domingo, 27 de janeiro de 2013

Diferenças entre depressão e tristeza

A doença do século, muitos vezes é confundida com um sentimento de tristeza, e entender as diferenças é fundamental para o diagnóstico precoce.

É só tristeza?
A tristeza é um sentimento momentâneo, considerado saudável e até importante pelos médicos. Ajuda na elaboração das perdas, ou sofrimentos ocasionais. As pessoas atingidas pela ocorrência de perdas, do emprego ou de entes queridos, atravessam uma fase de
sofrimento
e angústia, que pode se prolongar por um determinado período de tempo (cerca de 2 meses), mas esse quadro vai se atenuando e paulatinamente a vida vai retomando o ritmo normal.

Agora, se a tristeza não passa, e começam a surgir sentimentos de apatia, indiferença, desesperança, falta de perspectivas ou prazer pela vida, saiba que esse é um sintoma claro de depressão. Os sintomas podem aparecer ou desaparecer de maneira sutil e quase imperceptível, mas é importante saber que eles podem voltar. A depressão é doença séria e assim deve ser tratada.

Os riscos da depressão:
Em primeiro lugar, depressão não é um estado de tristeza profunda nem desânimo, preguiça,
estresse ou mau humor. A depressão, enquanto evento psiquiátrico é algo bastante diferente: é uma doença como outra qualquer que exige tratamento. Mesmo assim, podemos considerar a depressão como natural período de transição. São tempos de mudanças e crescimento, épocas que antecedem novos horizontes de amadurecimento do ser em constante processo de evolução.
Para entendermos melhor essa diversidade de sintomas depressivos, vamos considerar que, entre as pessoas, a depressão seria como uma bebedeira geral, onde cada pessoa alcoolizada ficasse de um jeito: uns alegres, outros tristes, irritados, engraçados, dorminhocos, libertinos... A única coisa que todos teriam em comum é o fato de estarem sob efeito do álcool, todos estariam tontos, com os reflexos diminuídos, etc. Na depressão também. Cada personalidade se manifestará de uma maneira.

Na verdade, ninguém sabe o que um deprimido sente, só ele mesmo e talvez quem tenha passado por isso. Nem o psiquiatra sabe: ele reconhece os sintomas e sabe tratar, mas isso não faz com que ele conheça os sentimentos e o sofrimento do seu paciente.

Pode ser leve, moderada ou grave
A
depressão
encontra-se classificada no Grupo das Doenças Afetivas, ou seja, aquelas que tem uma evolução cíclica, em que se alternam períodos depressivos com fases de absoluta sanidade. Ao contrário do que se possa pensar, essa não é uma doença moderna. Hipócrates, considerado o pai da Medicina, descreveu seis doenças mentais, dentre elas a depressão, há aproximadamente 400 AC.

Os sintomas podem se manifestar de uma forma branda, e é comum o paciente procurar um clínico-geral, acreditando estar com falta de vitaminas ou alguma doença mais grave. Outros, simplesmente acreditam ser apenas mais uma "fase ruim" e não procuram ajuda, agravando ainda mais o problema. Indivíduos apresentando quadros leves, raramente procuram  tratamento.
A tristeza é um sentimento essencial ao ser humano. Todas as pessoas estão sujeitas a enfrentar esse sentimento
Ao falarmos sobre a tristeza, precisamos definir os tópicos que distinguem este sentimento da depressão.

- A tristeza é um sentimento intrínseco ao ser humano. Todas as pessoas estão sujeitas a tristeza. É a ausência de satisfação pessoal quando o indivíduo se depara com sua fragilidade.

- A depressão é a raiva e a vingança digerida na pessoa. Na prática, é uma tentativa de devolver para os outros, o que existe de pior em si.

- A tristeza não chega aos limites citados na situação depressiva. Pelo contrário, é uma ferramenta valiosa para avaliação das metas de vida. Na infância, o modo de encarar a tristeza será definitivo para estabelecer a personalidade adulta.

- A tristeza é a recusa. A dificuldade em aceitar o "não" torna-se desmotivante e abala a auto-estima. Por outro lado, a rejeição e a incapacidade frente a alguns obstáculos leva a quadros mais sérios e profundos da tristeza.

Agora que já sabe sobre a diferença da tristeza e depressão, evite rotular ou mesmo se auto-depreciar com pequenos problemas do cotidiano.
 

Doenças transmitidas pelo beijo

O QUE SE PEGA.

