mais de 1.000 rads, uma unidade de medida da quantidade de radiação recebida) matam em poucas horas, uma vez que destroem as proteínas do ser vivo. Doses menores que 1.000 rads e maiores que 400 rads prejudicam a renovação das células da mucosa intestinal, provocando hemorragias, diarréia, vômitos e infecção.
Na maioria das vezes, essas doses também levam o indivíduo à morte. Além disso, os sobreviventes apresentarão, posteriormente, alterações nas células do sangue, devido a modificações na medula óssea. Nesse caso, pode ocorrer leucemia ou outros tipos de câncer, que às vezes surgem dez ou vinte anos mais tarde.
Isso ocorre porque algumas substâncias radiativas produzidas nas usinas e nas explosões nucleares têm duração extremamente longa. Uma vez lançadas no ambiente, seus efeitos persistem até que elas se desintegrem, transformando-se em outra substância estável.
Algumas usinas, por exemplo, transformam urânio em plutônio, usado também nas bombas atômicas. Esse elemento possui uma meia-vida de 24.300 anos, ou seja, partindo de um quilo de plutônio, depois de 24.300 anos ainda restará metade dessa quantidade.
Já o estrôncio 90 tem uma meia-vida de 29 anos, o que significa que levará 29 anos para determinada quantidade desse isótopo atingir níveis insignificantes. Esse tempo é suficiente para que ele penetre nas cadeias alimentares e se acumule nos organismos vivos. O mesmo acontece com o iodo 131, que tem meia-vida de apenas 8 dias. Através da cadeia alimentar, ele pode depositar-se na glândula tireóide, provocando câncer de tireóide.
Por isso, as populações expostas a acidentes como o de Chernobyl recebem iodo normal: saturando tireóide, impede-se que o iodo radiativo se fixe nessa glândula, sendo então eliminado pela urina.

As possíveis soluções

Para se evitarem os efeitos desastrosos da radiação atômica, o lixo atômico deve ser colocado em recipientes extremamente resistentes e de longa duração.
Esses recipientes podem então ser enterrados em formações geológicas rasas ou profundas, ou ainda estocados em instalações especialmente construídas na superfície da Terra.
Como, entretanto, essas soluções não são totalmente seguras e não resolvem o problema, pesquisam-se formas de reaproveitar totalmente os resíduos.
Os defensores do uso da energia nuclear acham que vale a pena correr riscos por esse tipo de energia, especialmente no caso de países onde outras fontes energéticas não são suficientes. Nesse caso, é necessário aumentar a segurança em relação às usinas e ao lixo atômico.
Outros cientistas, menos otimistas, acham que os benefícios da energia atômica não compensam os riscos que ela representa. Para eles, as usinas poderiam funcionar, mas apenas para pesquisas, em número limitado e não para gerar energia. O melhor, segundo eles, seria concentrar as pesquisas em outros campos, como a energia solar, por exemplo, e aproveitar ao máximo a energia hidrelétrica, em países onde ela é abundante.
Quando a outras formas de poluição radiativa, podem ser dadas as seguintes recomendações: a nível individual, não assistir televisão em cores muito de perto e limitar o uso de raios X aos casos de grande necessidade. A nível de sociedade, deveriam ser proibidos testes nucleares e o que seria ideal, armas nucleares, mediante acordo entre as superpotências.
Fonte: www.geocities.com
Poluição Radioativa
Cada vez mais o homem necessita de energia elétrica para as cidades que crescem. Em alguns lugares é possível retirar energia de quedas de água mas em outros não. Por isso é que vem crescendo a quantidade de Usinas Nucleares, que além de não necessitar de privilégios geográficos é muito rentável pois uma certa quantidade de urânio-235 pode gerar 80.000 vezes mais energia do que a mesma quantidade de carvão mineral.
Mas há um preço a pagar: o lixo atômico.
O lixo atômico é produzido em todos os estágios do ciclo do combustível nuclear- desde a mineração do urânio até o reprocessamento de combustível nuclear irradiado. Grande parte desse lixo permanecerá perigoso por milhares de anos, deixando uma herança mortal para as futuras gerações. Durante o funcionamento de um reator nuclear são criados isótopos radioativos extremamente perigosos - como césio, estrôncio, iodo, criptônio e plutônio. O plutônio é particularmente perigoso, já que pode ser usado em armas nucleares se for separado do combustível nuclear irradiado por meio de um tratamento químico chamado reprocessamento.
Como parte da operação de rotina de toda usina nuclear, alguns materiais residuais são despejados diretamente no meio ambiente. Resíduo líquido é descarregado (como "água de resfriamento de turbina") no mar ou em rio próximo à usina; resíduos gasosos vão para a atmosfera.
Há três categorias de lixo atômico: resíduo de alto nível (HLW, de high level waste); resíduo de nível intermediário (ILW, intermediate level waste); e resíduo de baixo nível (LLW, de low level waste).
O HLW consiste principalmente de combustível irradiado proveniente dos núcleos de reatores nucleares (embora a indústria nuclear não o considere como "lixo") e de resíduos líquidos de alta atividade produzidos durante o reprocessamento. A remoção de plutônio pelo reprocessamento resulta num imenso volume de resíduo líquido radioativo. Parte desse mortal resíduo de reprocessamento, armazenado em grandes tanques, é misturado com material vítreo quente e solidificado. Os blocos de vidro resultantes também são classificados como HLW. Ainda que o processo de vitrificação possa tornar mais fácil o transporte e o armazenamento do lixo atômico, de forma alguma diminui o terrível risco para as pessoas e o ambiente durante o milênio que virá. De maneira geral, o HLW é mil vezes mais radioativo que o ILW.
O ILW consiste principalmente de "latas" de combustível metálicas que originalmente continham urânio combustível para usinas nucleares, peças de metal do reator e resíduos químicos. Têm de ser blindado para proteger operários e outras pessoas contra a exposição durante o transporte e a destinação final. Normalmente, ele é estocado no local em que é produzido. O ILW, de maneira geral, é mil vezes mais radioativo que o LLW.
O LLW pode ser definido como o resíduo que não requer blindagem durante o manuseio normal e o transporte. O LLW consiste principalmente de itens como roupas de proteção e equipamentos de laboratório que possam ter entrado em contato com material radioativo.
O plutônio é reprocessado para que separe o urânio, ainda retido, do plutônio. Mas ao invés de ser uma alternativa para diminuir o lixo atômico, o reprocessamento gera 189 vezes mais lixo do que tinha antes.
O plutônio é uma das substâncias mais radiotóxicas e perigosas: um único micrograma (algo menor que uma partícula de poeira) pode causar câncer fatal se inalado ou ingerido. Uma esfera de plutônio menor do que uma bola de tênis poderia ser usada como combustível de uma bomba nuclear capaz de matar milhões de pessoas.
Após o uso, um dia as usinas irão ser desativadas, por causa da deterioração dos materiais que compõem a usina, como o reator. Por enquanto não se sabe como irá ser feito, mas se pensa em cobrir com concreto ou simplesmente jogar terra por cima.
De acordo com estimativas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a quantidade total de combustível gasto era de 125 mil toneladas em 1992 e vai subir para 200 mil toneladas no ano 2000 e para 450 mil toneladas em meados do próximo século. Contudo, embora diversos métodos de destinação tenham sido discutidos durante décadas - incluindo o envio para o espaço - ainda não há solução para o lixo atômico.
Mas não é só isso. Há ainda o perigo de haver uma explosão no reator, que não só afeta a área em volta como outras muito afastadas devido a dispersão da radiotividade pelo ar como ocorreu em Chernobyl que contaminou, a Ucrânia, partes da Europa e outros continentes. Outro acidente foi o do Japão em uma unidade de reporcessamento de plutônio.
A melhor proposta para se obter energia sem agredir o meio ambiente é a introdução das energias alternativas que além de não poluir, aproveitam a natureza obtendo energia para o homem.
Fonte: br.geocities.com
Poluição Radioativa
Para que se fale em poluição radioativa, devemos primeiramente definir radiação.
Radiação é o efeito químico proveniente de ondas e energia calorífera, luminosa etc.
Existem três tipos de radiação: raios alfa e raios beta, que têm a absorção mais fácil, e raios gama, que são muito mais penetrantes que os primeiros, já que se tratam de ondas eletromagnéticas.
O contato contínuo à radiação causa danos aos tecidos vivos, tendo como principais efeitos a leucemia, tumores, queda de cabelo, diminuição da expectativa de vida, mutações genéticas, lesões a vários órgãos etc.
Assim, poluição radioativa é o aumento dos níveis naturais de radiação por meio da utilização de substâncias radioativas naturais ou artificiais.
A poluição radioativa tem como fontes :
Substâncias radioativas naturais: são as substâncias que se encontram no subsolo, e que acompanham alguns materiais de interesse econômico, como petróleo e carvão, que são trazidas para a superfície e espalhadas no meio ambiente por meio de atividades mineratórias
Substâncias radioativas artificiais:
substâncias que não são radioativas, mas que nos reatores ou aceleradores de partículas são “provocadas”.
A fonte de poluição radioativa predominante é a natural, pois a poluição natural da Terra é muito grande, decorrente do decaimento radioativo do urânio, do tório e outros radionuclídeos naturais.