Gripe suína
Não é porque os casos de H1N1 estão menos frequentes que a doença desapareceu. O vírus da gripe mais temida em 2009 ainda está por aí, fazendo novos casos. E se a transmissão pode ocorrer por meio de um espirro, imagine do que um beijo não é capaz. De acordo com os médicos, o beijo é uma maneira extremamente eficaz de contaminação. Os sintomas da doença são semelhantes aos de uma gripe comum, com febre, tosse, coriza e dores de cabeça e no corpo. Portanto, o ideal é ficar atento. A Secretaria de Saúde do Paraná, por exemplo, em seu último boletim informativo, recomenda que, mesmo no verão, a população siga medidas como a higienização das mãos com água e sabão ou álcool em gel, além de evitar tocar com as mãos nos olhos, bocas e o nariz sem os devidos cuidados de limpeza.
Meningite
De acordo com um estudo realizado por médicos australianos, beijar na boca de múltiplos parceiros aumenta em quatro vezes a chance de pegar meningite meningocócica. A definição de “múltiplos” para os pesquisadores é de sete pessoas em duas semanas. A conta parece até pequena para quem observa a “pegação” do carnaval de Salvador. A transmissão da meningite preocupa os médicos, já que a doença tem uma evolução rápida e pode ser fatal. Os sintomas mais comuns são febre, dor de cabeça, vômitos, diarréia e rigidez dos músculos da nuca, ombros e costas.
Mononucleose
Não é preciso dizer qual a principal forma de contaminação da chamada “doença do beijo”. Como nem sempre a pessoa sabe que tem o vírus Epstein-Barr, já que a mononucleose pode ser assintomática, ela acaba transmitindo a doença a outras pessoas. Nos casos em que há sintomas, os principais são fadiga, dor de garganta, tosse e inchaço dos gânglios. Vale lembrar que o vírus pode ficar incubado de 30 a 45 dias no organismo e não tem cura – a pessoa vai carregá-lo para o resto da vida.
Herpes
Mesmo que no momento do beijo o parceiro não tenha nenhum indício do problema, ele pode ter o vírus causador da doença e transmiti-lo. Depois do contágio, não há cura e a pessoa passa a conviver com o herpes, que pode se manifestar anos mais tarde, geralmente durante fases em que estiver com a imunidade baixa. O herpes pode aparecer como um machucado na boca ou até mesmo em outras partes do corpo.
Cárie
Se você não dá a devida atenção à higiene bucal, pode pegar – e transmitir – cárie através do beijo. Para evitar pegar a bactéria alheia, capriche na escovação e não abra mão do fio dental diariamente, assim você fortalece a sua imunidade bucal e as bactérias não encontrarão um ambiente propício ao desenvolvimento. Dentistas também recomendam atenção: observe se a pessoa tem todos os dentes ou se eles estão amarelados e/ou escurecidos. Se uma das repostas for sim, faça a fila andar e chame o próximo.
Sífilis
A sífilis pode ser transmitida pelo beijo, se a outra pessoa estiver contaminada e tiver alguma ferida na boca. A forma mais comum de contágio, no entanto, é a sexual. A doença é causada por uma bactéria chamada treponema pallidum e pode aparecer em diferentes partes do corpo e levar até uma semana após o contágio para aparecer.

O QUE NÃO SE PEGA.

Aids
Não existe nenhum caso registrado na literatura médica de contágio pelo beijo. Suor, lágrimas, usar o mesmo sabonete, talher ou copo também não transmitem aids. No entanto, não deixe de usar camisinha se decidir ir além dos beijos e carícias. Não se esqueça que existem mais de 474 mil pessoas contaminadas pelo vírus no País, segundo Ministério da Saúde.
Hepatite C
As associações médicas internacionais não consideram o beijo como uma forma de transmissão da doença, assim como o Ministério da Saúde do País. É possível pegar hepatite tendo contato com o sangue contaminado ou em relações sexuais sem o uso da camisinha. A hepatite C é causada pelo vírus HCV e, em geral, os sintomas levam até 10 anos para se manifestar. Muitas pessoas descobrem que têm a doença ao realizar um exame de sangue de rotina.
Fontes consultadas: Adriano Silva de Oliveira, presidente da Sociedade Baiana de Infectologia; Amaury Mendes Junior, ginecologista e terapeuta sexual; Osíris Klamas, presidente da regional do Paraná da Associação Brasileira de Dentistas

Cefaléia de sorvete

Aproximadamente um terço da população, ao comer um saboroso sorvete, pode sentir uma repentina dor de cabeça, que normalmente desaparece em um intervalo de 10 a 30 segundos. Janusz Kaczorowski, da Universidade McMaster, assegura que a sensação acontece quando o sorvete, muito gelado, toca o céu da boca. Ao esfriar os nervos do palato, os vasos sanguíneos do cérebro se dilatam e geram enxaquecas.

Um estudo publicado há alguns anos na revista British Medical Journal revelava que tomar sorvete muito rápido aumenta até em 14% a probabilidade de sofrer este tipo de enxaqueca, motivo pelo qual é recomendável tomar este alimento devagar. Ademais, é recomendável manter o sorvete no solo da boca enquanto saboreamos. E se entrar em contato com o palato, simplesmente há que tocar o céu da boca com a língua até conseguir que a temperatura ascenda.

Incêndio em boate deixa muitos mortos.


Fogo em boate deixa dezenas de mortos no Rio Grande do Sul

 
AFP
O cenário de destruição em Santa Maria: tragédia em boate
Um incêndio em uma boate da cidade de Santa Maria, na região central do Rio Grande do Sul, pode ter matado até 250 pessoas, segundo o Corpo de Bombeiros da cidade.
As autoridades ainda trabalham no local, e o número total de vítimas fatais pode mudar. Há centenas de feridos nos hospitais da cidade.
A Boate Kiss pegou fogo na madrugada deste domingo, quando segundo relatos poderia haver mais de duas mil pessoas no local.
"Os corpos ainda estão sendo retirados da boate. Nunca presenciei uma tragédia como essa em minha carreira", disse à BBC Brasil o sargento Artur Rigue, que contou que havia dezenas de corpos "empilhados" em diversas partes da boate. "Alguns estavam no banheiro. Eles morreram asfixiados", disse.
A boate era frequentada principalmente por jovens de classe média de Santa Maria - cidade que tem uma grande população universitária.
Segundo os bombeiros, o fogo teria começado às 3h15 da madrugada deste domingo, quando a boate estava lotada. O incêndio começou no palco durante um show de pirotecnia, que incendiou o revestimento de espuma que fazia o isolamento acústico da boate.
A fumaça provocou pânico e, na correria, alguns jovens teriam sido pisoteados, segundo relatos de algumas vítimas.
Nesta manhã de domingo, algumas famílias desesperadas procuravam seus parentes entre as vítimas.
"Pedimos que não sigam para o local da boate, porque a multidão já está atrapalhando nosso trabalho", instrui Rigue. "É melhor que os parentes se dirijam diretamente para os hospitais da cidade."
A maior parte das vítimas foi encaminhada para o Hospital Universitário de Santa Maria.
Governador no Twitter
O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, disse através do Twitter que iria a Santa Maria para acompanhar a situação de perto.
“Domingo triste! Estamos tomando as medidas cabíveis e possíveis. Estarei em Santa Maria no final da manhã”, disse Genro, que publicou em seguida um vídeo de 30 segundos falando sobre o incidente.
“Recebemos hoje pela manhã essa notícia terrível de uma tragédia gravíssima na cidade de Santa Maria, que enluta o Rio Grande, o Brasil e a cidade. Neste momento estou me dirigindo para lá para acompanhar o trabalho da Brigada Militar, dos Bombeiros, da Polícia Civil, do Instituto Geral de Perícias e para compartilhar o luto da cidade, que é o luto de todo o Rio Grande, o luto de todo nosso país”, afirmou o governador.