Finalmente, devemos lembrar que a poluição radioativa provém principalmente de: indústrias, medicina, testes nucleares, carvão, radônio, fosfato, petróleo, minerações, energia nuclear, acidentes radiológicos e acidentes nucleares.
Por último podemos observar que em qualquer dos tipos acima expostos, a poluição pode ocorrer principalmente por meio de:
Agentes bacteriológicos: tendo como causas esgotos e adubos, e consistindo na contaminação por bactérias, vírus e outros micróbios portadores de doenças
Agentes químicos:
tendo como causas óleos, inseticidas, detergentes sintéticos, adubos químicos e esgotos, e consistindo na contaminação por meio de elementos químicos que podem destruir a fauna e a flora
Agentes físicos:
tendo como causas erosão, húmus, vegetação e a própria atividade humana, resultando alteração da cor, gosto, cheiro e temperatura da água
Partículas radioativas:
caracterizada pela presença de materiais radioativos das centrais ou explosões nucleares.
Fonte: www.teleon.com.br
Poluição Radioativa
A pior, a mais desastrosa e a mais devastadora forma de poluição é a poluição radioativa (ou nuclear), pois pode provocar morte imediata, deformações congênitas e câncer, dependendo da distância e da intensidade da fonte e também do tempo de exposição à radiação. É mais do que medonha porque, depois que o acidente ocorre, dependendo do radioisótopo poluidor, poderá durar séculos ou milênios para que a atividade do local atingido possa retornar a níveis de background (radiação ambiente) compatíveis com a vida. Os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki – as duas cidades do Japão sobre as quais foram lançadas bombas nucleares (Little Boy e Fat Man) pelos Estados Unidos em 1945, como desforra pelo ataque a Pearl Harbor em 7 de dezembro de 1941 – são as testemunhas mortas e vivas daquele 'meteorizador' horror. Eu nem posso imaginar como será que os que mandaram jogar aquelas bombas e os que cumpriram as ordens compensarão e/ou já estão compensando aquela tragédia. A mesmíssima coisa vale para os conflitos que ocorrem hoje, por exemplo, no Iraque e no Afeganistão. Eu, que ainda não consegui domar inteiramente meu demônio interno, sei que terei minha cota-parte para compensar. Eles? Nem quero pensar.
Como fontes principais do flagelo nuclear podem-se citar as experiências com armas nucleares na atmosfera nas décadas de 50 e 60, sob patrocínio das grandes potências, e a manipulação de rejeitos radioativos oriundos dos reatores nucleares envolvidos na geração de energia elétrica comercial nos 375 reatores nucleares espalhados pelo mundo, assim como dos reatores destinados à propulsão naval. Para todos os casos, tanto na fase de obtenção do combustível nuclear como na de operação deste tipo de máquina, são produzidas enormes quantidades de resíduos radioativos inservíveis, com meias-vidas relativamente longas (meia-vida é o tempo necessário para que se reduza à metade da inicial a quantidade de átomos radioativos presentes em uma amostra radioativa), os quais acenam com graves perigos potenciais para a contaminação ambiental e para a vida na Terra. É o caso, por exemplo, do elemento Plutônio com meia-vida igual a 24 mil anos, ainda que passados mais ou menos 40 anos a maioria dos resíduos do combustível nuclear perca 99,9% de radiação.
A poluição radioativa, enfim, é o aumento dos níveis naturais de radiação (radiação ambiental) por meio da utilização de substâncias radioativas naturais ou artificiais.
A poluição radioativa tem como principais fontes:
Substâncias radioativas naturais: são as substâncias que se encontram no subsolo e que acompanham alguns materiais de interesse econômico (commodities), como petróleo e carvão, que são trazidas para a superfície e espalhadas no meio ambiente por meio de atividades mineradoras
Substâncias radioativas artificiais:
são as produzidas em reatores nucleares e em aceleradores de partículas para utilização em medicina, na indústria , em pesquisa etc.
A poluição radioativa provém principalmente de indústrias, medicina, testes nucleares, carvão, radônio, fosfato, petróleo, minerações, energia nuclear, acidentes radiológicos e acidentes nucleares. Um dos maiores desafios tecnológicos da atualidade refere-se à eliminação ou contenção, com a necessária segurança, dos produtos radioativos provenientes das usinas nucleares. Há alguns anos, a imprensa internacional veiculou informações relativas ao gravíssimo acidente ocorrido com o submarino nuclear russo Kursk nas águas geladas do mar de Barents, em 12 de agosto de 2000, quatro meses após a posse do presidente Vladimir Putin, que, imediatamente, tentou corrigir a imagem de indecisão e de incompetência deixada pelo acidente. A embarcação, equipada com dois reatores nucleares para propulsão, foi a pique com 118 tripulantes a bordo, permanecendo a 108 metros de profundidade. Um perigo iminente para o meio ambiente, envolvido com naufrágios deste tipo, está na possibilidade do vazamento de material nuclear, oriundo dos reatores, com a conseqüente contaminação da vida marinha e suas implicações para a cadeia alimentar.
Já uma guerra nuclear, além da morte imediata de inúmeros seres humanos e dos efeitos da radiação ao longo das gerações, propiciaria mais uma trágica conseqüência: o inverno nuclear. A poeira levantada pelas explosões nucleares, aliada à fuligem e à fumaça dos incêndios, impediria a penetração de luz na atmosfera, bloqueando por alguns anos a fotossíntese e fazendo a temperatura cair vários graus. Com isso, poderia ocorrer o desaparecimento definitivo de numerosas espécies, inclusive a extinção do próprio homem. Assim, o inverno nuclear designa o ápice de uma série de fenômenos meteorológicos provocados por uma guerra nuclear total entre as potências nucleares. Estudos feitos na década de 1980 mostraram que a queima das cidades e posterior emissão de milhões de toneladas de fuligem na atmosfera resultariam em uma pequena era glacial que duraria alguns anos, matando, por isso, grande parte dos animais e dos vegetais existentes. Esses estudos contribuíram para as campanhas pacifistas e de desarmamento entre os EUA e a Ex-URSS.
A poluição radioativa compreende mais de 200 radionuclídeos, sendo que do ponto de vista de impacto ambiental destacam-se o césio-137 e o estrôncio-90, devido às suas características nucleares (alto rendimento de fissão e meia-vida longa). Nos processos biológicos, o césio e o estrôncio, semelhantes quimicamente ao potássio e ao cálcio, tendem a acompanhá-los, depositando-se parcialmente nos músculos e nos ossos, respectivamente. Por exemplo, o estrôncio-90, radioativo, liberado por vazamentos ou explosões nucleares pode causar sérios problemas quando assimilado. Uma vez na corrente sangüínea, ele é bioquimicamente confundido com o cálcio (por causa de sua posição na tabela periódica dos elementos), sendo absorvido pelo tecido ósseo, onde será fixado.
Fazendo, então, parte dos ossos, ele emite sua radiação característica e acabará por provocar sérias mutações cancerígenas nos tecidos formadores do sangue encontrados na medula óssea. Também, como afirma o Dr. Völker Zahn, grande parte da poluição radioativa atinge principalmente o cérebro – quer se trate de irradiações naturais, de acidentes nucleares, do lançamento de bombas atômicas ou de testes nucleares. Diversas vezes, foram comprovados, nas proximidades de usinas atômicas, casos de danificação dos cromossomos e de problemas intelectuais.
Fonte: paxprofundis.org
Poluição Radioativa
Poluição radioativa - a energia nuclear é uma das alternativas para se garantir o abastecimento de energia nos próximos anos.
A energia é obtida por fissão nuclear, onde os núcleos atômicos são bombardeados por certas partículas e se partem, liberando a energia que armazenam.
O grande perigo são os resíduos, o lixo atômico, a resistência dos materiais dos reatores.
A poluição radioativa provoca morte imediata, deformações congênitas e câncer, dependendo da intensidade e tempo de exposição.