Cavalo de Tróia contra câncer

Técnica ‘Cavalo de Troia’ elimina câncer em camundongos 

Cavalo de Troia | Foto: Getty
Técnica faz referência a batalha em que os gregos adentraram território inimigo com um cavalo
Um tratamento experimental usando uma técnica de "Cavalo de Troia" eliminou totalmente o câncer de próstata em camundongos. O estudo, realizado na Grã-Bretanha, enviou uma espécie de agente invasor disfarçado ao interior de células doentes.
A equipe escondeu uma série de diferentes vírus capazes de matar células cancerígenas dentro do sistema imunológico dos roedores com o objetivo de introduzi-los dentro de tumores.
Uma vez no interior, dezenas de milhares de cepas destes vírus foram liberados para tentar "matar o câncer".
Os resultados, publicados no periódico científico Cancer Research, mostram que o grupo foi bem sucedido. Embora analistas tenham classificado a pesquisa como "animadora", testes em humanos ainda são necessários antes de qualquer posicionamento definitivo.
O nome da técnica faz referência à mítica batalha em que os gregos adentraram o território inimigo da cidade de Troia escondidos no interior de um grande cavalo.

'Surfando na onda'

A técnica de "Cavalo de Troia" no tratamento médico não é nova. Cada vez mais cientistas têm-se valido deste recurso mas, segundo eles, o principal desafio é a profundidade necessária dentro do tumor para que os vírus sejam eficazes o suficiente.
"O problema é a penetração", diz Claire Lewis, professora da Universidade de Sheffield. Ela lidera um estudo em que glóbulos brancos são usados como "Cavalos de Troia" para abrigar os vírus em sua jornada ao interior dos tumores.
Ela explica que seu grupo também trabalha com a lógica de uma "onda".
Após tratamentos com radioterapia e quimioterapia, os tecidos do paciente ficam danificados, e uma grande quantia de glóbulos brancos é enviada ao local para ajudar a reparar o estrago.
"Estamos surfando nesta onda para introduzir o número maior possível de glóbulos brancos levando os vírus capazes de explodir os tumores até o coração desses tumores", explica a cientista.
Sua equipe injetou glóbulos brancos contendo poucos de vírus nos camundongos dois dias após um ciclo de quimioterapia. Após entrarem no tumor, os vírus se replicam e em apenas 12 horas os glóbulos brancos explodem e expelem mais de 10 mil vírus cada, infectando e matando as células cancerígenas.

Eliminação dos tumores

Ao final do ciclo de 40 dias do estudo, todos os camundongos que receberam o tratamento ainda estavam vivos e sem sinais dos tumores.
Em comparação, aqueles sob outros esquemas de tratamento viram seu câncer se espalhar e depois morreram.
"[O tratamento] elimina completamente o tumor e impede que ele volte a crescer", diz a cientista Claire Lewis, acrescentando tratar-se de um conceito "revolucionário". Mas ela lembra que outros avanços do tipo acabaram sendo completamente inúteis quando testados em humanos.
Ela espera começar os testes em pacientes no próximo ano.

Radioterapia e quimioterapia

Para Emma Smith, do Cancer Research UK (Instituto de Pesquisas do Câncer do Reino Unido), o estudo mostra que a quimioterapia e a radioterapia, tratamentos tradicionais contra o câncer, podem tornar-se mais eficientes com a ténica do "Cavalo de Troia".
"Equipar o próprio sistema imunológico do corpo para levar um vírus mortal aos tumores é uma tática animadora que muitos cientistas estão pesquisando. Este estudo mostra que tem o potencial de transformar a quimioterapia e a radioterapia em armas mais eficientes contra o câncer", diz.
Kate Holmes, chefe de pesquisas do Prostate Cancer UK, diz que se os estudos em humanos forem bem-sucedidos a técnica pode vir a ser um "divisor de águas" no tratamento do câncer de próstata.
"Se este tratamento tornar-se um sucesso em humanos, poderia se revelar um progresso substancial em encontrar melhores tratamentos para homens com câncer de próstata, quando este já se espalhou pelos ossos", avalia.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Fatos incríveis sobre os sonho

Nem todo mundo que dorme, apaga. Não se você considerar as células do cérebro que se ativam para produzir os sonhos às vezes vivos, e por vezes absolutamente assombrados que ocorrem durante o estágio de sono do movimento rápido dos olhos (REM).