O que é poluição radioativa?

A poluição radioativa é decorrente dos elementos radioativos, produzidos durante uma explosão nuclear, que permanecem na atmosfera ou precipitam-se sobre o solo. Esse tipo de poluição é altamente tóxico e, dependendo da intensidade, letal. A poluição radioativa das usinas nucleares é uma ameaça constante. Uma grande catástrofe aconteceu em 1986, quando a usina nuclear de Chernobil liberou contaminadores radioativos na atmosfera.

Poluição Radioativa

Poluição Radioativa
Poluição Radioativa
Além da poluição biológica, a industrial ea poluição química do solo, hoje em dia há também a poluição radioativa eo homem é culpado por todos eles.
Os experimentos nucleares levaram em algumas áreas na Terra para armazenamento de resíduos radioativos e de emanações dos centros nucleares, onde tinha havido acidentes (por exemplo, o acidente de Chernobyl-Ucraina). A poluição radioativa representa um grande perigo para a vida dos seres humanos "e animais".
Os mais perigosos de longa duração radionuclídeos são aqueles emitidos por reatores nucleares: eles podem durar até mais de meio século!
Estes assassinos ativos de rádio, são conservados no solo, de onde eles vão para as plantas e animais.
Por exemplo, nas áreas do norte da Europa e da América, onde foram feitos experimentos nucleares, o césio radioativo loja líquenes e as renas comem os líquenes, que armazenam os isótopos em troca. Ao comer carne de rena, as laplans foram carregados com isótopos radioativos 10 vezes mais do que outras populações do norte, que não foram contaminados nuclear.
Radiações são uma forma de manifestação da energia. As radiações foram postos para fora pela primeira vez pelo cientista H. Becquere, que em 1896 descobriu que o urânio emite gases naturais. O marido de Marie Curie Posteriormente estudou o problema.
Naquela época não eram conhecidos em detalhe os efeitos do câncer produzidos pelas radiações.
Marie Curie, que foi exposto por muito tempo durante sua pesquisa sobre fontes radioativas, morreu de leucemia em 1934. Radiação tem diferentes efeitos e utilizações. Eles podem ser utilizados em diagnósticos e tratamentos de algumas doenças, mas em dose elevada, radiações ter efeitos negativos sobre o organismo humano.
A substância radioativa tem três tipos de radiação: alfa, beta e gama.
Fonte: www.redeambiente.org.br
Poluição Radioativa
A poluição radioativa ocorre quando há o aumento dos níveis naturais de radiação através da utilização de elementos radioativos naturais ou artificiais.
O uso de radiação para os mais diversos fins tem se intensificado nas últimas décadas, uma vez que esta é uma poderosa fonte de energia. A radiação tem sido utilizada especialmente na medicina, engenharia cicil, indústria armamentista e espacial. Reatores nucleares são utilizados nas usinas nucleares para produção de energia elétrica e térmica.
Experiências com ogivas atômicas realizadas a vários anos geram grande quantidade de resíduos radioativos, os quais são transportados para a atmosfera e espalham-se pela superfície do planeta, no ar, água e solo, aumentando a radioatividade natural. Explosões nucleares experimentais como as realizadas pela França nos atóis do Indo-Pacífico (Bikini, Muroroa, etc), disponibilizam elevados índices de radiação residual no ambiente marinho, onde são feitos os testes.
Mais de quinhentas explosões já foram detonadas nos oceanos, subsolos e na atmosfera nas últimas 3 décadas por países da Europa e dos EUA.
Tanto na fase de obtenção, purificação e concentração dos combustíveis nucleares (principalmente urânio e tório), como durante a fase de operação de usinas nucleares, grande quantidade de lixo radioativo é produzido. No resfriamento dos reatores utilizam-se água dos mares e rios, a qual é devolvida ao ambiente, contaminada pela radiação e aquecida (poluição térmica).
Com o aumento do número de reatores nucleares em uso no planeta, a crescente quantidade de resíduos radioativos oriundos dessa atividade já se encontram em situação alarmante. Muitos países recolhem seus resíduos radioativos em containers blindados, lançando-os no oceano, fora dos limites da plataforma continental, a milhares de metros de profundidade.
Assim como ocorrem com os pesticidas, poluição industrial e orgânica, os organismos também acumulam e concentram radioatividade nos seus tecidos, muitas vezes em níveis extremamente elevados.
No oceano as algas podem apresentar uma radioatividade de 1.000 a 5.000 vezes superior à da água circundante. Os animais que se alimentam dessas algas tendem a concentrar ainda mais tais substâncias. Os fatores de bioacumulação variam muito de acordo com o tipo de organismos e de substâncias envolvidas. Os maiores fatores de concentração biológica ocorrem em moluscos em contato com o Zinco 65, Manganês 54, Ferro 32 e Plutônio, podendo atingir a cifra de 10.000 vezes.
A radiação natural na superfície da Terra está em torno de 100 a 150 mrem (unidade de medida da radiação) por ano, concentração esta considerada inofensiva para o homem, que pode suportar sem perigo aparente até 1000mrem por ano.
Os oceanos também possuem sua radioatividade natural, gerada principalmente por compostos radioativos como o potássio 40 e o rubídio 87, além dos compostos originados urânio e tório. Nos armamentos nucleares, a fissão e a fusão nuclear gera mais de 200 subprodutos radioativos, cujos efeitos são diversos.
Fonte: www.fag.edu.br
Poluição Radioativa
Em 1895 Wilhelm Roentgen fez a primeira descoberta de uma radiação que ele chamou de raio X.
Logo após, em 1986, Henri Becquerel faria, no mesmo campo, outra grande descoberta. Tendo deixado, por acaso, junto a um minério de urânio algumas chapas fotográficas, constatou, ao revelá-las, que as chapas estavam obscurecidas como se algo as tivesse afetado. Verificou então que a causa dessa alteração eram as radiações emitidas pelo composto de urânio contido no minério.
Vários outros cientistas passaram a investigar esse tipo de fenômeno e em breve estaria explicado algo que iria revolucionar a ciência e a vida moderna: a radioatividade.
Até essa época, pensava-se que os átomos fossem indivisíveis, e que as chamadas substâncias simples não sofressem transformações.
Com a descoberta da radioatividade, no entanto, constatou-se que os átomos de certos elementos, como o urânio e o rádio, estão continuamente se desintegrando. Nessa transformação, eles emitem três tipos de radiação. Dois desses tipos são as partículas alfa e beta. A partícula alfa consiste em um grupo de dois prótons e dois nêutrons, e o seu poder de penetração é bem baixo, não atravessando sequer uma folha de papel. A partícula beta é idêntica a um elétron.
Dotada de alta velocidade, tem maior penetração que partícula alfa, sendo entretanto, barrada por uma chapa de aço. Tanto a partícula alfa como a partícula beta provêm do núcleo do átomo.
Uma terceira espécie de radiação, chamada raios gama, não consiste em partículas; são na verdade, ondas eletromagnéticas muito mais penetrantes que as radiações alfa e beta. Assemelham-se bastante aos penetrantes raios X. Os núcleos dos átomos radioativos desintegram-se quando emitem essas radiações; assim, os átomos desses elementos transformam-se em átomos de outros elementos. Tal transformação é chamada decaimento. Átomos de urânio, por exemplo, decaem eventualmente para átomos de chumbo. O tempo necessário para que a metade dos átomos de uma mostra decaia é constante para cada elemento.
Chama-se esse período de meia vida. O período de meia vida em alguns elementos leva uma fração de segundo, muitos milhões de anos, em outros.
Existem certos elementos que apresentam átomos com propriedades químicas análogas, mas com peso diverso. Esses elementos são chamados isótopos e alguns apresentam a propriedade da radiação.
Alguns isótopos radioativos emitem somente partículas alfa, outros emitem somente partículas beta. Ainda há os que emitem ambas.
Em princípios de 1934, F. Joliot e Irene Curie abriram novas perspectivas extremamente importantes nas pesquisas da radioatividade.
Conseguiram provar que certas transmutações provocadas obtinham efeitos análogos aos das transmutações naturais dos elementos. Vislumbraram com isso a possibilidade de produzir isótopos radioativos artificiais. Tais isótopos são obtidos expondo-se a uma forte radiação o carbono, o alumínio, o iodo e outros elementos não radioativos. Essa operação é atualmente feita em reatores nucleares.
Gradualmente foram se conhecendo as diversas aplicações da radioatividade. Hoje ela é usada nos mais diversos campos da atividade humana. Um dos elementos radioativos mais utilizados é o rádio. Ele é encontrado muito raramente na natureza. Foi descoberto por Pierre e Marie Curie, que o extraiu da pechblenda, um minério de urânio. As principais jazidas de minérios que contêm rádio encontram-se na Tchecoslováquia, República Popular do Congo e Estados Unidos. O rádio apresenta diversas espécies de isótopos, e seu período de meia vida é de aproximadamente 1.600 anos. É extremamente radioativo e emite intensos fluxos de partículas atômicas. Nesses fluxos radioativos sofre geralmente o decaimento para o chumbo; aliás, o próprio rádio é resultante do decaimento eventual do urânio. Foi um dos primeiros elementos radioativos a serem utilizados pelo homem, e ainda hoje é aplicado em diversos campos de atividade.
É principalmente na radioterapia - e em especial como agente destrutor de tumores cancerosos - que encontra sua maior utilidade. No entanto, assim como os outros elementos radioativos, pode - em casos de longa exposição à sua radiação - ser inclusive fatal. Por esse motivo, atualmente, os cientistas que trabalham com o rádio e outros elementos radioativos protegem-se da radiação com trajes especiais; usam também uma espécie de insígnias, que contêm um filme fotográfico. Ao fim do dia de trabalho, o filme é revelado para se saber se uma dose muito alta, e portanto perigosa, de radioatividade atingiu o seu portador.
Além da medicina, há outros campos em que a radioatividade é utilizada.
Um de seus usos mais interessantes é observado na arqueologia. Descobriu-se que, através do período de meia vida, ou seja, do tempo de decaimento dos diversos elementos, pode ser calculada a idade de objetos históricos extremamente antigos, como, por exemplo, fósseis, obras de arte primitivas, etc. Foi inclusive através desse mesmo método que se tornou possível levantar hipóteses bastante fundamentadas sobre a determinação da idade da Terra. Outro uso de decisiva importância da radioatividade é como potência energética.
Atualmente, quando a carência de energia assume proporções mundiais, e que o petróleo e o carvão se tornam cada vez mais escassos, a radioatividade apareceu como a mais provável solução para um dos maiores problemas contemporâneos: o das fontes de energia.
Graças à radioatividade é que o homem foi capaz de descobrir a energia nuclear. A energia chamada nuclear é decorrente de desintegração provocada de átomos de urânio e plutônio. Essa obtenção artificial de radiação é realizada por reatores nucleares.
Futuramente a energia nuclear deverá estar sendo utilizada em larga escala, substituindo a energia produzida pelos combustíveis convencionais como o carvão e o petróleo.
No Brasil, pesquisas no campo dos reatores nucleares vêm sendo feitas há algum tempo; o primeiro reator nuclear de pesquisas a funcionar na América do Sul foi construído na Universidade de São Paulo.
Apesar de todos os benefício que trouxeram as pesquisas sobre a radioatividade, ela pode ser perigosa à vida humana. O problema da longa exposição à radiação pode ser contornado; porém, o verdadeiro perigo que trouxe ao homem a radioatividade é o do uso inadequado do imenso potencial energético que dela adveio, pois assim como possui uma extrema capacidade para proporcionar ao homem melhores condições de vida, também possui extrema capacidade de destruição.
Graças à radioatividade foi possível a construção da arma mais mortífera que o homem já conheceu: a bomba atômica.

Acidente Nuclear de Chernobyl

O total oficial de mortos em virtude da radiação emitida pelo acidente no reator quatro da usina de Chernobyl, em 26 de abril de 1986 na Ucrânia, foi de 28 pessoas, vitimadas pela participação direta no combate ao incêndio da unidade. Outras duas pessoas faleceram atingidas diretamente pela explosão do reator, e uma terceira de infarto. As 31 mortes ocorreram até três meses depois do acidente. No período de dez anos, mais 14 pessoas morreram por motivos variados.
Do total, dois óbitos podem ter sido provocados por efeitos tardios da radiação. Uma década após o acidente, 134 casos de síndrome aguda de radiação foram confirmados. Há outros 237 casos suspeitos. A estatística das vítimas do acidente foi uma das principais conclusões da Conferência Internacional "Uma década após Chernobyl", organizada em Viena (Áustria) pela União Européia, Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Organização Mundial de Saúde (OMS). As duas entidades são ligadas à ONU. O evento reuniu 800 participantes de vários países, incluindo autoridades, especialistas na área nuclear, representantes de organizações não-governamentais, de centros de pesquisa e universidades. Segundo as conclusões aprovadas em Viena, "dez anos depois do acidente, o significativo aumento de casos de câncer de tireóide em crianças nos três países mais afetados (Ucrânia, Bielorússia e Rússia) é a única evidência de impacto na saúde resultante da radiação emitida pelo acidente".
A maioria dos cerca de 800 casos de câncer de tireóide foi registrada em fetos que em abril de 1986 tinham mais de seis meses de vida intra-uterina e em crianças com até seis meses de idade.
Na opinião do médico Alexandre Rodrigues Oliveira, da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), que participou da reunião de Viena, o aumento dos casos de câncer de tireóide poderia ter sido evitado se as autoridades da então União Soviética tivessem distribuído cápsulas de Iodo estável à população imediatamente após o acidente e restringido a ingestão de alimentos contaminados.
O Iodo estável teria a capacidade de "saturar a tireóide, bloqueando a captação do Iodo radioativo pela glândula evitando, assim, qualquer dano", afirma o médico. Para o engenheiro brasileiro Witold Lepecki, da Nuclen, o governo da Polônia distribuiu Iodo à população, e o país não registrou aumento de câncer de tireóide em crianças.
No Brasil, lei federal exige que o sal de cozinha seja iodado, como forma de evitar o bócio, provocado pela hipertrofia da tireóide, e o nascimento de crianças com retardamento mental ou cretinismo - dificuldade de aprendizado, locomoção, audição e visão.
Os especialistas reunidos na Conferência Internacional de Viena concluíram também que, "com exceção do câncer de tireóide, não existem desvios estatísticos significativos na incidência de outros tipos de câncer que poderiam ser atribuídos radiação". Também "não foram observados impactos dramáticos nas populações e nos ecossistemas".
Na opinião de Witold Lepecki, as declarações de autoridades da Ucrânia, que calcularam em alguns milhares o número de mortos devido ao acidente de Chernobyl, devem ser encaradas com cuidado. "O político se comporta de maneira diferente do técnico. A autoridade pode estar querendo sensibilizar o mundo para obter recursos para um país subdesenvolvido".
Lepecki, co-autor do relatório original da AIEA sobre Chernobyl, em 1986, e da revisão, em 1992, revela que durante a Conferência ficou comprovado que o Hemisfério Sul não foi afetado pela radiação emitida pela central ucraniana, devido ao regime de ventos do planeta.
Além do aumento de um tipo de câncer que, na opinião de Lepecki, poderia ser evitado (tireóide), foram detectados aumento de casos de ansiedade, estresse e de reclamações de problemas nos aparelhos cardiovascular, digestivo e respiratório, especialmente entre os que combateram o incêndio e as pessoas retiradas das áreas em que viviam.
"Estes efeitos não podem ser atribuídos diretamente à radiação, mas sim ao trauma psicológico causado pelo acidente e suas diferentes conseqüências, como falta de informação ou informação oficial incoerente, s dificuldades decorrentes da realocação compulsória, à ruptura dos laços familiares e sociais e, particularmente, ao medo dos efeitos futuros da radiação, em especial sobre as crianças", afirma o médico Alexandre Oliveira.
O total de evacuados na Ucrânia, Bielorússia e Rússia, segundo as conclusões da Conferência de Viena, foi de 326 mil pessoas. A área de acesso proibido compreende 4.300 km2 e as regiões "de controle estrito" ("contaminadas") alcançam 29.200 km2.
A descoberta da energia atômica em nosso século deveria ter sido uma bênção para a humanidade. E teria sido realmente, se ela tivesse se desenvolvido até aqui de maneira certa.
Como não foi esse o caso, é claro que a descoberta dessa energia foi dirigida para caminhos errados. Daí nasceu a bomba atômica e os "aperfeiçoamentos" que se seguiram, como a bomba de hidrogênio, as armas nucleares táticas, os mísseis balísticos intercontinentais de ogivas múltiplas, a bomba de nêutrons, os mísseis lançados de submarinos, o projeto guerra nas estrelas, a bomba termonuclear de cobalto (aparentemente ainda não desenvolvida), que alguns cientistas temem poder deslocar o eixo da Terra se detonada, etc.
Voltada para "fins pacíficos", como fazem questão de alardear todos os governos que detêm tecnologia nuclear, a energia atômica obtida das usinas nucleares está longe de merecer qualquer comemoração. Os problemas com os rejeitos radioativos e os acidentes nucleares registrados até agora demonstram que é totalmente falho o modo pelo qual esta energia é gerada atualmente, ou, o que vem a dar no mesmo, demonstram que o ser humano não passa de um aprendiz nesse assunto, apesar de evidentemente estar convencido de dominar integralmente todo o processo.
De acordo com dados do governo americano de fins da década de 80, encontravam-se armazenados (apenas nos Estados Unidos), em tanques especiais de aço, entre 300 e 400 milhões de litros de resíduos radioativos. O ecologista brasileiro Júlio José Chiavenato afirma que "1% desse lixo atômico é mais poderoso do que todas as emissões liberadas pelas bombas atômicas detonadas até hoje." Todo esse lixo atômico precisa ser guardado por pelo menos mil anos, e os tanques precisam ser substituídos a cada vinte anos por razões de segurança. De acordo ainda o ecologista Chiavenato, qualquer animal vivo hoje na Terra tem traços de estrôncio-90 nos ossos, um composto resultante dos processos de industrialização nuclear.
Atualmente existem mais de 400 usinas nucleares em operação no mundo, a maioria delas nos Estados Unidos, França, Inglaterra e países do Leste europeu.
Também por "razões de segurança", quando acontece um acidente nuclear dificilmente são dadas todas as informações sobre o que ocorreu. A não ser que o acidente seja de fato muito grave, como foi o da usina de Three Mile Island nos Estados Unidos em 1979 e o da usina de Chernobyl, na Rússia, em 1986. Mas mesmo nesses casos as autoridades tentaram num primeiro momento minimizar a gravidade da situação. Já no caso de acidentes nucleares em instalações militares, as informações que chegam ao público (quando chegam) são muito escassas.
De qualquer forma, o que já ocorreu na segunda metade deste século em matéria de acidentes nucleares fornece uma boa amostra dos perigos a que a humanidade ficou exposta nas últimas décadas. Como em todos os outros efeitos retroativos do Juízo Final, também os acidentes nucleares jamais poderão atingir arbitrariamente pessoas inocentes, isto é, que não tragam em si um carma para isso.
Vamos ver os principais acidentes nucleares até hoje registrados (abril de 1998):
Em 1957 escapa radioatividade de uma usina inglesa situada na cidade de Liverpool. Somente em 1983 o governo britânico admitiria que pelo menos 39 pessoas morreram de câncer, em decorrência da radioatividade liberada no acidente. Documentos secretos recentemente divulgados indicam que pelo menos quatro acidentes nucleares ocorreram no Reino Unido em fins da década de 50.
Em setembro de 1957, um vazamento de radioatividade na usina russa de Tcheliabinski contamina 270 mil pessoas.
Em dezembro de 1957, o superaquecimento de um tanque para resíduos nucleares causa uma explosão que libera compostos radioativos numa área de 23 mil km2. Mais de 30 pequenas comunidades, numa área de 1.200 km², foram riscadas do mapa na antiga União Soviética e 17.200 pessoas foram evacuadas. Um relatório de 1992 informava que 8.015 pessoas já haviam morrido até aquele ano em decorrência dos efeitos do acidente.
Em janeiro de 1961, três operadores de um reator experimental nos Estados Unidos morrem devido à alta radiação.
Em outubro de 1966, o mau funcionamento do sistema de refrigeração de uma usina de Detroit causa o derretimento parcial do núcleo do reator.
Em janeiro de 1969, o mau funcionamento do refrigerante utilizado num reator experimental na Suíça, inunda de radioatividade a caverna subterrânea em que este se encontrava. A caverna foi lacrada.
Em março de 1975, um incêndio atinge uma usina nuclear americana do Alabama, queimando os controles elétricos e fazendo baixar o volume de água de resfriamento do reator a níveis perigosos.
Em março de 1979, a usina americana de Three Mile Island, na Pensilvânia, é palco do pior acidente nuclear registrado até então, quando a perda de refrigerante fez parte do núcleo do reator derreter.
Em fevereiro de 1981, oito trabalhadores americanos são contaminados, quando cerca de 100 mil galões de refrigerante radioativo vazam de um prédio de armazenamento do produto.
Durante a Guerra das Malvinas, em maio de 1982, o destróier britânico Sheffield afundou depois de ser atingido pela aviação argentina. De acordo com um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica, o navio estava carregado com armas nucleares, o que põe em risco as águas do Oceano Atlântico próximas costa argentina.
Em janeiro de 1986, um cilindro de material nuclear queima após ter sido inadvertidamente aquecido numa usina de Oklahoma, Estados Unidos.