Por que algumas pessoas têm pesadelos, enquanto outras passam suas noites com tranquilidade? Assim como o sono, os sonhos são fenômenos misteriosos. Mas conforme os cientistas são capazes de explorar mais profundamente a nossa mente, eles estão encontrando algumas respostas. Confira um pouco do que sabemos sobre o que se passa na terra dos sonhos:

1 – Sonhos têm significado

Se você sonha em ganhar na loteria ou se acidentar, você deve se preparar para alguma dessas coisas? Se você respondeu “sim”, você não está sozinho.

Pesquisadores descobriram que as pessoas têm fé em seus sonhos, e julgam os que se encaixam com suas próprias crenças como mais significativos do que aqueles que vão contra essa corrente.

“Interpretações psicólogas do significado dos sonhos variam muito”, disse o pesquisador Carey Morewedge. “Mas nossa pesquisa mostra que as pessoas acreditam que seus sonhos fornecem informações significativas para si e seu mundo”.

Em um estudo, 182 pessoas de Boston, EUA, imaginaram que um desses quatro cenários aconteceu na noite anterior a uma viagem agendada: nível de ameaça nacional foi elevado; eles conscientemente pensavam que seu avião ia cair; eles sonharam com um acidente de avião, ou um acidente de avião de verdade ocorreu na rota que eles pretendiam tomar.

Os resultados mostraram que o sonho com o acidente de avião era o que mais provavelmente afetava os planos de viagem do que qualquer outro pensamento sobre uma falha ou um aviso do governo. O sonho também produziu um nível similar de ansiedade que a queda real.

Em outro estudo, 270 homens e mulheres completaram uma pesquisa online em que eles foram convidados a se lembrar de um sonho que tiveram sobre uma pessoa que eles conheciam.

As pessoas atribuíram mais importância aos sonhos agradáveis sobre uma pessoa que gostavam do que com uma pessoa de que não gostavam. E estavam mais propensas a relatar um sonho negativo como mais significativo se era sobre uma pessoa de que não gostavam do que com um amigo.


2 – Pesadelos violentos: alertas de saúde

Como se os pesadelos não fossem ruins o suficiente, um distúrbio raro do sono leva as pessoas a “atuar” seus sonhos, às vezes com movimentos violentos, chutes e gritos.

Segundo estudos, tais sonhos violentos podem ser um sinal precoce de desordens do cérebro, incluindo mal de Parkinson e demência. Os resultados sugerem que estágios iniciais dessas doenças neurodegenerativas podem começar décadas antes de uma pessoa ser diagnosticada.


3 – Pessoas noturnas = mais pesadelos

Ficar acordado até tarde tem suas vantagens, mas sonhos bons não é uma delas. Uma pesquisa publicada esse ano revelou que as corujas são mais propensas do que quem acorda cedo a experimentar pesadelos.

No estudo, 264 estudantes universitários classificaram quantas vezes tiveram pesadelos em uma escala de “0″ (que significa “nunca”) a “4″ (que significa “sempre”). Os tipos mais noturnos tiveram uma média de 2,10, em comparação com os tipos matutinos que tiveram uma média de 1,23.

Os pesquisadores disseram que a diferença era significativa, mas que eles não sabiam o que causava essa ligação entre hábitos de sono e pesadelos. Entre suas ideias, está o hormônio do estresse, cortisol, que atinge seu pico de manhã, logo antes de uma pessoa acordar, um momento em que estamos mais propensos ao sono REM, fase do sonho. Se a pessoa ainda estiver dormindo nesse momento, talvez o aumento do cortisol possa provocar sonhos vívidos ou pesadelos.



4 – Sonhos podem resolver problemas

Os cientistas há muito se perguntam por que nós sonhamos, com respostas que vão desde a ideia de Sigmund Freud de que os sonhos satisfazem nossos desejos até a especulação de que essas viagens melancólicas são apenas um movimento rápido dos olhos, ou sono REM.

Pelo menos parte da razão para sonharmos pode ser o pensamento crítico, de acordo com a psicóloga Deirdre Barrett. Ela descobriu que os sonhos podem nos ajudar a resolver quebra-cabeças que nos assolam durante o dia.

De acordo com Barrett, é o aspecto visual e muitas vezes ilógico dos sonhos que os tornam perfeitos para o tipo de pensamento “fora do comum” que é necessário para resolver alguns problemas.

“Seja qual for o estado em que estamos de sono, nós ainda estamos trabalhando nos mesmos problemas”, disse Barrett, acrescentando que os sonhos podem ter evoluído para uma outra finalidade, mas provavelmente foram aperfeiçoados ao longo do tempo para várias tarefas, inclusive ajudar a “reiniciar” o cérebro e resolver problemas.



5 – Homens têm mais sonhos eróticos

Nenhuma surpresa aqui: os homens são mais propensos do que mulheres a sonhar com sexo. Pior: as mulheres são mais propensas a ter pesadelos.

Em um estudo com quase 200 homens e mulheres com idades entre 18 a 25 anos, a psicóloga Jennie Parker descobriu que os pesadelos das mulheres podiam ser divididos em três categorias: sonhos temerosos (ser perseguida ou ter a vida ameaçada), sonhos que envolvem a perda de um ente querido, ou sonhos confusos.

“Se as mulheres têm que relatar o sonho mais importante que já tiveram, elas são mais propensas do que os homens a relatar um pesadelo muito perturbador”, disse Parker. “As mulheres relatam mais pesadelos, e seus pesadelos são emocionalmente mais intensos que os dos homens”.