Em abril de 1986 ocorre o maior acidente nuclear da história (até agora), quando explode um dos quatro reatores da usina nuclear soviética de Chernobyl, lançando na atmosfera uma nuvem radioativa de cem milhões de curies (nível de radiação 6 milhões de vezes maior do que o que escapara da usina de Three Mile Island), cobrindo todo o centro-sul da Europa. Metade das substâncias radioativas voláteis que existiam no núcleo do reator foram lançadas na atmosfera (principalmente iodo e césio). A Ucrânia, a Bielorússia e o oeste da Rússia foram atingidas por uma precipitação radioativa de mais de 50 toneladas. As autoridades informaram na época que 31 pessoas morreram, 200 ficaram feridas e 135 mil habitantes próximos à usina tiveram de abandonar suas casas. Esses números se mostrariam depois absurdamente distantes da realidade, como se verá mais adiante.
Em setembro de 1987, a violação de uma cápsula de césio-137 por sucateiros da cidade de Goiânia, no Brasil, mata quatro pessoas e contamina 249. Três outras pessoas morreriam mais tarde de doenças degenerativas relacionadas radiação.
Em junho de 1996 acontece um vazamento de material radioativo de uma central nuclear de Córdoba, Argentina, que contamina o sistema de água potável da usina.
Em dezembro de 1996, o jornal San Francisco Examiner informa que uma quantidade não especificada de plutônio havia vazado de ogivas nucleares a bordo de um submarino russo, acidentado no Oceano Atlântico em 1986. O submarino estava carregado com 32 ogivas quando afundou.
Em março de 1997, uma explosão numa usina de processamento de combustível nuclear na cidade de Tokai, Japão, contamina 35 empregados com radioatividade.
Em maio de 1997, uma explosão num depósito da Unidade de Processamento de Plutônio da Reserva Nuclear Hanford, nos Estados Unidos, libera radioatividade na atmosfera (a bomba jogada sobre a cidade de Nagasaki na Segunda Guerra mundial foi construída com o plutônio produzido em Hanford).
Em junho de 1997, um funcionário é afetado gravemente por um vazamento radioativo no Centro de Pesquisas de Arzamas, na Rússia, que produz armas nucleares.
Em julho de 1997, o reator nuclear de Angra 2, no Brasil, é desligado por defeito numa válvula. Segundo o físico Luiz Pinguelli Rosa, foi "um problema semelhante ao ocorrido na usina de Three Mile Island", nos Estados Unidos, em 1979.
Em outubro de 1997, o físico Luiz Pinguelli adverte que estava ocorrendo vazamento na usina de Angra 1, em razão de falhas nas varetas de combustível.
Na época ele declara: "Está ocorrendo vazamento há muito tempo. O nível de radioatividade atual é progressivo e está crítico."
Vamos observar algumas outras particularidades e conseqüências relacionadas aos dois acidentes mais graves registrados até hoje, os das usinas nucleares de Three Mile Island e de Chernobyl:
Uma testemunha que morava numa cidade próxima à usina de Three Mile Island relatou dessa forma a situação logo após a confirmação do acidente:
"As famílias estavam sendo reunidas desesperadamente e as ruas estavam uma loucura. Houve acidentes em frente à escola. Pais histéricos vinham apanhar as crianças no colégio, trombando uns com os outros, atravessando sinais vermelhos, numa situação de pânico geral."
Estudantes que faziam a medida do nível de radiação com contador Geiger nessa escola encontraram leituras de 250 dentro do estabelecimento e de 350 do lado de fora do prédio. A leitura normal seria de 50. Totalmente em pânico, as pessoas começaram a sentir um gosto metálico na boca e algumas também um formigamento na pele...
Nos meses que se seguiram ao acidente, alguns fazendeiros da região notaram que seus animais estavam adoecendo, morrendo ou apresentando um comportamento estranho. Um fazendeiro que havia perdido parte de seu gado devido à radiação, notou que suas porcas ficaram no cio durante todo o inverno.
Ele também percebeu que as árvores morreram ou tiveram suas folhas escurecidas muito antes do outono. Um outro fazendeiro observou que algumas árvores ficaram totalmente desfolhadas, e que os frutos de duas pereiras, apesar de não terem caído, estavam deformados.
Numa fazenda vizinha, o proprietário contou que todas as suas 125 galinhas haviam morrido depois de terem apresentado grandes dificuldades para respirar.
Todas as suas quatro crias de coelhos nasceram mortas no ano seguinte ao acidente.
Muitos moradores da Pensilvânia apresentaram posteriormente vários problemas psicológicos.
A esse respeito, o doutor Michael Gluck, clínico geral numa cidade próxima à usina, disse:
"O efeito mais devastador que vi nesta área foi uma grave depressão psicológica."
Em Chernobyl, depois do acidente, foram mobilizadas aproximadamente dois milhões de pessoas no processo de limpeza de toda a região atingida.
Em abril de 1992, um comunicado oficial do governo estimava que o número de mortes naquele grupo, devido à radiação, situava-se entre 7 mil e 10 mil. Três anos depois, em abril de 1995, o Ministério da Saúde ucraniano informava que mais de 125 mil pessoas haviam morrido entre 1988 e 1994, vítimas da radiação.
Segundo o ministrou Andrei Serdiuk, "a radiação repercutiu na piora generalizada da situação demográfica e do estado de saúde da população da Ucrânia; aumentaram as doenças no sangue, no sistema nervoso, nos órgãos digestivos e respiratórios."
Em 1996, a estimativa de mortes em razão do acidente, elaborada em conjunto pela Ucrânia e a Bielorússia, já fora ajustada para 300 mil... O número total de pessoas contaminadas seria de cinco milhões, e a área inutilizada pela radiação era de cerca de 140 mil km², equivalente a um Portugal e meio.
Um trabalho científico publicado na revista Nature, em 1995, informava que os índices de câncer de tiróide em crianças ucranianas haviam quintuplicado de uma maneira geral, e naqueles que moravam mais próximos de Chernobyl esse índice era 30 vezes maior. Dois anos depois, a OMS informava que o índice de câncer na tiróide entre as crianças era, na verdade, cem vezes superior ao nível de antes da tragédia. De acordo com a Organização, a radioatividade desprendida no acidente foi 200 vezes superior à liberada pelas bombas de Hiroxima e Nagasaki juntas.
Em julho de 1995, durante uma reunião da Sociedade para o Estudo da Evolução, em Montreal, o cientista Robert Baker apresentou surpreendentes indícios de que o arganaz (espécie de ratinho silvestre da região atingida) estava passando por uma evolução extremamente rápida. Segundo o cientista, o índice de evolução em algumas espécies animais desde o acidente era maior do que o ocorrido normalmente em 10 milhões de anos.
Exames demonstraram que os ratos de Chernobyl apresentavam várias rupturas em seus fios de DNA. Segundo o Dr. Baker, o organismo do animal estava tentando reconstruir o DNA, mas essa restauração imprecisa pode provocar mutação dos genes, que são transmitidos às novas gerações de células. Algumas mutações tornam a divisão celular descontrolada e o resultado é o câncer. Já as mutações ocorridas nas células dos óvulos e dos espermatozóides podem ser repassadas aos descendentes dos animais; em alguns casos os resultados são defeitos congênitos que podem apressar a morte dos descendentes.
De acordo com o geneticista ucraniano Vyacheslav Konovalov, em algumas regiões próximas a Chernobyl até 80% de todos os animais nascem monstros mutantes, como potros de oito patas e bezerros com duas cabeças.
Todos esses efeitos danosos é o que a ciência conseguiu descobrir até agora, após o acidente de Chernobyl. Pode-se apenas especular o que adviria de um acidente nuclear ainda mais grave, ou das explosões de algumas bombas de hidrogênio na atmosfera.
Ainda em julho de 1995, um relatório da CIA americana mostrou que em dez reatores ativos na Eslováquia, Lituânia, Rússia, Bulgária e Ucrânia, havia "grande probabilidade de ocorrer desastres nas dimensões do de Chernobyl". Na própria usina de Chernobyl foram detectadas 260 fissuras no sistema de resfriamento de um dos reatores em outubro de 1997; um porta-voz disse que "as rachaduras foram descobertas a tempo de evitar vazamento de radioatividade." A OMS estima em 200 milhões de dólares o total de recursos necessários para se continuar investigando as conseqüências do acidente nuclear de Chernobyl nos próximos 15 anos...
Enquanto médicos e cientistas vão descobrindo mais efeitos danosos de Chernobyl, outros acidentes nucleares, de "menor monta", continuam a ocorrer em todo o planeta, ao mesmo tempo em que vêm à tona agora também notícias de acidentes até então desconhecidos.
Em abril de 1995, uma usina nuclear perto de Bombaim (Índia) deixou vazar água radioativa. A notícia do acidente só foi divulgada em julho. Em outubro daquele ano, um jornal de Tóquio divulgou a notícia de um acidente com um submarino nuclear chinês, que afundara em 1983 próximo de Vladivostok, na Rússia; o acidente causou a contaminação da região e foi mantido como segredo militar pela ex-União Soviética e pelo atual comando da frota russa. Em dezembro de 1995, no Japão, vazaram cerca de duas toneladas de sódio líquido do sistema de refrigeração do "super reator nuclear" da usina de Monju. Os especialistas haviam escolhido esse tipo de reator porque o uso de sódio no lugar de água para refrigeração tornava mínimo o risco de vazamentos, por diminuir os fatores de corrosão...
Também em dezembro, cientistas japoneses descobriram, na neve da Antártida, uma concentração de radioatividade 500 vezes superior à normal, à qual atribuíram os testes nucleares americanos realizados na atmosfera em 1963; segundo esses cientistas, "ficou comprovado que as provas nucleares afetam qualquer parte do globo, independentemente de onde tenham sido realizadas."
O mau uso feito da energia nuclear, tanto para "fins pacíficos" como para uso militar, tornou-se maldição para a humanidade.
A esse respeito, diz Roselis von Sass em sua obra "O Livro do Juízo Final":
"Tudo foi dado à humanidade. Assim também a chave para essa inesgotável fonte de energia. Riquíssimas bênçãos poderia ela ter colhido, se não se tivesse colocado sempre e sempre de novo contra a vontade de Deus. Assim, também a energia atômica contribuirá para a purificação no Juízo."

Acidente Nuclear de Goiânia

Até o final do ano, deverá estar pronto o depósito definitivo para os rejeitos gerados pelo acidente com o Césio-137 em Goiânia, em setembro de 1987. Não se trata apenas de um depósito, mas de um complexo de instalações onde a maioria das utilidades já se encontram prontas. O local é Abadia de Goiás, a cerca de 20 quilômetros do centro de Goiânia.
É o pior acidente radiológico da História, na opinião de Alfredo Tranjan Filho, coordenador do projeto e da construção do depósito definitivo, por ter ocorrido em um centro urbano. Causou a morte de quatro pessoas e a geração de 3.430 metros cúbicos de rejeitos radioativos (6 mil toneladas), não podendo, entretanto, ser confundido ou comparado com um acidente nuclear, como o de Chernobyl, cuja magnitude é muitas ordens de grandeza maior.
O edital de licitação da obra foi lançado em 1º de julho e o início do processo de transferência dos rejeitos está previsto para o mês de outubro. Este depósito abrigará cerca de 60% do total de rejeitos produzidos em Goiânia, aqueles cujo tempo de decaimento à condição de liberação como lixo comum é de até 300 anos.
Desse grupo, 16% exigem confinamento superior a 150 anos e 41%, isolamento de até 150 anos. O material está acondicionado em caixas metálicas construídas com a finalidade específica de armazenar o material radioativo e em tambores alocados dentro de containers de concreto ou metálicos.
O material restante (cerca de 40% do total) não apresenta mais potencial de contaminação e poderia ser colocado em aterros sanitários qualificados. Devido à inexistência destes no Brasil, os técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), empresa responsável pelo armazenamento dos rejeitos, decidiram acondicioná-los em um depósito separado, já construído, chamado por eles de Container de Grande Porte (CGP), para diferenciá-lo do depósito dos rejeitos que, de fato, têm potencial de risco. O CGP nada mais é do que uma grande caixa de concreto com, aproximadamente, 60 metros de comprimento, 16 metros de largura e 4,5 metros de altura, construído sob a superfície, coberto com solo local, gramado, tendo a aparência de uma pequena elevação no terreno.
A definição do local e a permissão de construção do depósito final exigiu uma série de análises, incluindo verificação de características geográficas, geológicas, sócio-econômicas, pedológicas, hidrológicas, hidrogeológicas, etc. Além do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), confirmando se haveria impactos, se estes seriam positivos ou negativos e, nesse caso, se seriam aceitáveis, foi preparado um Relatório de Análise de Segurança (RAS), que avalia as possibilidades de acidente e seus resultados, caracterizando, uma vez mais, a escolha do local e o conceito construtivo do depósito.