Isso não significa que as mulheres não “se divertem” em seus sonhos. Um estudo apresentado em 2007 revelou que, dos cerca de 3.500 relatos de sonhos, aproximadamente 8% continham algum tipo de atividade sexual. O sonho sexual mais comum envolvia penetração, seguido de proposições sexuais, beijos, fantasias e masturbação.



6 – Você pode controlar seus sonhos

Se você estiver interessado em sonhos lúcidos, melhor começar a jogar videogame. Ambos representam realidades alternativas, de acordo com Jayne Gackenbach, psicóloga canadense que estuda o assunto. É claro que eles não são completamente iguais; enquanto os videogames são controlados por computadores e consoles, os sonhos surgem da mente humana.

“Os jogadores são usados para controlar seus ambientes de jogo, de modo que isso pode se traduzir em sonhos”, diz. Sua pesquisa mostrou que as pessoas que frequentemente jogam videogames são mais propensas a ter sonhos lúcidos onde se veem fora de seus corpos, e também são mais capazes de influenciar seus sonhos, como se controlassem um jogo.

Esse nível de controle também pode ajudar os jogadores a tornar um pesadelo horripilante em um sonho tranquilo. Esta espécie de controle poderia ajudar veteranos de guerra que sofrem de síndrome do estresse pós-traumático (TEPT).



7 – Sonhos podem nos ajudar a relaxar

Cientistas descobriram que durante a fase de sonho do sono (também chamada de sono REM), os nossos cérebros mostram uma
diminuição dos níveis de certas substâncias químicas associadas ao estresse.

“Sabemos que durante o sono REM há uma diminuição acentuada dos níveis de norepinefrina, um produto químico do cérebro associado ao estresse”, disse o pesquisador Matthew Walker. “Ao reprocessar experiências emocionais anteriores neste ambiente neuro-quimicamente seguro de norepinefrina baixa durante o sono REM, acordamos no dia seguinte e essas experiências foram ‘amolecidas’ em sua força emocional. Nos sentimos melhores sobre elas, sentimos que podemos lidar com esses problemas”, explica.

As conclusões do estudo podem explicar porque pessoas com síndrome do estresse pós-traumático (TEPT), como veteranos de guerra, tem tanta dificuldade em se recuperar de experiências dolorosas e sofrem pesadelos recorrentes. Também pode ser uma explicação para o motivo pelo qual sonhamos – para nos sentirmos melhores e lidarmos melhor com nossos problemas.

Células tronco no olho humano

Logo abaixo da retina de um olho humano, em uma camada externa chamada de Pigmento do Epitélio Retinal (RPE, na sigla em inglês), pesquisadores americanos fizeram uma descoberta impressionante. Este apêndice do sistema ocular, aparentemente, é detentor de células multipotentes, que poderiam ser convertidas em células de outros tecidos para auxiliar em uma série de tratamentos médicos.
A retina é um órgão de revestimento do globo ocular, responsável pela formação das imagens que vemos e transmissão dessas informações ao cérebro. O RPE, por sua vez, é uma finíssima camada que reveste a retina, nutrindo as células visuais. Sem ele, a retina deixaria imediatamente de funcionar por falência celular.
Cientistas da Fundação de Pesquisas Regenerativas, em Albany (Nova Iorque, EUA), investigaram as propriedades das células do RPE de adultos entre 22 e 99 anos. Cultivadas em laboratório, 90% das células maturaram, como era esperado. As 10% restantes, no entanto, continuaram inativas. Tratadas com componentes químicos, no entanto, elas puderam se transformar em células do tecido adiposo e nervoso, entre outras.
Trata-se, portanto, de células multipotentes, que têm a capacidade de se diferenciar em diferentes tipos de célula, conforme a necessidade. Com isso, os pesquisadores visualizam duas esperanças para tratamentos médicos no futuro. A primeira, mais direta, é a chance de tratar melhor as doenças no próprio RPE, que podem levar o olho humano até a cegueira.
Além disso, a extração de células tronco dos olhos pode permitir que elas sejam reinjetadas em outros tecidos do corpo para tratar doenças degenerativas nestes locais. Para que isso seja possível, no entanto, ainda é preciso que os cientistas descubram como uma célula do RPE poderia maturar no corpo humano sem a manipulação artificial que se faz em laboratório. É o próximo desafio a se enfrentar neste campo.
 

Exame de sangue prevê quantos anos de vida voce tem

Em cada cromossomo existe um corpo, o telômero, cuja função básica é evitar que o cromossomo seja replicado mais do que um determinado número de vezes.
Cada vez que o cromossomo é duplicado, o telômero diminui e fica mais próximo da extremidade do mesmo e, quando ele está na extremidade do cromossomo e curto demais, a célula não consegue mais duplicar-se, morrendo.