Compensação

O EIA e o RAS para a definição do local recomendaram a adoção de algumas medidas mitigadoras e compensatórias no projeto de deposição final para reduzir o impacto da presença de um centro de armazenamento de rejeitos radioativos junto às populações vizinhas. "O acidente trouxe tanto prejuízo para uma determinada população, que a solução do problema deveria trazer benefício para a sociedade", diz Alfredo Tranjan Filho.
Uma das primeiras ações mitigadoras e compensatórias foi a ampliação, através de Decreto do governo estadual, ao invés dos 90 mil metros quadrados originais para 1,6 milhão de metros quadrados, unificando o terreno do depósito provisório e do permanente. Decreto aprovado pela Assembléia Legislativa goiana transformou a área de preservação ambiental (APA), permitindo a criação de um parque que será aberto à visitação pública.
Na região serão plantadas, a partir de agosto, mudas de árvores características da vegetação de cerrado, típica do Centro-Oeste brasileiro que vem sendo fortemente devastado nos últimos anos. "O objetivo é tornar a área um celeiro para a criação de sementes de espécies do cerrado, visando o futuro reflorestamento de áreas desmatadas", afirma Alfredo Tranjan Filho. O projeto de reflorestamento está orçado em R$ 800 mil e o Ministério do Meio Ambiente já alocou R$ 350 mil para este programa.
"Além do CGP e do depósito final dos rejeitos do acidente em Goiânia, a área abrigará um centro de informações voltado às comunidades próximas, com programas de educação ambiental, uso da terra, pecuária etc., guardará toda a história do que foi o acidente de Goiânia e sua solução", diz Tranjan, "não permitindo às gerações futuras, diante de uma área verde, esquecer que tudo aquilo teve origem em um desastre, e que deve ser exemplo para que não se repita".
Uma parte da área, a mais nobre e preservada, com quase 400 mil metros quadrados de terra, será destinada às populações vizinhas para atividades agrícolas e de criação de animais com fins comerciais, isto é, poderão tirar daquela terra parte do sustento da comunidade.
O complexo em Abadia de Goiás conta também com um laboratório de radioecologia, que realizará o acompanhamento do comportamento do depósito ao longo do tempo, servindo como centro de pesquisa e desenvolvimento. Conta com um Centro de Formação e Estudos em Radioecologia, que capacitará técnicos brasileiros, mormente os do Centro-Oeste, na área em questão. Conta ainda com um prédio de manutenção para atender a todas as necessidades do complexo.

Tecnologia nacional

"O projeto do depósito definitivo, ou melhor, de todo o complexo, é inteiramente nacional, custando 25% do preço cobrado por empresas estrangeiras, que só se propunham a construir o depósito. Hoje, o Brasil pode até exportar tecnologia na área", afirma Tranjan, e o custo total não ultrapassará US$ 8 milhões.
Diante da gravidade do acidente, sem paralelo no mundo, os técnicos brasileiros se viram diante da necessidade de criar soluções imediatas para o problema. Segundo o coordenador do projeto e da construção do depósito definitivo, não só físicos, químicos e engenheiros, mas, também, médicos e psicólogos se defrontaram com casos de radiocontaminação e de problemas emocionais em um grau que, até então, jamais tinham lidado.
Ressaltando o caráter negativo do acidente ocorrido em Goiânia, Alfredo Tranjan Filho afirma que "houve uma conquista do ponto de vista científico-tecnológico, demonstrando a capacidade da ciência nacional de oferecer soluções para problemas inteiramente novos".
Atualmente, segundo o técnico, a CNEN dispõe de um cadastro mais perfeito das fontes radioativas em uso no País do que em 1987, e melhores condições de atendimento em situações de emergência, embora, por falta de recursos financeiros, ainda esteja longe da ideal.
A partir do exemplo de Goiânia, a CNEN recolheu fontes similares à do Instituto Goiano de Radioterapia (IGR), que apresentava o Césio-137 aglutinado em uma matriz altamente solúvel, o que facilitou a contaminação. Hoje, são usadas fontes metálicas e um acidente como o de Goiânia dificilmente ocorreria.
Nove anos após o acidente, Alfredo Tranjan Filho encara o episódio da contaminação do Césio-137 na capital de Goiás como um exemplo claro das diferenças entre os vários "brasis" que coexistem: um Brasil rico, com alternativas tecnológicas e bom nível educacional, e outro miserável, caracterizado pela ignorância, pela falta de informação. "É um país que dispõe da tecnologia de fontes radiológicas para curar pessoas, mas, ao mesmo tempo, há quem as abandone, como há aquelas que roubam e arrebentam uma cápsula, sendo incapazes de reconhecer o símbolo da radioatividade".
Fonte: www.members.tripod.com
Poluição Radioativa
Desde o início da era atômica, as centenas de experiências com material nuclear têm jogado quantidades enormes de resíduos radioativos na atmosfera. As orrentes de ar, por sua vez, se encarregam de distribuir este material para todas as regiões da Terra. Com o tempo, a suspensão é trazida para o solo e para os oceanos, onde será absorvida e incorporada pelos seres vivos.
Além da liberação direta de material radioativo, existe o grave problema do lixo atômico, produzido pelas usinas nucleares, que apresenta uma série de dificuldades em seu armazenamento.
O estrôncio-90 radioativo liberado por vazamentos ou explosões nucleares pode causar sérios problemas quando assimilado. Uma vez na corrente sangüínea, ele é confundido com o cálcio (ver a distribuição ambos na tabela periódica) e absorvido pelo tecido ósseo, onde será fixado. Agora fazendo parte dos ossos, ele emite sua radiação e acabará por provocar sérias mutações cancerígenas nos tecidos formadores de sangue encontrados na medula óssea.

Principais elementos radioativos

IODO 131
PLUTÔNIO 239
ESTRÔNCIO 90
URÂNIO
COBALTO
CÁLCIO

Energia Nuclear

Nos anos 50, este tipo de energia se apresentava como a solução energética ideal para a humanidade. Porém, depois de vários acidentes, entre os quais o da usina Chernobyl (Ucrânia) na década de 80, passou a ser muito questionada a sua utilização. Os riscos de explosão e contaminação são grandes, o que torna temerária sua utilização.
Vários países, como os EUA, a Inglaterra, o Japão, a Rússia e outros, utilizaram usinas termonucleares. Porém, outros, como a Suécia, a Noruega e Alemanha, têm desativado seus programas nucleares e até mesmo desmontando usinas.
O programa nuclear brasileiro, desde sua implantação, foi muito questionado, por vários motivos.
Atualmente, o Brasil têm uma usina termonuclear em funcionamento em Angra dos Reis (RJ). Desde o início da era atômica, as centenas de experiências com material nuclear têm jogado quantidades enormes de resíduos radioativos na atmosfera. As correntes de ar, por sua vez, se encarregam de distribuir este material para todas as regiões da Terra. Com o tempo, a suspensão é trazida para o solo e para os oceanos, onde será absorvida e incorporada pelos seres vivos.
Fonte: www.infocefet.hpg.com.br