Baseado neste fato e no raciocínio de que descobrir o quão perto estão os telômeros da extremidade do DNA daria uma estimativa do quanto você ainda poderia viver, uma hipótese confirmada com estudos em animais, a empresa espanhola Life Length está oferecendo em vários países um teste de DNA, que visa estimar quanto tempo você tem de vida.
Para fazer o teste, o interessado preenche um formulário com um questionário de saúde, e retira uma amostra de 5ml de sangue, que será usado para determinar a porcentagem de células com telômero curto. Formulário e amostra são entregues a um representante da Life Length (na data desta matéria não havia representante no Brasil), e o resultado, confidencial, é entregue em poucos dias.
 Teste inútil? A professora Carol Greider, que ganhou um prêmio Nobel por seu trabalho com telômeros em 2009, aponta que a maioria das pessoas não terá benefício algum com os testes – o grupo de 1% de pessoas testadas, as que tem os telômeros mais curtos, já estão correndo o risco de doenças como fibrose pulmonar ou falência da medula, mas ela não vê como os outros 99% poderiam se beneficiar do teste.
De qualquer forma, existe uma polêmica junto ao teste, relacionada às seguradoras: ele poderia ser utilizado para determinar o prêmio a ser pago pelos segurados.
Basicamente, o cálculo do prêmio (o que o segurado paga para a seguradora) é baseado no risco da seguradora ter que pagar a apólice. Quanto mais alto o risco, maior o prêmio (por isto o prêmio seguro de vida de jovens do sexo masculino é maior do que o de quarentões que tem família ou de mulheres de mesma idade).
Um teste genético destes poderia dar às seguradoras mais uma ferramenta para cobrar um prêmio maior de clientes que tem risco maior de falecer durante a vigência do seguro.
Atualmente, existe uma moratória que impede que as seguradoras utilizem testes genéticos para calcular prêmio de seguro, mas esta moratória termina em 2017.
Ainda assim, esta é uma faca de dois gumes: as empresas de seguro temem que clientes potenciais desistam de fazer seguro de vida caso um teste genético destes aponte que o provável prêmio a ser pago seja muito alto.
Por enquanto, o teste custa cerca de R$ 2.188,00 (£ 650), mas a empresa espera que ele custe dez vezes menos em 2017. Cerca de 1.000 pessoas pelo mundo todo já fizeram o teste, e só para o próximo ano já existe cerca de mil clientes agendados, apenas no Reino Unido.


 

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Doença que mais causa óbitos no Brasil - AVC


Levantamento sobre a doença que mais causa óbitos no País leva em conta pessoas com menos de 45 anos e confirma tendência mundial
Doença que mais mata no País e que costuma ser associada a pacientes idosos, o acidente vascular cerebral (AVC) também atinge jovens. Levantamento feito pelo Ministério da Saúde mostra que 62.270 pessoas com menos de 45 anos morreram no País, entre os anos 2000 e 2010. Do início da década até setembro deste ano, 200 mil pacientes nessa faixa etária foram internados em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) - não entram na conta as internações na rede particular.
A questão não é preocupante apenas no Brasil. Estudo da Universidade de Cincinnati, publicado em outubro no periódico da Academia Americana de Neurologia, mostrou que, nos anos de 1993 e 1994, 13% das pessoas que sofreram derrame tinham menos de 55 anos. Em 2005, essa porcentagem alcançou 19%. O trabalho analisou pacientes da região metropolitana Cincinnati/Northern Kentucky.
"Essa é uma tendência mundial, que vem com o aumento dos chamados fatores de risco - obesidade, hipertensão, diabete e sedentarismo. Com tecnologia e melhores serviços, a mortalidade cai", afirma o secretário de Atenção à Saúde do ministério, Helvécio Miranda Magalhães.
A tecnologia mais recente adotada pelo Ministério da Saúde é o medicamento alteplase, único aprovado para o tratamento de AVC isquêmico (quando não há hemorragia; tipo que responde a 80% dos derrames). O remédio passou a ser fornecido pelo SUS em abril. Se for ministrado até 4h30 depois dos primeiros sintomas, reduz as sequelas do derrame.
Em abril, o ministério também divulgou os critérios para a habilitação de hospitais que serão referência para o atendimento de pacientes com AVC - até agora, dois assinaram convênio com o governo: o Hospital de Clínicas de Porto Alegre e o Hospital Geral de Emergência de Fortaleza.
"Queremos criar centros de referência regionais. Identificamos duzentos hospitais que têm potencial maior para esse tipo de atendimento", disse o secretário.
O AVC pode ser isquêmico, quando há entupimento dos vasos que levam sangue ao cérebro. Ou hemorrágico, quando esses vasos se rompem. Em idosos, a causa principal é a aterosclerose, processo de inflamação que leva à obstrução das artérias por placas de gordura, explica o vice-presidente da Associação Brasileira de Neurologia (Abneuro), Rubens José Gagliardi.
"Nos jovens, as causas são diferentes, como malformações cardíacas ou nas artérias, uso de drogas e de anorexígenos, como femproporex e anfepramona (anfetamínicos), remédios já proibidos", diz Gagliardi. Ele cita ainda o uso de anticoncepcionais associado ao tabagismo, além da gravidez.
Antonio Carlos Worms Till, fundador do Vita Check-Up Center, lembra que as malformações não são maiores hoje. "O que mudou foi o estilo de vida, com a epidemia de obesidade, mais estresse, mais crises hipertensivas", diz. Ele ressalta a importância de exames de rotina, como a dosagem de sangue, que permite controlar glicemia e colesterol.
"Sem essa ferramenta tão simples, o diagnóstico vem depois do AVC, quando a pessoa terá sequelas motoras, alteração de fala, perda de força. A recuperação para a vida social é extremamente cara sob vários aspectos - psicológico, emocional e financeiro", diz.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Hipocondria- o medo de estar doente

Há mais de dez anos, o qüinquagenário senhor Cantoni sofre de dores nas panturrilhas. O diagnóstico, a princípio, parecia fácil: o hemograma mostrou alteração em um valor de referência, indicando desgaste muscular. Preparando-se para o pior, o médico pensou tratar-se provavelmente de uma doença muscular crônica. Mas, passado algum tempo, o valor voltou ao normal. Então, radiografias do tórax revelaram anomalia em uma vértebra. O ortopedista concluiu ser esta a causa das dores. Entretanto, trações, manipulações e fisioterapia não trouxeram benefício algum. Pelo contrário, às dores acrescentou-se um incômodo formigamento. As veias das pernas, examinadas por um cirurgião vascular, estavam em ordem. Foi quando entrou em cena o neurologista, que falou de uma misteriosa "miopatia autônoma". O caso parecia encerrado. No entanto, sempre atormentado pelas dores e insatisfeito com o diagnóstico, o senhor Cantoni fez novos exames. A cada vez surgia um indício aparentemente decisivo para o diagnóstico, mas que nunca se confirmava. Então vieram as dores no peito. O senhor Cantoni foi várias vezes ao pronto-socorro, sem que fosse encontrado vestígio algum de ameaça de infarte. Ele começou a se queixar também de zumbido nos ouvidos e de cansaço. E recomeçou um outro período de exames e especialistas. Mas que, novamente, em nada resultou.

O senhor Cantoni, "o homem com sintomas sem respostas", é um dos pacientes de Dino Zeffiri, o pseudônimo que assina o Diário de um Clínico Geral. Sua história, contou-nos Zeffiri, continuou de modo trágico. No verão passado, a esposa de Cantoni foi tomada por repentinas dores abdominais. Quando os médicos deram o diagnóstico de tumor no pâncreas, Cantoni desmaiou: a mulher foi quem o consolou. Submetida à quimioterapia, com poucas esperanças, ela ainda cuida da saúde do marido, cada vez mais acometido por males inexistentes. Ele os inventa? É um doente imaginário? Um hipocondríaco?

Para o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, a hipocondria faz parte dos transtornos somatoformes, cuja característica é a presença de sintomas que levam a pensar em uma patologia física que de fato não existe. É definida como a "preocupação ligada ao medo, ou à convicção de ter uma doença grave". Nenhum esclarecimento é suficiente para debelar o medo. Consultas, análises e exames não servem para aliviá-lo. Um hipocondríaco passa grande parte do tempo pensando em seus sintomas, falando sobre eles e consultando especialistas. Como não considera nenhum exame convincente, ele os refaz continuamente para ter certeza de que os médicos não deixaram escapar nada. Se o temor de uma doença passa, imediatamente o de outra o assalta.

Apesar de ser conhecida desde a antigüidade e ainda representar um problema para médicos, o conhecimento sobre as causas e os tratamentos da hipocondria é bastante escasso. Estima-se que a incidência na população varie entre 1% e 6%. Não existe um modo unívoco para entender o transtorno, como salientam Maurizio De Vanna, Mauro Cauzer e Roberta Marchiori no livro O Misterioso Planeta da Hipocondria. Há quem a considere um sintoma, uma verdadeira doença, ou ainda um traço de personalidade.

À pergunta "você tem pacientes hipocondríacos?" formulada em um questionário para cem médicos de clínica geral de Trieste e Pádua, na Itália, 86% responderam sim. Certamente os doentes imaginários constituem um percentual significativo dos chamados frequent attender, os pacientes que são um presença constante nos consultórios. Na verdade, somos todos um pouco hipocondríacos. "Todos os médicos foram hipocondríacos" comenta o neurocientista italiano Fabrizio Benedetti, da Universidade de Turim, especialista em efeito placebo. "O estudo detalhado dos sintomas de uma doença leva quase sempre a imaginar que os temos. Quem nunca apalpou os linfonodos do pescoço quando estudava os linfomas? Quem não se sentiu esquizofrênico quando estudava o desdobramento da personalidade?" Nos verdadeiros hipocondríacos, porém, a preocupação em relação à doença se torna o elemento central da vida: ocupa pensamentos, conversas, e influencia ou impede atividades da vida cotidiana.

A sociedade contemporânea piorou as coisas ao estimular uma preocupação excessiva com o cuidado do corpo. Sempre vigilantes e atentos às suas funções normais, tendemos a notar e amplificar cada pequeno sinal e a considerá-lo indício do funcionamento anômalo de algum órgão. Os mais sensíveis tendem a sentir todos os efeitos colaterais descritos nas bulas dos medicamentos, ou a temer terem contraído a última patologia sobre a qual leram no jornal. A internet, neste sentido, foi um desastre. Para quem tem predisposição para a hipocondria, a massa de informações encontrada na rede, em vez de tranqüilizar, alimenta os pesadelos. Cada sintoma pode corresponder a dezenas de patologias, todas potencialmente mortais. Nos Estados Unidos já foi até mesmo cunhado um termo para a fobia das doenças alimentada pela internet: cybercondria.

Os doente imaginários são o tormento dos clínicos gerais, primeiro filtro das ansiedades. Instruídos para distinguir patologias concretas, freqüentemente encontram-se desorientados diante de quem manifesta males que parecem inventados. "O encontro com um doente hipocondríaco me suscita curiosidade, interesse, vontade de investigar" conta Silvano Biondani. "Os seus sintomas são plausíveis e a preocupação que os acompanha me envolve. Acredito, como ele, que sejam premonitórios de uma ou mais doenças importantes, e me é espontâneo ajudá-lo na investigação." Mas a aliança dura pouco. "Mesmo quando os exames negam a presença dos males temidos, ele insiste em continuar com investigações cada vez mais sofisticadas. Toda tentativa de tranqüilizá-lo fracassa e o paciente se torna invasivo e obstinado. Então tenho uma sensação embaraçosa de derrota que se transforma em revolta. Começo a duvidar dos seus sintomas. Sinto estar perdendo tempo e sendo explorado."

À pergunta "o que você sente diante de um hipocondríaco?" as respostas mais freqüentes dos médicos de Pádua e Trieste foram "compreensão", "pena e comiseração", "incômodo" e "impotência". Esses pacientes são bastante conhecidos no meio médico, visto que tendem a migrar de um clínico a outro. Nos formulários clínicos há notas destacando suas características. A frustração dos médicos é certa, mesmo porque esses pacientes normalmente recusam qualquer tentativa de estabelecer um diálogo sobre a doença. Desconfiam dos médicos que, depois de todos os exames, propõem uma psicoterapia, convencidos de que o seu problema é físico, grave e iminente.


O nome para o mal que não existe

Mas se os hipocondríacos não têm um verdadeiro problema orgânico, o que eles têm? Na literatura médica antiga o termo deriva de hypochondria, composto pelas palavras gregas hypo, "sob", e chondros, "cartilagem". Pensava-se que o distúrbio estivesse alojado no hipocôndrio, parte superior e lateral do abdome, onde se encontram o fígado e o baço. O primeiro a defini-la foi Galeno, no século II, atribuindo-a a uma desordem da "bile negra". Esse conceito permaneceu por toda a Idade Média e até a Idade Moderna. A partir do século XVIII, o termo passou a indicar um distúrbio melancólico, que se tratava com a aplicação de sanguessugas. Sobretudo na Inglaterra, a hipocondria era considerada a doença dos literatos, o equivalente masculino da histeria. O significado atual foi introduzido no século XIX, época em que diminuiu o interesse da medicina pelo assunto.

Nem mesmo Freud lhe dedicou grande atenção, afirmando que o transtorno, resultado de energias sexuais que, em vez de serem dirigidas a objetos externos, eram voltadas para o próprio corpo, não podia ser investigado apenas do ponto de vista psicológico. Mais tarde, os psicanalistas forneceram várias interpretações para a hipocondria. A hipótese mais clássica sustenta que sua origem estaria vinculada a um ambiente familiar dominado por uma mãe hiperprotetora, que mantém os filhos em estado de dependência: estar doente é o melhor modo de obter tratamentos e atenções.

Ainda hoje não está totalmente claro o que se entende exatamente por hipocondria, mesmo que se tenda a distingui-la do chamado transtorno de somatização, tendência a desenvolver sintomas físicos. "Os casos mais freqüentes são os de pacientes com uma patologia orgânica que têm, no entanto, sintomas físicos amplificados: uma pessoa com artrose que não se levanta da cama queixando-se de dores insuportáveis, ou um cardiopático que fica sem fôlego diante de um esforço mínimo" explica Riccardo Torta, psiquiatra da Universidade de Turim. Uma de suas pacientes, com síndrome bipolar, manifestava sintomas somáticos bastante graves na fase de depressão, em vez dos clássicos transtornos do humor. Como tinha uma certa cultura e se informava continuamente, acabava por interpretar seus sintomas baseando-se nas definições das enciclopédias médicas, relatando depois aos clínicos os sintomas que para eles eram sinais inequívocos de uma certa doença. Deste modo, ela conseguiu colecionar intervenções cirúrgicas de todo tipo, inclusive a retirada da vesícula biliar.

Brian Fallon, neuropsiquiatra da Columbia University, em Nova York, é um dos poucos pesquisadores que fez estudos específicos sobre a hipocondria. Começou a interessar-se pela doença há uns 15 anos, ao tratar de um corretor da bolsa de valores com 50 anos que estava convencido de ter um tumor cerebral. Mesmo depois que todos os exames deram resultados negativos, o homem passava os dias pensando em seu câncer. Fallon lhe prescreveu um antidepressivo. Para sua surpresa, o medicamento funcionou perfeitamente. Desde então ele está convencido de que a hipocondria é uma forma de transtorno obsessivo-compulsivo e que pode ser tratada com inibidores seletivos de recaptação da serotonina, as drogas da família do Prozac.

O psiquiatra Arthur Barsky, do Hospital Brigham, de Boston, usa uma terapia cognitivo-comportamental com hipocondríacos. Conforme estudo concluído recentemente com 187 participantes, a terapia parece dar resultados. O método ensina a reduzir a atenção dada às sensações corpóreas e a corrigir comportamentos específicos: por exemplo, pular as páginas do jornal que falam de saúde e evitar sites de medicina. "É um caminho longo, porque freqüentemente estes estilos de comportamento se cristalizaram durante anos" observa Torta. "Normalmente procura-se reestruturar a relação do paciente com seu corpo, utilizando-se inclusive medicamentos para reduzir a ansiedade de base que freqüentemente acompanha o transtorno." Giorgio Nardone, diretor do Centro de Terapia Estratégica de Arezzo, propõe aos hipocondríacos psicoterapias breves, de poucas semanas, inspiradas nos métodos do Mental Research Institute de Palo Alto, nos Estados Unidos. Em certa ocasião, relatada em seu livro Non c\\'è notte che non veda il giorno (Não há noite que não veja o dia), prescreveu a um paciente falar de seus medos apenas por meia hora depois do jantar e anotar três vezes ao dia, em pé diante do espelho, todas as sensações e sintomas provenientes do corpo.

Recentemente, surgiram clínicas para hipocondríacos em vários países. "No entanto, a maior parte dos transtornos de ansiedade ligados à saúde, como prefiro me referir à hipocondria, deveria ser administrado e tratado por médicos de família", afirma Paul Salkovskis, diretor Hospital Maudsley, em Londres.

Uma coisa no entanto é certa: estes doentes, etiquetados de imaginários, realmente sofrem. Além do risco de danos por terapias, exames e intervenções desnecessárias, há ainda o risco de que as doenças não sejam reconhecidas quando aparecerem realmente.

E seria esta a ironia do destino, o paradoxo dramático: adoecer, enfim, exatamente do que se teve medo por toda a vida.